Também repetiuque sabia que a cloroquina e a hidroxicloroquina não tinham eficácia cientificamente comprovada para tratar o vírus
Por Nicholas Shores, Emilly Behnke e Daniel Galvão
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a usar a sua transmissão ao vivo semanal nas redes sociais para desafiar os críticos da sua postura frente à pandemia de covid-19 a mostrar um registro em áudio ou vídeo em que ele apareça classificando a doença como uma “gripezinha”.
Em seguida, o mandatário pediu a um ajudante de ordens para reproduzir o trecho do pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV em que, segundo sua própria versão, Bolsonaro estaria falando apenas do seu “caso particular” ao dizer que, se contraísse o vírus, seria acometido apenas por uma “gripezinha” ou um “resfriadinho”.
Mas houve outra ocasião em que Bolsonaro tratou a covid-19 como “gripezinha”. Foi em 20 março, durante entrevista coletiva, no Palácio do Planalto. “Depois da facada não vai ser uma gripezinha que vai me derrubar, tá ok?”, afirmou Bolsonaro, ao responder a questionamento do Broadcast/Estadão sobre o motivo pelo qual não divulgava de forma transparente o laudo completo de seus exames negativos para o coronavírus (à época, o presidente apenas dizia que não havia sido infectado, o que ocorreria mais tarde).
Na live desta quinta-feira, 3, o chefe do Planalto retomou outro protagonista das suas próprias controvérsias em relação à pandemia, ao repetir que ele e seu governo sabiam que a cloroquina e a hidroxicloroquina não tinham eficácia cientificamente comprovada para tratar o vírus. “Quem sabe no futuro”, emendou.