O Hospital Municipal Ruth Cardoso, de Balneário Camboriú, é referência em captação de órgãos em Santa Catarina. Dos 66 hospitais doadores de órgãos para transplante, está em sétimo lugar, alguns postos à frente do Hospital Marieta, de Itajaí, que é bem maior.
Joel de Andrade, coordenador da SC Transplantes (Central de Transplantes de Santa Catarina, órgão responsável pela notificação, captação e distribuição de órgãos e tecidos no Estado) destacou o trabalho feito pela equipe do Ruth Cardoso.
“Há alguns anos, o Ruth Cardoso está entre os 10 que mais doam. Além de fazer bastante, faz bem feito, o modo de operar da equipe, que é muito entrosada. O hospital começou a captar antes de 2017, mas a partir daquele ano melhorou muito em números e no nosso levantamento até abril, ele aparece em sétimo lugar”, afirmou Andrade, lembrando que no ano passado, a Comissão Hospitalar de Transplante (CHT) do Ruth Cardoso já foi reconhecida como destaque estadual.
34 captações esse ano
Nesta terça-feira (30), o hospital captou o segundo coração deste ano, após o registro de uma morte encefálica.
Desde o início do ano foram captados 34 órgãos (10 córneas, 16 rins, seis fígados e dois corações) de oito doadores.
O diretor de enfermagem do Ruth Cardoso, Ricardo Lorenz Brodersen, explicou que a doação de órgãos é uma decisão da família, ato assegurado pela Lei nº 9.434, de 4 fevereiro de 1997, que institui a legalidade sobre a remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de transplantes e tratamento, caso seja de livre vontade e autorizado pelo doador ou familiar responsável.
“Atualmente o cenário é muito positivo. Desde 2017, na minha gestão, temos intensificado o processo de captação”, disse Ricardo.
Nestes seis anos, o hospital realizou 94 captações, beneficiando cerca de 100 pessoas.
Os órgãos mais captados são rins, fígado e globo ocular.
A captação é feita por uma equipe multidisciplinar composta por enfermeiros, médicos e psicólogo.
Informação
Segundo o diretor, os números poderiam ser maiores, mas
a dificuldade ainda é as famílias terem conhecimento da vontade de doação.
“Para a doação, é imprescindível que haja autorização familiar, por isso a importância de avisar o desejo ainda em vida para os mais próximos”, disse o diretor.
Por isso, no mês de setembro, o hospital realiza um evento de conscientização e esclarecimento de dúvidas que o assunto traz para doadores e para familiares.
“Doar órgãos é um ato de amor ao próximo em um momento que está vivenciando a própria dor, isso nos mostra o altruísmo e a benevolência das pessoas na atualidade.
Seja vida em alguém, doe órgãos”, destacou o diretor do Ruth Cardoso.