No primeiro semestre deste ano, o Hospital Municipal Ruth Cardoso realizou mais de 60 mil atendimentos, prestados pelo Pronto Socorro (PS) Adulto, pelo PS Pediátrico, PS Obstétrico e PS Covid-19.
Destes, 59% foram prestados a pacientes de Balneário Camboriú, e 41% de outros municípios.
No mesmo período, o Hospital realizou 5.845 internações. Deste total, 42% eram pacientes de Balneário e 58% de outros municípios.
Na UTI Adulto, destaca-se uma quantidade maior de internações de pacientes de outras cidades, 70%.
Na Maternidade, 68% das gestantes internadas são de cidades da região, e na UTI Neonatal, 73% dos bebês, também, na média semestral. A Maternidade do Ruth Cardoso atende moradores de Balneário Camboriú, Camboriú, Itapema, Porto Belo e Bombinhas.
Balneário recebe do SUS e do Governo de SC, mas não é o suficiente
A diretora-geral do Hospital Ruth Cardoso, Syntia Sorgato, salienta que as internações da unidade representam somente 40% de Balneário e 60% de outras regiões.
“Recebemos do SUS por esses atendimentos, mas a Tabela SUS não é atualizada desde 2008. Ela só atende de 10 a 20% do valor de custo. Realmente a prefeitura precisa do apoio de municípios vizinhos e do estado para ajudar a custear”, diz.
Syntia lembra de um tema há muito debatido: hoje o Ruth Cardoso é um hospital mais regional do que municipal e, mesmo assim, a maior margem do custeio é feita pela prefeitura de Balneário (o custeio total do Ruth Cardoso em 2021 foi R$ 104,8 milhões, com média de R$ 8,73 milhões/mês, destes R$ 5,54 milhões são de recurso municipal, R$ 1,60 milhões de recurso estadual e R$ 1,58 milhões de recurso federal via SUS).
Em 2021, o investimento em Saúde em Balneário representou 29,7% do total da arrecadação líquida municipal. O obrigatório por lei é de 15%. O percentual adicional representa o custeio do HMRC.
“Precisamos da estruturação de leitos também. Vemos vários movimentos do Ministério Público e precisamos de leitos de média e alta complexidade, pois hoje há defasagem no nível de leitos em relação ao número da população, assim como o agravamento da complexidade de casos que chegam até nós, bem como o aumento da população idosa em SC e os casos pós-Covid”, comenta.
Buscando soluções
A diretora pontua que o prefeito Fabrício Oliveira acompanha a situação de perto e que há uma ação civil pública, por onde o Governo de SC paga ao hospital os já citados R$ 1,60 milhões/mês.
“Porém, os custos médicos têm inflação de 30% ao ano e o subsídio que recebemos de SC e do SUS não é o suficiente. Balneário ainda subsidia mais de 60%, o que é uma diferença muito grande”, completa.
Vereador diz que é o ‘momento perfeito’ para pedir apoio
O vereador Marcelo Achutti pede há muito tempo para o Governo de SC ajudar com o custeio do HMRC, e ele diz que o prefeito Fabrício Oliveira deveria aproveitar o atual momento.
“Ele, como líder da nossa cidade, deveria liderar esse movimento e aproveitar agora, que é o momento perfeito, e cobrar dos candidatos ao governo do Estado, fazer se comprometerem e assumirem publicamente a gestão do hospital ou a ajuda no custeio. É o que esperamos!”, comenta.
Achutti aproveita para citar que o atual governador, Carlos Moisés, que tentará a reeleição, muito prometeu e nada cumpriu.
“O meu partido, MDB, coligou com o Moisés, mas eu não apoio. Vou apoiar uma candidatura que apoia Balneário, e hoje o Moisés não é isso. Ele virou as costas para a nossa cidade. Espero que o prefeito Fabrício e também os prefeitos de municípios da região exijam compromisso dos candidatos, porque hoje Balneário está pagando a conta de toda a região e não podemos mais aceitar isso. Sabemos que o Ruth Cardoso tem problemas, mas graças a Deus temos ele para atender a nossa e a demanda da região. Saúde não pode ter bandeira partidária”, finaliza.