O presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou nesta segunda-feira, 9, que uma possível vacina contra a covid-19 será gratuita e pediu aos americanos que usem máscara: “Eu imploro: usem máscara. Usar máscaras não é uma declaração política”, disse o presidente eleito dos EUA.
“Minha mensagem para todos é que, não importa em quem você tenha votado, o que você achava antes da eleição, não importa seu partido, nós podemos salvar dezenas de milhares de vidas se todos usarem máscaras pelos próximos meses. Não vidas democratas ou republicanas, mas americanas”, disse o presidente eleito, em pronunciamento. “Eu imploro a vocês, por favor, usem máscaras.”
Biden ressaltou que só tomará posse em 20 de janeiro de 2021, mas afirmou que “vamos começar fazendo todo o possível para controlar a covid-19”.
O democrata citou o grupo de transição e o conselho consultivo que nomeou para enfrentar a pandemia e falou sobre uma possível contra o vírus no dia do anúncio da Pfizer. “Vamos seguir a ciência. Vou falar de novo: vamos seguir a ciência”.
Entre os membros está a brasileira Luciana Borio, que é pesquisadora sênior de saúde global do Conselho de Relações Exteriores dos EUA.
No domingo, os Estados Unidos ultrapassaram 10 milhões de casos registrados da doença, mais do que qualquer outro país do planeta.
Apenas nos últimos dez dias, enquanto os americanos se preparavam para ir às urnas, o país contabilizou cerca de 1 milhão de novas infecções. Em cinco dos últimos sete dias, os diagnósticos diários no país ultrapassaram 100 mil. Até o momento, mais de 237 mil americanos já morreram. A estimativa, segundo Biden, é que mais 200 mil pessoas podem morrer nos próximos meses.
A abordagem pró-ciência do democrata é oposta a do atual presidente, que resiste a recomendar o uso de máscaras e desafia as diretrizes dos especialistas de saúde.
Biden anunciou ainda que a força-tarefa do governo de transição será liderada pelos médicos David Kessler, que foi diretor da FDA, a Anvisa americana, durante os governos de George H. W. Bush e Bill Clinton; Marcella Nunez-Smith, da faculdade de Medicina da Universidade Yale; e Vivek Murthy, que foi chefe do Serviço de Saúde Pública nos EUA durante o governo de Barack Obama.
Brasileira na equipe
Entre os outros dez integrantes do conselho está a médica brasileira Luciana Borio, que começou a trabalhar no governo americano durante o governo de George W. Bush e assumiu posições de liderança durante os mandatos de Barack Obama e Donald Trump. Ela foi cientista-chefe da FDA e diretora para preparação médica e de biodefesa do Conselho de Segurança Nacional, cargo extinto pelo atual ocupante da Casa Branca.
Crítica da cloroquina, a médica saiu do setor público do ano passado e hoje é vice-presidente da In-Q-Tel, empresa de investimento estratégico em tecnologia de defesa. Especialista em doenças infecciosas, parte de seu trabalho é focada na biodefesa e na preparação para lidar com pandemias. Ela também faz parte da equipe do prestigioso hospital Johns Hopkins e é pesquisadora de saúde global no centro de estudos Council on Foreign Relations.
O grupo também inclui outros especialistas renomados nos EUA, como Rick Bright, antigo funcionário da Autoridade para Pesquisa e Desenvolvimento de Pesquisas Avançadas em Biomedicina, braço do governo americano, no início do ano. Ele afirma ter sido demitido após questionar a defesa de Trump à cloroquina, droga sem qualquer evidência científica de eficiência contra o coronavírus, e alertar para a falta de remédios e equipamentos críticos.
Eles trabalharão em contato com os Estados e cidades para criar políticas econômicas e de saúde pública para lidar com o vírus, tentar conter seu impacto ainda mais devastador entre grupos minorias, e elaborar planos para reabrir escolas com segurança. Entre as iniciativas mais ambiciosas do novo governo democrata estão a testagem gratuita e a criação de uma força-tarefa com 100 mil pessoas para realizar o rastreio de contatos. (Com agências internacionais)