Em setembro, a qualidade da água no Rio Camboriú, que abastece Camboriú e Balneário Camboriú, será foco de uma reunião entre o Ministério Público, Emasa e agricultores. Um estudo recente do MPSC revelou a presença de resíduos de agrotóxicos, como Bentazona e 2,4 D, herbicidas usados na região.
A pesquisa foi apresentada no dia 15 de agosto pelo MPSC em uma reunião com o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Camboriú. Segundo o órgão, o Rio Camboriú está contaminado por resíduos de agrotóxicos.
Diante disso, a Promotora de Justiça, Greicia Malheiros da Rosa de Souza, da 3ª Promotoria de Justiça de Camboriú, propôs intensificar a fiscalização das áreas rurais do município, visando apurar o uso e manejo dos produtos químicos.
Uma força-tarefa de fiscalização está sendo realizada para verificar as práticas agrícolas, mas também preservar a qualidade dos alimentos consumidos pela população e os recursos naturais.
“Com essa ação de fiscalização e educação específica aos rizicultores da bacia do Rio Camboriú, busca-se também garantir a qualidade da água que chega ao consumo dos cidadãos de Camboriú e Balneário Camboriú, além da proteção ambiental da área”, disse.
Greicia ainda anunciou que, no início de setembro, se reunirá com representantes da Empresa Municipal de Águas e Saneamento de Balneário Camboriú (EMASA) e com agricultores de Camboriú para discutir as medidas a serem tomadas.
Comitê Camboriú cita possível solução
O vice-presidente do Comitê Camboriú, Gilmar Pedro Capelari, destacou que todas as lavouras de arroz, aproximadamente 950 hectares, se situam a montante do ponto de captação de água pela EMASA no Rio Camboriú, e que “a presença de agrotóxicos na água do rio é um fato irrefutável, conforme apontam todas as análises do Ministério Público, Univali, EMASA e estudos técnicos dos últimos anos”.
Uma solução possível para reduzir a contaminação das águas por agrotóxicos, de fácil execução, baixíssimo custo e alta eficiência, é, segundo ele, a realização do manejo das águas residuais das lavouras de arroz, que recebem as cargas de agrotóxicos, aliado à educação ambiental dos rizicultores.
“Para o Comitê Camboriú, é fundamental promover a educação ambiental dos agricultores que cultivam o arroz irrigado e fazem o uso de agrotóxicos, através do manejo adequado da água represada nas quadras de arroz e outras alternativas”, disse.
Neste sentido, o Comitê Camboriú sugeriu a realização de um evento na zona rural de Camboriú para apresentar as diferentes técnicas de manejo e produção orgânica, bem como a certificação das propriedades rurais que executam o manejo correto das águas, após aplicação de agrotóxicos, contribuindo, através das boas práticas agrícolas, para a despoluição do Rio Camboriú.