O vereador Marcelo Achutti divulgou que na última quinta-feira (13), 9.920 pessoas aguardavam consultas com especialistas na rede pública de Balneário Camboriú. Ele comparou os números com um levantamento que fez antes da pandemia, em 2020, quando constatou 9.130 pessoas na lista da espera, demonstrando um aumento nos números.
A Secretaria de Saúde, através do diretor de Ações Especializadas, Victor Moreira de Moraes Lopes, explicou a situação e disse que estão acontecendo mutirões para zerar a fila.
“Em março de 2020 haviam 9.130 pessoas na lista de espera da Saúde no aguardo para consultas com especialistas. Passaram-se 436 dias, e a fila para este atendimento só aumenta. Hoje (quinta-feira, 13) são 9.920 pessoas na espera”, reafirmou o vereador, acrescentando ainda que hoje mais de mil pacientes esperam atendimento com psicólogo.
“Antes da pandemia o número da fila de espera já era alto, teoricamente teria que ter baixado, e na verdade aumentou. Por isso, solicitamos novamente que a Secretaria da Saúde tome as devidas providências, pois, mesmo com a pandemia do Covid-19 a saúde dos munícipes não pode esperar; há casos de pacientes aguardando há mais de dois anos por um atendimento. Nossa população está sofrendo pelo Covid-19 e pelo descaso de nossa saúde oública”, acrescenta.
Saúde diz que 9.920 é o número total de pacientes
O diretor de Ações Especializadas da Secretaria de Saúde, Victor Moreira de Moraes Lopes, aponta que as informações do vereador Marcelo precisam ser analisadas ‘de uma forma coerente’.
“Esses dados de 9.920 englobam todas as especialidades médicas, clínicas e multiprofissionais do município de Balneário Camboriú. Realmente 9 mil é um número estratosférico, mas nós temos 70 especialidades que constam nesses dados de 9 mil. Então, diluindo entre os profissionais, hoje a nossa fila de espera e demanda reprimida não está expressiva na maioria das especialidades”, comenta.
Segundo Victor, hoje as maiores demandas reprimidas são nas áreas de Neurologia, Cardiologia, Otorrinolaringologia e Endocrinologia do Idoso.
“Para diminuir as filas estamos fazendo mutirões, contratamos mais uma cardiologista para o NAI (Núcleo de Atenção ao Idoso), ampliamos a carga horária de um neurologista da nossa rede para também suprir, e dois finais de semana por mês estamos fazendo mutirões para zerar a fila de espera”, destaca.
Acontecem ainda teleconsultas para qualificar os encaminhamentos e evitar que os pacientes demorem muito para consultarem, assim conseguem saber o nível de prioridade de cada pessoa. Por exemplo, especialidades que poderiam demorar dois anos para consultar agora acontecem em até 10 meses o tempo de espera.
“Até o final do ano esperamos reduzir para 30 dias, que é o período correto de retorno nas especialidades”, acrescenta.
Demanda reprimida seria maior no retorno
O diretor conta ainda que a maior demanda reprimida são os pacientes de consultas de retorno – a primeira consulta seria agendada com maior rapidez do que o retorno, pois ele teria um ‘processo de organização’ no sistema que exige prazos determinados, e seria esse o motivo para os atrasos ocorrerem.