Nesta semana, foi encontrada uma ossada humana em um matagal próximo da Praia de Laranjeiras, na Avenida Rodesindo Pavan, em Balneário Camboriú. Em filmes e séries, como CSI, parece ‘fácil’ descobrir de quem se trata o esqueleto, seja por amostra de DNA, arcada dentária, etc. Mas, na prática, no Brasil, não é bem assim – o delegado Vicente Soares, titular da Divisão de Investigação Criminal (DIC) da Polícia Civil de Balneário, falou sobre o assunto.
Segundo o delegado Vicente, raramente encontram na região de Balneário ossadas como a localizada nesta última terça-feira (23). Ele aponta que isso não é comum por aqui.
“Agora trabalhamos com a questão de pessoas desaparecidas, buscamos identificar alguns pontos – prováveis desaparecidos da região que podem ter indícios de ser a vítima. Entramos em contato com familiares, para a gente conseguir DNA precisamos de dois familiares – não conseguimos pegar DNA do esqueleto e descobrir. Fazemos comparações com base no DNA de dois familiares de primeiro grau, pode ser pai e mãe ou irmãos do mesmo pai e mesma mãe”, diz.
O delegado disse que a arcada dentária também pode ser analisada, mas exige comparação, porque não existe um banco de dados sobre arcada dentária onde pesquisa-se e descobre-se quem é a pessoa.
O crânio encontrado mostra que a pessoa usava aparelho – o que é uma característica bastante específica e que pode ajudar nas investigações, além de roupas, como uma camiseta da marca Volcom.
“Nós estamos analisando a lista de desaparecidos e a sociedade também pode entrar em contato, caso alguém reconheça as roupas, por exemplo. Estamos fazendo um levantamento. Ele tinha aparelho, isso é algo bem característico, não identificamos ainda alguém que usava aparelho e está desaparecido por aqui, mas vale lembrar que não quer dizer necessariamente que a ossada é de alguém da cidade, pode ter sido deixada ali”, acrescenta Vicente.
O delegado explica que estão aguardando o resultado da perícia feita no local onde a ossada estava. Ele descreve que os ossos estavam ‘espalhados’ e que não estavam em uma cova – a teoria é de que poderia estar ‘semi enterrado’.
“Como se fosse sedimentos da chuva, da terra que pode ter caído em cima dos ossos, como se tivesse coberto. Mas não estava em formato de esqueleto, os ossos estavam soltos. Assim como a roupa não estava nos ossos, estava solta. Podem ser que animais tenham mexido, mas pelo local que estava, o cheiro teria sido sentido, teriam aparecido urubus, as pessoas teriam percebido. Já estava em forma de esqueleto, não tinha mais resto de carne, isso indica que faz tempo [que a morte aconteceu]. Existe a marca de tiro na cabeça, tudo indica que tenha sido um homicídio ou uma morte violenta talvez, como um latrocínio”, completa.
Qualquer informação pode ser repassada para a Polícia Civil pelo telefone 181 ou através do WhatsApp, pelo número (48) 98844-0011. O sigilo é absoluto.