Dois assuntos ‘pendentes’ do governo do Estado foram lembrados novamente na tribuna legislativa desta quarta-feira (10), pelos vereadores Marcelo Achutti e Omar Tomalih: o Centro de Eventos parado e o Hospital Ruth Cardoso saturado, porque atende toda região com dinheiro de Balneário Camboriú.
Tanto Achutti como Tomalih sabem que não há muito a fazer, além de ‘cobrar’, mas entendem que está na hora de movimentar o assunto mais uma vez.
Centro de Eventos
“O Centro de Eventos de Balneário Camboriú foi inaugurado em 23 de dezembro de 2018 com 97% de sua obra concluída. Fui contra esta inauguração, pois aí está o reflexo de inauguração de obras inacabadas. Uma obra que custou aos cofres públicos aproximadamente R$ 139 milhões e que até hoje (10), 2 anos e 42 dias após inaugurado, continua de portas fechadas, e com os 97% agora depreciando com o tempo”, disse Achutti, considerando esta situação um descaso com o dinheiro público.
Ele entende que o Centro de Eventos seria uma nova matriz econômica neste momento difícil para o turismo.
“Estamos preocupados com o destino desse equipamento turístico, não queremos que fique igual ao Centro de Convenções Luiz Henrique da Silveira, inaugurado em 2015 em Canavieiras, que serve para atividades turísticas e às vezes para realização de formaturas e, durante o mês de janeiro e parte de fevereiro ficou entregue às moscas”, segue.
Achutti acredita que pressionar é o caminho, reunir vereadores e entidades de classe, ir até o Centro Administrativo em Florianópolis, procurar deputados, fazer pressão política, para demonstrar quanto está custando cada dia o Centro de Eventos fechado em Balneário Camboriú. Pressionar para que dêem continuidade aquela licitação que deu deserta ano passado e foi anunciada para janeiro e ainda não aconteceu.
“Minha única preocupação é que não pode vir para Balneário Camboriú administrar. Como a Secretaria de Turismo vai gerir isso, com um orçamento de R$ 5 milhões? Temos dificuldade de gerir o banheiro da Passarela imagina um equipamento como o Centro de Eventos?
Ruth Cardoso
“O governo do Estado está de costas para Balneário Camboriú. É revoltante como nosso município está sendo tratado”, disparou o vereador Omar Tomalih na tribuna do Legislativo. Ele disse que é um tema desgastado, porque entra ano, sai ano, o assunto é retomado, mas continua tuddo igual: a falta de atenção e ajuda do governo do Estado e dos municípios vizinhos ao Ruth Cardoso.
“Nós não negamos atendimento a todos, mas nosso hospital está sobrecarregado, os corredores estão lotados, o Pronto Socorro está abarrotado de gente e se fizer uma rápida pesquisa ali, vamos ver que a maioria das pessoas são de fora, de municípios vizinhos. Seguimos atendendo todos, mas estamos pedindo atenção, ajuda”, disse.
Tomalih lembrou que ano passado o secretário de Saúde do Estado esteve em Balneário Camboriú em duas ocasiões e nas duas prometeu ajuda, mas nada aconteceu. Também lembrou da audiência pública na Assembleia Legislativa, sobre a reabertura do hospital Santa Inês, para atender moradores de cidades vizinhas, e tudo ficou só na promessa.
“Chega de promessas. Balneário Camboriú investe mais de R$ 4 milhões todo o mês para manter as portas abertas, e eles sempre com a desculpa de que o município tem dinheiro, é rico, que não precisamos. Precisamos sim, é um dinheiro do munícipe que estamos investindo no hospital. Fiz um pedido para saber quanto o governo do Estado investiu no hospital e pasmem: nada, só mandaram os repasses do governo federal. Sabe quanto? Não chega a R$ 4 milhões. O que nós investimos por mês eles não investiram nos últimos oito anos. É uma vergonha. Por isso vamos continuar batendo sempre para que o governo do Estado enxergue que Balneário Camboriú está no mapa de Santa Catarina”, disse.
O vereador disse que está marcando audiências com deputados para que intercedam por Balneário Camboriú.