Chegou no fim desta manhã de sexta-feira (9) em Balneário Camboriú o Galeão Santa Trindade, que é o maior barco temático feito em madeira do Brasil. O Galeão irá integrar a frota do Barco Pirata, que contará agora com seis embarcações (quatro delas recepcionaram o Galeão, já em Balneário). Ele vai fazer passeios para Bombinhas, três vezes na semana.
O Página 3 acompanhou a vinda do Galeão a Balneário, saindo do estaleiro D’Leon, de Navegantes, onde foi reformado. O investimento no barco foi de cerca de R$ 5 milhões.
Investimento foi de cerca de R$ 5 milhões
O fundador do Barco Pirata, Domingos Casemiro Pinheiro (Gunga), conta que ficou sabendo sobre o barco ainda em agosto de 2021, que estava no Rio de Janeiro, na divisa com o Espírito Santo. Ele estava inacabado, mas era um barco novo, que ainda não havia ido para a água.
Domingos se apaixonou pela embarcação e viu que poderia fazê-lo no modelo Galeão e sugeriu aos sócios, que concordaram.
O barco foi comprado por R$ 900 mil e veio para Santa Catarina há um ano e durante 10 meses passou por reforma pela equipe do Estaleiro D’Leon.
“Ele é um barco que tem duas sacadas, um corredor lateral, onde o turista poderá estar fazendo uma filmagem 360ºC. A proa dele é parecida com um galeão, que são embarcações altas, grandes e rápidas, com artilharia enorme – de 140 a 160 canhões, que no passado era usado para transporte de valores. Vai ser o primeiro galeão a ser usado por piratas (risos)”, diz.
612 passageiros por passeio
O Galeão Santa Trindade já passou por testes de estabilidade, que aprovou o barco para receber 612 passageiros (600 visitantes + 12 tripulantes; o segundo maior barco da frota é o Aventura Pirata, que comporta 400 passageiros).
“É uma felicidade, pois comecei com um barquinho a remo, fui construindo, passando para barco para 12 pessoas, para 30, até chegar hoje com o Galeão Santa Trindade, com 612 pessoas. Balneário Camboriú não pode parar, nós acreditamos lá atrás, o Barco Pirata tem hoje 30 anos, e continuamos acreditando e trabalhando pelo turismo de nosso município. É uma alegria muito grande e gratificante”, acrescenta.
Os passeios do Galeão devem iniciar em breve, as vistorias já aconteceram, pelo engenheiro André Luiz Pimentel Leite e também pela Marinha.
A ideia é que as viagens aconteçam de Balneário Camboriú para Bombinhas. O valor dos ingressos está sendo definido e deve ser anunciado nos próximos dias.
“A ideia é fazermos três saídas de Balneário Camboriú para Bombinhas, nas segundas, quintas e sábados. Há uma possibilidade de fazermos desembarque em Bombinhas, mas se não houver possibilidade, paramos, ancoramos, o pessoal dá um mergulho, e retornamos para Balneário Camboriú. Acreditamos muito nesta temporada e o galeão deve fazer sucesso, já que é uma novidade não só aqui, mas para o Brasil. É um equipamento a mais para nossa cidade, que é muito bem servida de equipamentos turísticos”, pontua.
“Um sonho realizado”
Um dos sócios do Barco Pirata é o empresário Carlinho Bogo (integra a sociedade também o Grupo Tedesco), que esteve presente na vinda do Galeão para Balneário e disse ao Página 3 que o barco deve ser a ‘estrela’ da região, já que é a principal novidade do verão.
“É o maior do Brasil neste estilo. Para nós é um sonho realizado, abraçamos essa vontade do Domingos, que é grande conhecedor… é maravilhoso e deu certo”, afirma.
Carlinho antecipou que a frota não para por aí e que mais novidades devem ser anunciadas.
“São 30 anos de Barco Pirata, nós somos sócios há 12, 15 anos… e vemos tudo dando certo. Eu vejo que o turismo no Brasil ainda está crescendo. Exemplifico com a Espanha, Itália, que puxam a mesma população todo ano em turistas. Nós somos 220 milhões e trazemos só 10 milhões, então temos muito a crescer ainda. Nosso país é maravilhoso, e Santa Catarina e Balneário Camboriú são fora da curva, muito especiais”, completa.
Estaleiro trabalhou 10 meses na reforma do Galeão
O dono do Estaleiro D’Leon, Leonézio Macarini, também participou do momento e conta que reconstruir o barco foi um grande desafio, já que precisaram trabalhar com pouco tempo – apenas 10 meses, e que precisaram fazer muitas modificações no barco original até chegar no que o Barco Pirata queria.
“Iniciamos em fevereiro e terminamos em outubro, de lá pra cá foram os últimos detalhes. Foi um desafio muito grande, mas muito especial ver tudo dar certo. É gratificante. Foi um processo diário, víamos sendo transformado, nascendo… e está aí”, afirma.