A vereadora Juliana Pavan está chamando a atenção da população e das autoridades locais para a necessidade de medidas preventivas contra deslizamentos e desmoronamentos na cidade. Isso está acontecendo porque Juliana recebeu informações da prefeitura sobre as áreas de alto risco geológico e hidrológico – são 43, sendo que nelas estão 598 imóveis, com 2406 pessoas.
A Defesa Civil da cidade as monitora frequentemente.
Juliana encaminhou em 2022 um pedido de informações à prefeitura, onde questionou sobre áreas de risco de deslizamento e desmoronamento, mapeadas e monitoradas, e se existem pessoas vivendo nesses locais.
A resposta da prefeitura de Balneário Camboriú só chegou neste ano e acendeu um alerta, com números que surpreenderam.
“Fiz um pedido de informação e demorou muito tempo para chegar a resposta, mas veio e me chamou a atenção o número de locais de risco em Balneário. Gostaria de saber o que a prefeitura está fazendo para conter? Há locais por toda a cidade, no Bairro das Nações, região do Interpraias… é preciso conduzir com segurança e dar assistência ao morador, pois já acontece um crescimento desordenado em Balneário Camboriú. O que me motivou a ir atrás de informações foi o que aconteceu em outros municípios, como deslizamentos”, explicou.
A vereadora questionou se o mapeamento das áreas está atualizado, porque o último levantamento foi feito em 2018 pelo Serviço Geológico do Brasil.
“Precisamos prevenir desastres, e essas áreas de risco precisam ser monitoradas. Não podemos esperar acontecer o pior, precisamos manter a segurança da população e evitar tragédias. A prefeitura precisa fazer encaminhamentos para evitar situações do tipo. Quero saber quais medidas estão fazendo, o que fazem para garantir a segurança, pois nós não temos conhecimento de medidas adotadas. É um problema grave e urgente que precisa ser resolvido imediatamente”, acrescentou.
O que diz a Defesa Civil
O diretor da Defesa Civil de Balneário Camboriú, Fabrício Melo, disse que quando o atual governo assumiu a prefeitura possuíam um mapeamento com somente seis áreas de risco ‘oficiais’, hoje seguem essas, mas ao total hoje há 43, que ‘sempre existiram’ e que agora estão mapeadas.
“Há quatro níveis de risco e a recomendação é de que no nível muito alto (R4) as pessoas que moram próximas sejam retiradas, e já fizemos isso. Balneário fez o que tinha que fazer nesses casos – um exemplo é a Rua Hermógenes de Assis Feijó, tem 10 casas interditadas de onde foram retiradas pessoas com ordem judicial, na Vila Fortaleza (área de invasão no Bairro da Barra) também, e lá há ainda os casos de invasão irregular”, informou.
Estações meteorológicas
Fabrício contou que a prefeitura está adquirindo 10 estações meteorológicas para ter dados em tempo real de volume de chuva, pois hoje possuem somente duas estações, que são do Governo Federal.
A prefeitura também conta com um geólogo no quadro de funcionários do município, que presta apoio à Defesa Civil. O profissional é responsável por analisar situações de área de risco, auxiliando tecnicamente junto de um engenheiro civil.
“No caso das áreas R2 e R3 fazemos monitoramento, visitamos as famílias. As pessoas sabem que vivem em áreas de risco. Temos proximidade com esses moradores e mais do que nunca estamos promovendo notificação de áreas, para que os proprietários façam as obras de contenção. Fizemos mais autorização de contenção em seis meses do que em cinco anos. Estamos focando bastante nisso, lembrando que em caso de risco eminente retiramos as pessoas, e se há risco menor, fazemos o acompanhamento, incentivando a contenção para evitar problemas futuros”, salientou.
Foi criado no fim de 2022 o cargo de Agente da Defesa Civil, e nas próximas semanas quatro Agentes devem começar a trabalhar no departamento, auxiliando a atual equipe, formada por sete pessoas, a fiscalizar e cuidar de situações.