Um leitor enviou um vídeo ao jornal Página 3 questionando um possível crime ambiental atrás da sede da AABB, no Bairro das Nações, em Balneário Camboriú, onde aparece uma máquina trabalhando em um terreno. Na narração um homem diz que ‘não havia licença e nem nada’ para a obra acontecer. O jornal apurou junto da Secretaria do Meio Ambiente e Defesa Civil, que explicaram a situação.
Obra autorizada pela Defesa Civil
A secretária do Meio Ambiente de Balneário Camboriú, Maria Heloísa Lenzi, disse que a obra é autorizada pela Defesa Civil e ocorre por conta de uma rocha que estava em risco de deslizamento.
O diretor da Defesa Civil, Fabrício Melo, confirmou a informação, salientando que havia ‘uma rocha gigante’ na crista da morraria, atrás da sede da AABB e na reta da Rua Índia, com risco de rolamento.
“Notificamos o proprietário da área para remover a pedra e se ele não fizesse a prefeitura iria fazer a remoção. É o proprietário que está fazendo a remoção, só que tiveram que fazer um acesso para a máquina chegar na pedra. Não houve remoção de nenhuma vegetação, porque já era tudo barro no local. Essa área apresentava problema desde 2008, chegaram a ser feitos cortes na rocha, mas de uma forma muito mal feita, e agora a rocha foi inteiramente retirada”, explicou.
Fabrício salientou ainda que por conta da rocha o local estava mapeado como área de risco.
O proprietário do terreno ainda ‘alinhou’ o terreno, mas teria ficado muita terra solta e a Defesa Civil se preocupou que quando chovesse poderia escorrer barro para o sistema de drenagem, por isso o responsável foi notificado para que melhorasse a questão da drenagem.
“Ele está fazendo uma espécie de canalização, para não correr barro e obstruir a drenagem. Autorizamos a remoção da pedra e também para ele arrumar a drenagem com galerias. O material solto [barro] foi colocado no terreno da AABB com autorização do proprietário. A terra vai ser removida do terreno da AABB e inclusive já estamos ajudando nesse processo, lembrando que a Defesa Civil está acompanhando toda a obra para não fugir do que foi autorizado”, acrescentou.
Segundo Fabrício, o proprietário do terreno também entrou com pedido para recuperar a área e plantar vegetação, mas que esse processo corre junto com a Secretaria do Meio Ambiente, que solicitou um estudo geológico e projeto específico.