Hélvion Ribeiro*
Estou estupefato!
Abismado.
- Morreu!
- Quem?
Vocês não conhecem. Explico.
Na penúltima vez que estive em Curitiba encontrei o mais simpático e competente dos porteiros do edifício onde mora meu filho.
Diz o porteiro:
- Tudo bem? Como vai Santa Catarina?
Tudo bem. Chuvoso este ano. Meio complicado, Covid.
Me pergunta se já peguei.
- Sim, peguei. Sintomas leves. Alguma sequela. Susto grande. Agora estou bem. Tomei 2 doses e mais o reforço.
Ele fala:
- Não me vacinei, nem vou me vacinar. Sei lá, esta vacina …
- Não faz isto cara, esta doença é traiçoeira, perigosa, pára!
- Que nada, deixa pra lá.
Semana passada volto a Curitiba. Lá pelas tantas alguém falou.
- O fulano morreu. Covid!
Quase caí do sofá… - O quê?!
- Pois é. O porteiro morreu, 54 anos, deixou uma filhinha de 4. Ele era viúvo e casou de novo. Não se vacinou, era contra. Sofreu muito, 1 mês entubado…
Triste né, gente!
Meus três filhos e mais duas noras, todos médicos, dedicados, experientes, já tomaram TODAS as doses indicadas, e nos cobram rigidamente a vacinação.
Sou descendente de europeus – português e alemão.
Agora vou dizer uma coisa, esta quarta onda de COVID na Europa, devido à falta de vacinação VOLUNTÁRIA deles, é um desastre absurdo.
Quando os franceses, alemães e outros criticam a questão da Amazônia, ou quando falavam das deficiências brasileiras na pandemia, baixei a cabeça, aceitei, achei que eles estavam com razão.
Mas…e agora?!
Agora que eles são culpados do agravamento da pandemia, não tem perdão.
Vamos fechar as fronteiras para eles?
Como é que fica isto?
Eles vão nos colocar em risco. Não pode.
Por favor, aqui – sem política.
Esta coisa antivacina:
– é inacreditável,
– é irracional,
– é egoísta,
– é catastrófica
para si e para os outros.
Não bobeia.
…segue a saga …
*Hélvion Ribeiro é dentista aposentado, reside em Balneário Camboriú e veraneia em Urubici.