(Waldemar Cezar Neto) – O Partido Democrático Trabalhista (PDT) tornou público nesta quarta-feira seu desembarque do governo Fabrício Oliveira, visando as eleições do ano que vem e encerrando a contradição de um partido fundado por Leonel Brizola, apoiar o prefeito Fabrício Oliveira, aliado de um político de extrema-direita como Jair Bolsonaro.
Parece premonição -evidente que não é- os brizolistas se afastarem do bolsonarista, no mesmo dia em que o Datafolha mostrou o derretimento de Jair Bolsonaro que corre o risco de sequer ir ao segundo turno da eleição presidencial.
Na eleição do ano que vem, o PDT lançará Ciro Gomes como candidato à Presidência da República e se os seus filiados locais continuassem aliados a um prefeito bolsonarista, poderia haver até mesmo intervenção no diretório municipal.
Na base de apoio a Fabrício, o PDT não teria espaço sequer para concorrer a deputado estadual, mas partido que concorre à Presidência da República precisa lançar candidatos nas cidades importantes.
O PDT é um bom canal para eleger deputado estadual, em especial se a deputada Paulinha concorrer a outro cargo e deixar o espaço aberto para alguém com potencial na faixa dos 30 mil votos.
Surgiram boatos de que o comando do partido em Florianópolis estaria procurando um nome, que poderia ser até o ex-prefeito Edson Piriquito, político que sabe fazer contas e tem consciência que se eleger pelo MDB é mais difícil do que pelo PDT.
Líderes locais do PDT alegaram que a aprovação do calote no fundo de saúde dos servidores municipais foi a gota d´água, mas a verdade é que eles já engoliram outras coisas mais desagradáveis do que isso.
O PDT tem dois vereadores, Eduardo Zanatta e Patrick Machado, portanto o afastamento fortalecerá a oposição e, em tese, deixará o governo municipal em minoria na Câmara.