O projeto ‘ensaio para algo que não sabemos’ criado por Dani Alves e Karina Collaço como laboratório de dança e pesquisa desde 2016, volta aos palcos físicos após período de confinamento, só que com outra formação corporal.
Dani Alves dedica tempo aos estudos de mestrado, e quem assume a dramaturgia com todo protagonismo que o corpo/história carrega é Monica Siedler.
As quatro apresentações do espetáculo ‘Protótipo 2 – encher-se de buracos’ vão acontecer em Itajaí e Florianópolis neste mês.
Itajaí abre a programação nesta quinta (7) e sexta (8), no Itajaí Criativa e Florianópolis dias 12 e 13 de abril, no SESC Prainha, sempre às 20h.
Os ingressos são gratuitos e limitados, e serão distribuídos uma hora antes das exibições.
Conexão virtuosa
O nome de Monica Siedler para esta exibição do protótipo não apareceu à toa. A bailarina Karina Collaço nutre uma admiração pela artista por anos corridos, e trabalhou com sua irmã Elke Siedler em uma companhia de dança contemporânea em Florianópolis. Monica sempre circulava com interesse pela cena da dança.
“O primeiro nome que veio foi o da Mônica, pois ela tem uma estrada no campo do teatro como atriz, mas sempre bebeu da dança. Sempre passeou por esse universo. Temos uma ligação de admiração, e a aceitação por parte dela foi imediata”, conta Karina.
Os ensaios começaram com a virada do ano, em praças abertas. Depois, do jeito que dava ainda com o agravante da pandemia e confinamento, passaram para a garagem, também uma sala 3x3m2 na casa de Mônica.
“Não há problema algum em reordenar os caminhos deste trabalho. Estou em contato com outra artista, a cena que vamos atuar irá mudar, de uma Casa de Cultura para um teatro. Iniciamos a pesquisa numa caixa preta e assim o trabalho assume essa vulnerabilidade. O projeto respeita o estado de flexibilidade, de transformação, de incertezas, esse lugar, essa metamorfose que a gente vai transformando e ganhando camadas a cada corpo que chega. Então é isso. Dividir esse momento com a Monica é estar numa outra situação em palco, em cena, trocando essa energia com o público. Sentir sensorial e sensitivo. Estamos na expectativa de viver e se entregar para essa experiência e poder sobretudo se divertir, acalmar os corações”, comenta Karina.
Monica foi apresentada aos materiais tratados como dispositivos na performance. As intérpretes tiveram um momento de reconhecimento, percepção e relação sempre amparadas pelos apetrechos, espaço e conexão entre os corpos.
“Tem coisas na performance que são preposições já resolvidas, mas não se trata de uma coreografia. Eu não estou substituindo uma bailarina, mas entrando na performance e o trabalho se modifica a partir de como me relaciono com esses objetos, na singularidade. Os sentidos vão se modificando, criando formas diferentes, transformando as relações. As simbologias e sentidos do fazer. Depois de um tempo de confinamento, os deslocamentos reduziram. Se engajar novamente no espaço acaba sendo um voltar para mim mesma. Um corpo presença”, compartilha Monica.
O projeto selecionado pelo Edital Aldir Blanc 2021 – executado com recursos do governo federal e Lei Aldir Blanc de Emergência Cultural por meio da Fundação Catarinense de Cultura.
A organização do espetáculo recomenda o uso de máscara.
Ficha Técnica
- Concepção, Criação e Direção – Daniela Alves e Karina Collaço
- Intérpretes-criadoras – Karina Collaço e Monica Siedler
- Interlocução Dramatúrgica – Paloma Bianchi
- Colaboração Artística – Tuca Pinheiro e Hedra Rockenbach
- Iluminação – Ivo Godois
- Operação de Luz – Ivo Godois e Cleber Fiorio Castellar
- Composição Sonora – Chico Martins e Wilson Souza
- Figurino – Alice Assal
- Fotografia e Arte Gráfica – Bolívar Alencastro
- Assessoria de Imprensa – Luciana de Moraes
- Coordenação e Produção – Karina Collaço
Apoiadores – Casa Ventana; Sesc Prainha(Florianópolis); Itajaí Criativa – Residência Artística; Luciana de Moraes jornalista e videógrafa.