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Balneário Camboriú
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Exposição sobre Aves Catarinenses leva conhecimento para as escolas municipais de Balneário Camboriú

“A ideia é conhecer para poder amar e preservar”, diz o autor do projeto, Cristiano Voitina.

O biólogo e pesquisador Cristiano Voitina, autor do projeto Aves Catarinenses, está fazendo uma exposição itinerante nas escolas municipais de Balneário Camboriú. 

(Foto Alexandra Gonzalez Santos)

A mostra que já passou por nove escolas, traz informações sobre a fauna catarinense, especialmente as aves que vivem em Santa Catarina e na região. São 18 espécies em exposição, entre elas, a ave símbolo de Balneário Camboriú, o Saíra-bico-fino. 

Esta semana a mostra passou pelo CEM Ariribá e os próximos a receber a exposição são as escolas CAIC Ayrton Senna da Silva e Tomaz Francisco Garcia, do Bairro dos Municípios; Médici, no Bairro das Nações; e o Vereador Santa, no Centro. 

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O tema é levado para sala de aula pelo professor, destacando a importância e a necessidade de conhecer para preservar.  

Através desta exposição os estudantes conheceram um pouco mais sobre a ave símbolo de Balneário Camboriú, o Saíra-bico-fino (Dacnis cayana), também chamado Saí-azul, eleito por votação pública e reconhecido oficialmente com Lei ordinária 4.329, de 7 de novembro de 2019. 

O saí-azul mede aproximadamente 13 centímetros de comprimento e pesa, em média, 16 gramas. Apresenta acentuado dimorfismo sexual: o macho é azul e negro, com as pernas rosadas, enquanto a fêmea é verde, com a cabeça azulada e pernas alaranjadas. Seu canto é um gorjear fraco.

(Foto Alexandra Gonzalez Santos)

Esta semana, a reportagem conversou com o autor da exposição. Acompanhe:

JP3 – O que motivou a exposição itinerante?

CV – Não só a exposição, mas o projeto Aves Catarinenses já foi criado com a intenção de mostrar para as pessoas a existência destes animais, destas aves maravilhosas que compartilham o mesmo espaço com a gente. A ideia é conhecer para poder amar e preservar.

JP3- Qual a importância de levar esta exposição para as escolas?

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CV – Venho trabalhando há 15 anos com as escolas de Balneário, Itapema e Itajaí com palestras sobre resíduos sólidos. Sempre converso com as crianças sobre alguns assuntos relacionados à questões  ambientais e sobre a nossa fauna. Eles sempre falam algo sobre Mato Grosso, muito sobre a África, outros países e parece que aqui em Santa Catarina não existem animais, fauna…então a ideia é dar material para que os professores possam estar trabalhando, porque a divulgação de tudo o que temos em nosso Estado sobre fauna, sobre flora é restrita. Quanto mais informações os professores tiverem, mais trabalharão com esses temas. A ideia é sempre mostrar a existência, porque uma das piores coisas que pode acontecer é negar a existência. Se você nega a existência de alguma coisa, aquilo acaba não existindo para a gente então não se tem cuidado com isso…tem muitas coisas para explorar sobre lazer, turismo, envolvendo essas aves. Mostrar para eles lembrar que estes seres existem e ao mesmo tempo dar material didático para os professores. Na minha infância, a gente falava Avestruz quando aprendia o A do ABC, mas na realidade poderíamos falar em Araponga, aves nossas que temos aqui…

JP3 – Como a exposição já passou em nove escolas, é possível avaliar como está sendo esta experiência até aqui?

CV – Muito legal, evolutiva, tenho recebido agradecimentos e imagens que as crianças fizeram se inspirando na exposição. Estão fazendo inclusive alguns eventos, como um Sarau na Barra, onde falarão do Aves Catarinenses. Tem escolas que pediram que eu voltasse…porque não conseguiram aproveitar todo potencial da exposição. E eu vou voltar lá!

JP3 – O que representa para o autor da exposição?

CV – Para mim essas devolutivas e os elogios me dão energia e motivam a continuar fazendo isso. Me inspiro muito na minha própria infância, eu queria muitas informações e não existia nada na literatura falando sobre nossas aves. Era dificil o acesso aos livros que existiam. Então é muito gratificante para mim. 

JP3 – Qual o interesse que as crianças demonstram?

CV – Noto que as crianças que vêm de lugares onde tem mais contato com a natureza, o interesse é muito grande. Se identificam, querem falar algo sobre. Outras crianças que vivem muito no mundo virtual, distantes da natureza, e tem muito isso hoje, esse afastamento do mundo natural, acho perigoso. Fiquei feliz com uma mãe que mandou para mim a foto de uma página do meu livro, porque a filha viu um joão-de-barro quando passeava no centro e quando chegou em casa, procurou a ave no meu livro…para ter certeza que era mesmo a ave que tinha visto de verdade. Algumas crianças reconhecem isso e outras passam sem ver, porque não apresentam a elas…elas não aprendem sobre o que não vêem.

(Foto Alexandra Gonzalez Santos)

JP3 – Sobre a nossa ave símbolo provavelmente a maioria dos estudantes não conhecia e com a exposição está tendo essa oportunidade…

CV – Reconhecer a ave símbolo é uma questão de cidadania, é cultural, acho muito fraco isso no Brasil, porque absorvemos muito a cultura de outros países, principalmente dos EUA por causa dos filmes, e acaba limitando. É uma coisa que sempre falo, quando se pergunta sobre a ave símbolo dos EUA eles respondem, quando pergunto sobre a ave símbolo do Brasil eles não sabem, nem os professores sabem.  É falta de reconhecer, valorizar o que é nosso e não ficar imitando e copiando a cultura americana, é perigoso, povo sem cultura não tem futuro.

A ave símbolo de Balneário é uma identidade a mais, para despertar o sentimento de pertencimento à cidade, pertencer ao estado, ao país, a uma cultura, ela vem trazer isso para nós.

JP3 – Quais as perguntas mais frequentes ou curiosidades dos estudantes que viram a exposição?

CV – Se estas aves existem mesmo aqui, onde as encontrei, se foi muito difícil, o tamanho delas. Tem curiosidade nesse sentido.

JP3 – O que resulta desta exposição, o conteúdo é aproveitado no planejamento escolar?

CV – Seria interessante um ciclo de palestra, porque tem professores que se interessam muito. A palestra seria quase uma capacitação para o professor. Teve um professor de educação física que gostaria de saber sobre aves migratórias,  ele queria falar sobre isso na sala de aula…de onde uma ave vem…expliquei que antes de fazer uma viagem a ave tem que conseguir energia, através de gordura,  então ela precisa comer bastante, porque tem aves que viajam 12 mil quilômetros para chegar até o polo sul e depois para retornar é o mesmo processo. São aves que não vivem o inverno, só a primavera e verão…quando chega outono elas estão saindo daqui voltando para o Hemisfério norte e vice-versa…quando começa o outono lá, elas migram pra cá, para pegar primavera e verão aqui. Tem muitos aspectos interessantes para passar.

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