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Vereador sugere trocar feriado de terça-feira de Carnaval por ponto facultativo

Carnavalescos não aprovam a ideia: projeto será discutido hoje, junto com outro que sugere que Liga Carnavalesca seja de utilidade pública

Dois projetos relacionados ao Carnaval de Balneário Camboriú estarão em primeira discussão na sessão desta quarta-feira (13), na Câmara de Vereadores. 

Um deles, de autoria da vereadora Juliana Pavan, sugere que a Liga Carnavalesca da cidade seja considerada de utilidade pública e o outro, assinado pelo vereador Anderson Santos, quer que a Terça-feira de Carnaval deixe de ser feriado em Balneário Camboriú, passando a ser ponto facultativo. Na justificativa, Anderson alega que o feriado ‘atrapalha’ todo o comércio local e ainda onera os empresários.

Dar ao povo o que é do povo 

O vice-presidente da Liga Carnavalesca, Evandro Rocca, explica que a Liga construiu um legado ao longo desses oito anos, e que ser considerado de utilidade pública – algo que lutam há anos, traria benefícios. 

“Já fazem quatro anos que tentamos que a Liga seja considerada de utilidade pública, é de suma importância porque ajuda com os patrocinadores e estamos mostrando que não temos fins lucrativos. O objetivo é dar ao povo o que é do povo, mostrar que a Liga tem ligação com a comunidade, e é isso”, diz, lembrando que a maior luta da Liga é colocar o Carnaval no calendário oficial da cidade – que até hoje não consta.  

“Não faz sentido nenhum” 

Evandro aproveita para falar que Balneário é uma cidade cosmopolita, que atrai pessoas de todo o Brasil, que inclusive vêm para participar dos blocos e do Carnaval. Por isso diz não entender por qual motivo o vereador Anderson quer que deixe de ser feriado na cidade. 

“Entendemos que não faz sentido nenhum. Não é um feriado nacional e sim um ponto facultativo, mas cada estado ou município regulamenta por lei. Acredito estar equivocado tirar um feriado nacional que, na realidade, não existe. As agências de viagem, hotéis, comércio, todos querem a oficialização da data [que hoje não está no calendário oficial da cidade], e não que deixe de ser feriado”, informa. 

Segundo Rocca, a diretoria e membros da Liga estarão na Câmara nesta quarta, tanto para pedir a utilidade pública como para se mostrarem contrários ao fim do feriado. 

“Porque vemos que não tem como não ser feriado em Balneário, já que pacotes podem ser vendidos falando que aqui é feriado. Com relação aos funcionários do comércio, não há problema. Todo funcionário pode receber hora extra ou adicional. Na questão do funcionalismo público, geralmente é um ponto facultativo segunda e terça. Adendo: nosso município é turístico, a movimentação comercial será ainda mais privilegiada, nenhum comércio vai querer fechar com tantas pessoas na cidade e consumindo. Enfim, não seria justo não termos um retorno positivo quanto a isso, principalmente de quem deveria nos apoiar, que é o poder legislativo”, completa. 

“Tirar do calendário pode prejudicar a gente” 

Vitor Alves é presidente do Inimigos da Segunda, o maior bloco carnavalesco de Balneário Camboriú, e é também o secretário de articulação da Liga Carnavalesca; ele completa o que disse Evandro, afirmando que brigam há muito tempo para a entidade ser considerada de utilidade pública. 

“É muito importante termos esse reconhecimento de maneira legal, assim poderemos mostrar aos patrocinadores e ao público. Sobre o segundo projeto, quando fiquei sabendo, tentei explicar para o vereador, e ficamos de conversar antes da sessão para expor o nosso lado. Acho que ainda é reversível, porque tirar do calendário [o feriado] pode prejudicar a gente. Hoje não tem lei que garanta o Carnaval, por isso também lutamos para ter o Carnaval no calendário oficial, após a aprovação da utilidade pública vamos lutar por isso”, explica. 

Alves comenta que um dos maiores temores da Liga é que, por não ter uma lei que apoie o Carnaval, no futuro um prefeito decida que o evento não acontecerá mais. 

“Isso aconteceu em Navegantes, com o cancelamento do Navegay. Esperamos que não aconteça em Balneário. Inclusive já estamos organizando o Carnaval de 2022 e acreditamos que tende a acontecer, sim. O poder público está apoiando bastante, através do secretário de Turismo Geninho Góes, que vem da área de eventos e entende a importância do Carnaval. O nosso maior receio hoje é a questão dos patrocinadores, pois empresas grandes ainda não decidiram como será isso, pelo receio por parte da pandemia”, acrescenta.


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