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Balneário Camboriú

“A música clássica e a democratização da cultura”, por Marcos Pablo Dalmacio

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Quero agradecer por este meio ao público presente no concerto de inauguração da Orquestra Andante, realizado na Igreja Luterana de Balneário Camboriú, no domingo (10). 

A comunhão de muitos esforços foi necessária para atingirmos esse resultado altamente positivo, tanto em termos artísticos quanto sociais, o que demonstrou o interesse do público por manifestações culturais de qualidade que não são apenas entretenimento.

Convido aos leitores visitar as redes sociais da Orquestra Andante (Instagram, Facebook e YouTube) para rememorar os momentos do concerto, e também àqueles que não puderam estar presentes nesse dia, para ter uma ideia de como foi, e fazerem parte dos próximos concertos e atividades da orquestra!

Vendo as fotos e os vídeos do concerto inaugural é possível comprovar a quantidade de músicos envolvidos (professores, estudantes, convidados, solistas) e do público, e não é difícil deduzir o interesse e entusiasmo de todos pelo que estávamos compartilhando naquele momento que minutos mais tarde se desvaneceria no silêncio, e apenas ficaria a memória desse momento intangível e por isso tão valioso, para ser revivido cada vez que for possível.

Quero chamar a atenção a um fato recente: no início deste ano escrevemos e inscrevemos um projeto da orquestra no edital de Lei de Incentivo à Cultura de Balneário Camboriú. 

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No mês de março saíram os resultados, e para nossa surpresa, não fomos contemplados. 

Possivelmente, o avaliador deve ter pensado que música clássica não pertence ao que hoje está na moda denominar ‘democratização da cultura’que, para a maioria significa que qualquer manifestação é cultura. E muitos consideram ainda que a música clássica é elitista, num conceito totalmente desprovido de qualquer lógica. 

O concerto que nós oferecemos, por exemplo, foi completamente gratuito, mas teve custos, arcados pelos próprios músicos e por pessoas que acreditaram no projeto e ajudaram de diversas maneiras. 

É só ver quanto custa o ingresso para assistir um show de ‘música’ feita por aqueles que a mídia gosta de divulgar, ou quanto custa o ingresso para uma balada onde um ‘DJ’ vai fazer amostra de suas incríveis habilidades (musicais?). 

E pergunto, o que é mais excludente? 

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Será que qualquer cidadão pode pagar um ingresso desses? Será que atinge todas as faixas etárias? 

Não foi apenas o projeto da orquestra que não passou: os três projetos relacionados à música clássica apresentados por proponentes diferentes parecem haver sido sistematicamente excluídos. 

Nenhum? 

Isso é raro. 

Como entra aqui a ‘democratização da cultura’? 

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Mais: o projeto da orquestra concorreu pela cota de R$ 30.000, que incluía nada menos que seis concertos, duas oficinas com professores convidados e solistas convidados, para atuar durante o segundo semestre do ano. 

Somente um concerto de uma orquestra com 20 músicos pode custar isso ou mais! 

A nossa proposta era fazer render esse recurso durante seis meses, com atividades para o público e possibilidade de formação de alto nível para os estudantes que fazem parte do grupo e a comunidade externa. 

Mas na visão (seria melhor dizer: na falta dela) do avaliador dos projetos musicais, o dinheiro seria melhor investido numa dupla de canto e violão que, independentemente da sua qualidade, faria músicas mais próprias de bares e cafés do que de uma sala de concertos. 

Um outro projeto, por exemplo, foi aprovado com R$20.000 para gravar um EP (ou seja, não mais de 15 minutos de música). 

Vocês enxergam a desproporção entre proposta e valores? 

Vamos comprovar então, nos próximos meses o impacto social dessas propostas, mencionei apenas duas, mas tem mais (podem ver os projetos aprovados e os valores na página da Fundação Cultural de Balneário Camboriú). 

Entretanto, mesmo sem projeto, ou seja, sem recursos públicos, nós continuaremos nosso estudo, nosso trabalho, e faremos concertos com música de alta qualidade. 

Muitas pessoas presentes no concerto contribuíram livremente com a orquestra e estamos agradecidos por isso! 

Há diversas maneiras de fazê-lo, que podem ser encontradas nas redes sociais da Orquestra Andante.

Esse tipo de atitude é condizente com a ideia do atual ministro da Economia que, na sua tremenda maldade e estultícia, chegou dizer que era boa ideia taxar os livros com impostos, já que são artigos de luxo, porque o povo brasileiro não lê. 

Ou seja: ao invés de criar políticas para suprir o que falta (segundo eles, ler mais) já que os livros são acessíveis, não, fazem o contrário. 

Vamos onerar o que é bom, porque é elitista. 

Ler é elitista, estudar é elitista, música clássica é elitista. 

Esse é o discurso instaurado e devemos evitar que isso se torne um pensamento natural, pois é doentio para a sociedade. É preciso combater isto, de forma ativa, pois quem cala concorda…

Contamos com vossa presença nas próximas atividades culturais que estamos preparando para compartilhar!

Muito obrigado 

Marcos Pablo Dalmacio é Multi-instrumentista e Compositor, Diretor Artístico da Orquestra Cordas da Ilha e da Orquestra Andante. 

Instagram: @orquestrandante

Canal de YouTube Orquestra Andante https://linktr.ee/Orquestra.Andante

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