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Moradores denunciam repetição de furtos de fios no Centro de Balneário Camboriú – veja os filmes

O problema gera prejuízo de R$ 1 milhão/ano para a Celesc em Santa Catarina

Moradores da Rua 2.300 foram vítimas, em pelo menos quatro ocasiões desde o final de agosto, do furto de fios, um crime que ocorre cada vez com maior frequência em Balneário Camboriú.

As forças de segurança alegam que realizam operações diretamente nas recicladoras que compram as fiações furtadas e que os ladrões, quando presos, são logo liberados. 

Casos na Rua 2.300

O jornal conversou com moradores da Rua 2.300, onde aconteceram pelo menos três situações nesta semana. Um dos moradores, o advogado Paulo Roberto Schappo, conta que na sua rua e adjacências, os furtos ‘são constantes’, principalmente de fiação elétrica, deixando casas às escuras. 

“Tornou-se hábito. A situação é dramática, angustiante. O sentimento generalizado é de medo, angústia, insônia. À noite, sempre ficamos na expectativa de qual família será a próxima vítima. Nas últimas noites, verificamos vários furtos”, diz.

Schappo acrescenta que, para a surpresa da comunidade da Rua 2.300, o ladrão é sempre o mesmo. O morador detalha que o homem é dotado de amplo conhecimento técnico sobre ligações elétricas, é ágil ‘como um felino’, têm resistência e força suficientes para subir muros e postes, é determinado e não se intimida com a luminosidade do local, nem com a presença de cães, cerca elétrica ou sensores de alarme. 

Segurança quer fechar  recicladoras irregulares para coibir a criminalidade (Divulgação/GMBC)

“O ‘modus operandi’ é sempre o mesmo, até o seu meio de locação (a bicicleta) e as roupas e calçados que habitualmente usa.  O sentimento é de falta de segurança pública. No ar, fica o sentimento de abandono coletivo. Que a nossa fé e a esperança nos fortaleça”, comenta o advogado.

Prejuízo para a Celesc

Os furtos de fios em Santa Catarina causam um prejuízo significativo para a Celesc. Em 2023, a empresa precisou investir uma média mensal de R$ 517.399,50 para substituir os materiais furtados. 

Segundo a companhia, em 2022, foram R$ 14 milhões que precisaram ser desembolsados – um recurso que poderia ser investido na melhoria da rede e ampliaação do atendimento à população.

Forças de segurança estão buscando combater os furtos

O secretário de Segurança de Balneário Camboriú, Antônio Gabriel Castanheira Junior, explica que a Guarda Municipal, Fiscalização de Posturas e Polícia Militar vem realizando operações de combate ao furto de fiação. 

“Nós fizemos uma operação junto com a PM e fiscais de posturas, na semana passada. Fomos nas recicladoras. E nós fazemos operações, prendemos praticamente todas as noites pessoas com esses materiais, mas eles [ladrões] não ficam presos. É difícil caracterizar esse tipo de crime – quando pegamos fiação da Celesc, conseguimos caracterizar, mas outro tipo não”, alegou.

Segundo Castanheira, as operações contra esse tipo de crime são constantes, assim como barreiras na Marginal para evitar que os ladrões sigam para os bairros que compram esses materiais – como no Bairro dos Municípios e também Camboriú. 

“Nós sabemos quem furta, normalmente são pessoas em situação de rua, dependentes químicos, que furtam para trocar por droga. São frequentemente abordados, mas é uma situação complicada, porque não ficam presos. Recebemos muitos relatos, por isso intensificamos as operações nas recicladoras, já que os ladrões não ficam presos. Por isso, estamos tentando fechar essas recicladoras irregulares e assim coibir a criminalidade”, comenta.

O secretário aponta ainda que os furtos acontecem principalmente nos ‘corredores’ que ligam o Centro com o Bairro dos Municípios e Camboriú, como as ruas 2.300 e 2.500. 

“Os furtos são sazonais, uma hora é mais uma coisa que é furtada, depois furtam outra coisa… por isso, fazemos operações preventivas, para tentar evitar que esses crimes aconteçam. Nem sempre conseguimos impedir esses crimes. Teve furto de fiação até na base da Emasa”, completa.


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