Aconteceu na manhã desta segunda-feira (16), na prefeitura de Balneário Camboriú, uma reunião inédita entre as duas equipes de transição dos futuros governos de Balneário Camboriú e Camboriú, respectivamente de Juliana Pavan e Leonel Pavan, um fato duplamente inédito, já que pai e filha governarão as duas cidades. O encontro serviu para discutir possíveis futuros projetos juntos e já há uma próxima reunião marcada para quinta-feira (19).
A prefeita eleita de Balneário Camboriú, Juliana Pavan, destacou o ineditismo das duas equipes de transição juntas, falou da importância do diálogo e trabalho conjunto.
Um dos pontos citados por ela foi a questão da água, que tem sido muito debatida, com a chance de faltar neste verão (saiba mais aqui), assim como o saneamento.
“Foi um momento importante para trazermos os assuntos entre os dois municípios e trilhar uma caminhada com responsabilidade e sabedoria. O trabalho começa já. Os dois governos precisam ter pressa para correr atrás do que foi deixado de lado”, disse.
Leonel Pavan agradeceu o convite e também reforçou o ineditismo de reunir os secretários das duas cidades. Ele disse que a união ‘das duas Camboriús’ mostra a importância de uma cidade para a outra.
“Estamos separados por CNPJ, mas ligados por terra, por amor, compromisso e mais do que nunca agora por família”, afirmou.
Pavan falou do secretariado formado e da expectativa muito grande nas duas gestões. Também citou que ‘é inédito e histórico’ um prefeito ser diplomado em outra cidade [ele será diplomado nesta segunda-feira em Balneário Camboriú, junto com Juliana Pavan).
“O TRE-SC sentiu a necessidade e viu a proximidade das duas cidades. Porém, o fato de sermos pai e filha não pode ser foco e sim temos que ter foco nas pessoas, que precisam de bons governos. Grande parte das pessoas depende das duas cidades por geração de empregos e social, e por isso precisamos de conversas conjuntas. Precisamos falar da central de segurança para as duas cidades, não pode ter isso de policiais não poderem passar de uma cidade para a outra. O importante é conversar, porque muita coisa que tem em uma cidade pode servir para a outra”, acrescentou.
O prefeito eleito de Camboriú também enalteceu que é chegada a hora do ‘pontapé para a resolução e para um momento inédito’, com as transições quase concluídas.
“É chegado o momento de tirar o projeto do papel, o nosso case é único e o Estado está de olho nas nossas duas cidades. Querem afastar a conexão familiar que temos e tentam falar para a Juliana “não deixa ele mandar em você”, e eu me irrito quando escuto isso, porque querem dividir a família e isso parte de quem aposta no fracasso, na divisão”, pontuou.
Futuros projetos conjuntos
O coordenador de transição de Juliana, Leandro Índio da Silva, apresentou resumidamente alguns dos projetos que as duas cidades podem executar de forma conjunta, como a criação de um escritório de projetos que poderiam ter para as duas cidades captarem recursos.
Foi falado também sobre projetos culturais que podem ter nas duas cidades, como a criação de uma Rota Açoriana, assim como a criação de um sistema intermunicipal de avaliação do ensino fundamental.
Foi sugerida uma eventual fusão dos jogos escolares (JEBC e JECAM), para se tornar um dos maiores eventos esportivos estudantis do estado.
Foi citada ainda a criação da guarda de trânsito de Camboriú, que Balneário pode ajudar, assim como a necessidade de lutar junto ao governo de estado pela ampliação dos serviços em ambas as cidades como bombeiros, PM e pela subdelegacia da Polícia Civil.
Há também a ideia de confeccionar materiais promocionais e fazer divulgação turística conjunta (Balneário Camboriú com turismo de eventos e praias e Camboriú com turismo náutico, religioso e turismo rural), bem como incluir informações de uma cidade no site da outra, e no aniversário de cada cidade incluir a outra, ‘celebrando as duas Camboriús’.
Um dos destaques também é tirar do papel o tão sonhado parque inundável, concluir a obra do parque linear de Camboriú e trabalhar de fato para não faltar mais água.
Foi citado ainda a ideia de expandir de forma concomitante o horário de atendimento em quatro unidades básicas de saúde de cada município até 21h, vocacionar as unidades hospitalares e intensificar o conjunto de política de saúde da mulher, buscando parceria com rede feminina de combate ao câncer.
No plano ainda consta a revisão simultânea do plano diretor das duas cidades, projetar e executar novos acessos intermunicipais, lutar de forma para atrair melhorias nos acessos (com União e Arteris), e há também o plano de habitação popular entre as duas cidades.
Foi comentado também sobre a necessidade de regulamentação da reforma tributária de forma conjunta, revisão da planta genérica de valores de ambas as cidades, integração de softwares e sistemas de todas as áreas de gestão, começando com piloto pela Fazenda (política de inovação que podem construir via licitação, etc), criação de uma subprefeitura no Monte Alegre com serviços como acontece na subprefeitura da Barra.