O juízo da 1ª Vara Criminal da comarca de Balneário Camboriú determinou nesta quarta-feira (12) que, após receber alta na clínica veterinária em que se encontra, a cadelinha Kyra, deixada presa por três horas dentro de um carro fechado por seu tutor, um turista de São Paulo, será encaminhada provisoriamente à ONG Viva Bicho.
Kyra não poderá ser adotada neste momento
A voluntária Patrícia Ferreira, tesoureira da ONG Viva Bicho, conta que muitas pessoas se interessaram pelo caso inclusive querendo adotar a cadelinha.
“Ela só vai ser liberada a partir de amanhã (quinta-feira (13) e estará sob tutela judicial, não poderá ser doada, até ser decidido se ela volta ou não para o tutor. O processo pode ser demorado, há muitos trâmites”, explica.
Patrícia afirma que o caso foi um ‘absurdo’ e que ‘não tem desculpa’.
“Foi lamentável o que aconteceu, mas positivo que as pessoas estão prestando atenção e o policial não hesitou em quebrar o vidro do carro para salvar a cadelinha. Eu já presenciei caso de policial não querer tocar no carro. São positivas as mudanças na lei e a PM ter cumprido, salvou a vítima, encaminhou o criminoso para a delegacia. É crime mesmo sendo de menor potencial, que sirva de exemplo e que as pessoas tenham responsabilidade. É uma vida, foi muito feio e grave, mais um pouquinho o animalzinho teria ido a óbito. Esperamos que os tutores se tornem mais responsáveis e a comunidade, quando presenciar algo do tipo, chame por socorro e denuncie”, completa.
Relembre
Na terça-feira, o veículo ficou desde às 11h em estacionamento na Avenida Atlântica, e a presença da buldogue francês em seu interior só foi observada pelos funcionários do local às 14h, quando o animal já se encontrava agonizando. O tutor de Kyra teria deixado ela no carro para ir ‘almoçar com a família’.
Tutor recebeu liberdade provisória
O tutor, preso em flagrante, teve a liberdade provisória concedida após audiência de custódia, mediante assinatura do termo de compromisso, cientificando-o das obrigações assumidas e das consequências de seu descumprimento.
O homem não possuía passagens pela polícia e pagou a clínica veterinária onde Kyra foi levada. A Justiça considerou que não há nos autos ‘embasamento idôneo que autorize a prisão preventiva, pela ausência dos requisitos previstos no art. 312, do CPP’. O processo tramita sob sigilo.