Um leitor procurou o Página 3 para denunciar uma situação que acontece diariamente na Rua Nepal, na esquina com a Avenida Palestina, no Bairro das Nações. Andarilhos dormem na calçada onde ele possui um estabelecimento e acabam vomitando e defecando no local. A Associação de Moradores e a Abordagem Social se pronunciaram sobre o caso.
“Está um caos”
O morador, que preferiu não se identificar, disse que entende que há a lei de ir e vir, mas que ela não inclui vomitar, defecar e urinar na calçada.
“Não aguentamos mais, acontece todos os dias! Não sabemos mais o que fazer, já fomos na polícia, já falamos com vereadores. Onde estão as autoridades? Pagamos nossos impostos, uma obrigação nossa, e o que fazem”, perguntou.
Segundo o denunciante, o prédio que aparece nas imagens é dele e de seu irmão e que, por conta da situação com os andarilhos, inquilinos não permanecem no local por muito tempo.
“Não aguentam, alguns têm até medo desses caras que ficam ali embaixo. Eles cagam, mijam, vomitam. Fica resto de comida também, comem naquelas cumbucas e jogam ali o resto. Pagamos faxineiros para limpar dentro e fora do prédio e os faxineiros não querem mais ir limpar. Só neste mês trocamos duas vezes o faxineiro, esse que entrou é o terceiro! Fica um mês, uma semana, 15 dias, tem alguns que nem voltam para receber. Está um caos aquilo ali”, acrescentou.
O que diz o Resgate Social
O diretor da Abordagem Social de Balneário Camboriú (departamento responsável pela abordagem e encaminhamento de pessoas em situação de rua), Roberto Pereira, reconheceu que a situação na Avenida Palestina é crítica, e inclusive é alvo de reclamações constantes por parte de moradores, por conta da presença constante de andarilhos no bairro.
“A situação é crítica também porque muitas pessoas que estão ali não são moradores de rua, são alcoólatras, pessoas do bairro. Há pessoas em vulnerabilidade, mas é mínimo. O complicado é que as conveniências vendem, não temos muito o que fazer. Ofertamos ajuda, mas eles não querem. É diferente do usuário de drogas, são alcoólatras e acham que não são doentes, mesmo estando na pior”, afirmou.
Sobre a questão dos dejetos deixados e que os moradores precisam limpar, Roberto disse que a comunidade precisa ligar para a Abordagem Social (156).
“Nós contatamos a Ambiental. Se for cocô, nós mesmos recolhemos”, comentou.
Associação de Moradores também se pronunciou
O Página 3 também procurou a presidente da Associação de Moradores do Bairro das Nações, Sara Soares, já que na campanha eleitoral realizada em 2021 foi citado que a associação trabalharia este assunto.
“É visível o aumento de pessoas em situação de rua, e isso se deve a inúmeros fatores, principalmente nacionais, como a crise e o desemprego. É uma tarefa difícil, já que o cenário é de recessão. É uma tarefa do poder público prestar esse auxílio. Precisamos também diferenciar pessoas em situação de rua de pessoas em situação de drogadição; e catador de material reciclável”, salientou.
Segundo Sara, a Associação está sempre em contato com a Secretaria de Inclusão Social, por meio da Abordagem Social. “Buscando amenizar essa situação, fazendo os encaminhamentos para os serviços disponibilizados pelo poder público municipal, como a Casa de Passagem. Na semana que vem teremos uma reunião com o diretor da Abordagem Social, para tratarmos deste assunto”, completou.