A polícia segue investigando o ataque à creche Bom Pastor, de Blumenau, na manhã desta quarta-feira (5). O delegado-geral, Ulisses Gabriel, reforçou que ainda estão apurando se há mais envolvidos no crime e se o ataque foi organizado online.
As quatro vítimas do crime, crianças de quatro a sete anos, aumentaram para ao menos 40 o número de alunos e professores mortos em atentados a escolas desde o início dos anos 2000.
Ao menos 18 casos do tipo foram registrados no Brasil neste período, totalizando mais de 70 feridos.
Até 2022 ocorreram 16 ataques à escolas no Brasil, com 35 mortos e 72 feridos.
Somente no segundo semestre do ano passado, foram registrados quatro casos.
Os mortos na creche de Blumenau foram três meninos e uma menina, identificados como Bernardo Cunha Machado, de cinco anos, Bernardo Pabest da Cunha, de quatro anos, Larissa Maia Toldo, de sete anos, e Enzo Marchesin Barbosa, também de quatro anos. Todos eles eram filhos únicos, conforme o prefeito de Blumenau, Mário Hildebrandt, informou em entrevista coletiva.
A princípio, as agressões ocorreram de forma aleatória e, ao perceber que as professoras estavam socorrendo os alunos, o agressor fugiu, pulando o muro da creche.
Ele partiu em uma motocicleta e se entregou à Polícia Militar.
Cerca de 40 crianças estariam usando o parquinho no momento da invasão. Quatro crianças feridas foram encaminhadas ao Hospital Santo Antônio, sendo duas meninas de cinco anos e dois meninos de cinco e três anos; uma quinta criança foi enviada para o Hospital Santa Isabel – uma menina de cinco anos, que feriu o ombro.
Outro caso recente de ataque à escola ocorreu em 27 de março, em São Paulo. A professora Elisabeth Tenreiro, de 71 anos, foi esfaqueada por um aluno de 13 anos de uma escola estadual na Vila Sônia, localizada na Zona Oeste de SP. Outros três professores e um estudante também foram feridos.
NOTA DA REDAÇÃO: decidimos não publicar foto, vídeo, nome ou outras informações sobre o autor do ataque, embora ele seja maior de idade. Essa decisão segue recomendações de estudiosos em comunicação e violência. Pesquisas mostram que essa exposição pode levar a um efeito de contágio, de valorização e de estímulo do ato de violência em indivíduos e comunidades de ódio, o que resulta em novos casos. A visibilidade dos agressores é considerada como um “troféu” dentro dessas redes.