O dono da CTIL Logística, Cesar Oliveira de Oliveira Junior, foi preso nesta quinta-feira, acusado de tráfico internacional de drogas, no âmbito da Operação Hinterland, deflagrada pela Polícia Federal e Receita Federal, com apoio da Agência da União Europeia para Cooperação Policial e da Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai.
O “empresário”, que chegou a vencer a licitação para operar a concessão do Porto de Itajaí, é acusado de integrar uma organização criminosa que atuava nos portos de Itajaí e Rio Grande.
Outras quatro pessoas foram presas na região. Segundo a PF, foram cumpridas 16 ordens de prisão preventiva e 37 mandados de busca e apreensão no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Amazonas, Rondônia e em Assunção, no Paraguai.
Também são executados os sequestros de 87 bens imóveis, 173 veículos, uma aeronave, bloqueios de contas bancárias vinculadas a 147 CPFs e CNPJs, 66 bloqueios de movimentação imobiliária de 66 pessoas físicas e jurídicas e a proibição de expedição de Guia de Trânsito Animal para quatro investigados, totalizando a execução de 534 ordens judiciais.
Com as medidas executadas, a descapitalização da organização criminosa poderá chegar a R$ 3,85 bilhões, valor estimado das transações ilícitas identificadas durante o período da investigação.
A Operação Hinterland iniciou a partir de informações recebidas pela Polícia Federal de que 316kg de cocaína haviam sido apreendidos na cidade de Hamburgo, na Alemanha, em dezembro de 2020, enviados a partir do Porto de Rio Grande.
Em dois anos de investigação, ficou comprovado que a quadrilha movimentou 17 toneladas de drogas que tinham como destino a Europa, sendo que 12 toneladas foram apreendidas.
A investigação indicou que a droga produzida na Bolívia era remetida para o Brasil por um fornecedor paraguaio e ingressava no país por Ponta Porã/MS. Posteriormente, a cocaína era transportada em caminhões até o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, sendo armazenada nas próprias empresas da organização criminosa ou em depósitos próximos aos portos de Rio Grande e Itajaí.
A droga era inserida em cargas regulares com a intervenção e coordenação da alta administração das empresas de logística, sem o conhecimento dos contratantes, proprietários das cargas lícitas (normalmente de insumos que poderiam mascarar a droga quando submetida aos controles alfandegários).
Já no continente europeu, o grupo comprador da droga, furtava a parte da carga regular que continha a cocaína, para distribuição em diversos países da Europa.