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Mulheres em protesto contra a cultura do estupro: movimento em Balneário aconteceu domingo

Atos aconteceram em várias cidades devido ao desrespeito no caso Mariana Ferrer, que evidencia o estupro institucionalizado e culpa a mulher pela violência

Um grupo de cerca de 70 mulheres se reuniu na tarde desse domingo (8) na Praça Almirante Tamandaré, usando roupas pretas e trazendo cartazes, pedindo pelo fim da cultura de estupro (quando a violação sexual é pervasiva e normalizada devido a atitudes sociais sobre gênero e sexualidade). O movimento está acontecendo por todo o país, em apoio à jovem Mariana Ferrer, estuprada pelo empresário André de Camargo Aranha, em 2018, em um beach club em Florianópolis. O caso voltou à tona após o vídeo da audiência, ocorrida em julho, ser vazado pela imprensa, onde o advogado de Aranha, Cláudio Gastão da Rosa Filho, aparece desrespeitando Mariana.

Um estupro a cada oito minutos
As mulheres lembraram Mariana Ferrer e também Maria da Penha, vítima emblemática da violência doméstica e que deu nome à lei federal em proteção às mulheres vítimas de agressões e abusos. Elas citaram também o aumento da violência de gênero no primeiro semestre de 2020 em relação ao mesmo período do ano passado (dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública) – entre os homicídios dolosos, quando há a intenção de matar, o número de vítimas aumentou de 1.834 para 1.861, um acréscimo de 1,5%. Já as vítimas de feminicídio foram de 636 para 648, aumento de 1,9%.

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Foi lembrado ainda que os casos de estupro também aumentaram, em 2015 estimava-se que acontecia no país um a cada 11 minutos, agora esse número caiu para um a cada oito minutos. Em 2019, foram 66,1 mil casos – 85% das vítimas são mulheres e em 84,1% dos casos o criminoso era conhecido da vítima, um parente ou pessoa de confiança.

“É o que pode trazer a mudança – as pessoas irem para a rua”
Uma das líderes do movimento em Balneário é a ativista Maria do Carmo dos Santos, presidente do Grupo Vítimas Unidas (criado por mulheres abusadas pelo ex médico Roger Abdelmassih) e que, junto com Sabrina Bittencourt, foi uma das primeiras a denunciar os crimes cometidos pelo médium João de Deus. Ela contou ao Página 3 detalhes de sua luta, inclusive que devido às denúncias sobre o médium já foi ameaçada de morte, mas que mesmo ‘se arriscando’ estava na Tamandaré para apoiar as outras mulheres.

“O caso de Mariana Ferrer foi absurdo, indecente, triste. Não tenho a menor dúvida de que essa união que está acontecendo em Balneário e em tantas outras cidades é o que pode trazer a mudança. É as pessoas irem para a rua que faz acontecer, como já vimos outras vezes. É lindo ver tantas mulheres jovens pedindo por justiça, não se calando. É uma luz no futuro”, diz.

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