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“O Poder da narrativa nas eleições 2024”, por Maurício dos Santos

Como imaginar o sucesso da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2022, sem a metáfora “picanha e cerveja”, ou prever, em 2018, a vitória de Jair Bolsonaro sem o embate com “Globo e STF”? Ou ainda, como lembrar de qualquer participação de Ciro Gomes sem a imagem/voz dele falando sobre economia nacional ou separar Ulysses Guimarães das “Diretas Já”?

Como eternizou o filósofo racionalista holandês Baruch Spinoza, um dos mais importantes da modernidade, “tudo é afeto e afeto é paixão”. Na psicanálise, o afeto refere-se à experiência emocional de um indivíduo. 

No texto “O inconsciente” (1915), Sigmund Freud define o afeto da seguinte forma: “Os afetos e os sentimentos correspondem a processos de descarga, cujas manifestações finais são percebidas como sensações”. 

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Já Jacques Lacan foi direto na provocação, “todo afeto que me afeta é um afeto meu”.                                                

A arte e ciência nos ajudam a elaborar, em forma de histórias até mesmo literárias. Trata-se do poder, na ordem psíquica e social, naquilo que mais atrai paixão e/ou repulsa na vida humana. Por consequência, a política transborda sentimentos: é a potente narrativa!

Contar histórias é uma habilidade fundamental para qualquer líder e deveria ser parte do currículo das escolas, das rodas de conversa, dos núcleos sociais e de negócios, em qualquer curso de graduação ou técnico. 

Narrar é um ato comunitário, envolve compartilhamento de conhecimentos e valores culturais e regionais. Nas artes, ou na vida, narrar um acontecimento é um ato universal. 

É um dos elementos mais unificadores da humanidade, central para a existência humana, ocorre em todas as culturas no mundo. 

Através de histórias, revelamos nossa ideologia, transmitimos conhecimentos, valores, propósito, inspiração, criamos novas perspectivas, abrimos mentes e corações. 

Histórias têm o poder de tornar coisas presentes, definir prioridades, dar vida a questões fundamentais, estabelecer pautas sociais. 

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Em campanhas com espaço para Mídias Digitais e programas de Rádio e TV, as histórias serão as protagonistas em 2024. Vencerá a melhor narrativa, conectada com o tempo presente do cidadão. 

E não há nada mais urgente em uma pré-campanha do que o ato de “selecionar pontos fortes” e despistar “sinais negativos”. Fazer política é fazer escolhas, decidir passos. 

Em uma pré-campanha, escolher é trabalhar contra o tempo, investir no que oferece mais resultado (isto é, gera mais empatia e resposta do público).

E como se sente o eleitor ao se deparar com essa “fábrica de narrativas?”. Ao ouvir uma história, uma função no cérebro chamada “acoplamento neural” é ativada, o que permite ao ouvinte converter as ideias apresentadas em experiências próprias. Isto torna o conteúdo mais pessoal, mais fácil para o ouvinte se identificar, o que aumenta a influência delas.

Com o advento das redes sociais, o poder da narrativa ficou claro e inequívoco. A habilidade de contar histórias virou uma potente arma nas guerras culturais travadas diariamente no mundo virtual, com sério impacto sobre o que pensamos e como tomamos decisões. Não é diferente nas organizações.

Seres humanos são sedentos por sentido, tentam entender o ambiente que os rodeiam, buscam criar um nexo para uma jornada que sabem finita. Por isso, histórias são fundamentais e saber contá-las é uma arte a ser desenvolvida.

Histórias bem contadas são poderosas, naturais, revigorantes, energizantes, persuasivas, holísticas, divertidas, comoventes, memoráveis e autênticas. Por meio delas, compartilhamos paixões, medos, tristezas, dificuldades, alegrias e encontramos um terreno comum para que possamos nos conectar e nos comunicar com outras pessoas. As narrativas nos ajudam a dar sentido às organizações e tornam os storytellers inesquecíveis.

As mudanças no laço social contemporâneo propõem uma grande oportunidade de repensar o lugar e os fundamentos da política enquanto ciência prática. Com uma multiplicidade sintomática, os fenômenos relativos à política social se apresentam fomentando a ampliação das discussões sobre a vida e a sociedade, articuladas ao discurso. 

Definitivamente, na comunicação online ou offline, uma pré-campanha e campanha têm a corajosa missão de traduzir a vida real! 

Maurício dos Santos é jornalista, especialista em Ciência Política e Mestre em Gestão de Políticas Públicas

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