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Influenciadora catarinense causa polêmica ao associar “mau cheiro” à pele negra

Dermatologista esclarece quais as diferenças entre os tipos de pele, mas deixa claro que mau odor tem outras causas!

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Mais uma polêmica envolvendo racismo está rolando nas redes sociais. A influenciadora Isadora Farias, de Tubarão polemizou ao falar sobre sua higiene pessoal em vídeo nas redes sociais nesta quinta-feira (21). Em uma farmácia, ela contou que tem problemas de “cecê” – termo utilizado para o odor causado pela combinação de suor e bactérias normalmente presentes na pele – e afirmou que usa produtos para pele negra.

“Quem me segue há mais tempo sabe que eu tenho sérios problemas com ‘cecê’, eu tenho que passar desodorante bom. Inclusive às vezes eu compro de pele morena a negra porque o negócio aqui é punk”, disse ela.

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Não demorou para um debate se estabelecer nas redes sociais, inclusive a empresária Leila Pereira, também de Tubarão, se manifestou endossando seu descontentamento com o post. Os principais veículos de comunicação do país também repercutiram o assunto.

A dermatologista Cláudia Camargo

Mas afinal, a polêmica causada pela influenciadora catarinense tem algum sentido? Para a dermatologista Cláudia Camargo, que atende no Rio de Janeiro e em Santa Catarina, não!

Segundo a médica, a pele negra e a branca têm características diferentes e, portanto, precisam de cuidados diferentes, mas isso não tem ligação alguma com odores desagradáveis.

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Ela explica que na puberdade, pelos estímulos hormonais passamos a secretar o suor nas axilas, onde o odor é característico, porém este suor não tem cheiro em nenhuma pessoa. O que acontece é que em contato com as bactérias presentes naquela região pode causar odores, mas que isso não tem ligação alguma com a cor da pele. 

“Isso também pode variar de pessoa pra pessoa, pois algumas têm uma sudorese mais excessiva que outras”, explicou.

Para a dermatologista, quando alguém diz que o cheiro está relacionado ao tom da pele, se estabelece aí um comportamento racista, pois isso não tem nenhum fundamento.

Outra questão levantada por Cláudia Camargo é com relação ao uso de protetor solar. Erroneamente algumas pessoas dizem que os negros já são protegidos do sol por terem a pele mais escura, não precisando usar protetor solar. Outra teoria sem fundamento diz Cláudia, pois embora haja alguma proteção nas peles mais escuras, ela é mínima e, portanto, quem tem pele negra também se queima e pode ter os problemas relacionados à exposição solar desprotegida, como qualquer um.

“Embora os negros tenham a melanina mais acentuada, o que os protege um pouco mais do que aqueles com peles claras, essa proteção é muito reduzida e a exposição sem proteção pode levar ao desenvolvimento de câncer de pele, ou outros problemas relacionados ao sol”, pontuou.

Outro mito relacionado a diferença entre as peles negra e branca é afirmar que a pele negra é mais resistente, não sendo acometida de estrias ou celulite. Para a médica isso também não é uma verdade em 100% dos casos e é preciso que se tenha cuidado com estas afirmações, ainda mais no Brasil, onde a miscigenação é muito grande, havendo nas pessoas essa mistura tão característica entre as raças. 

“Esse preconceito enraizado na nossa cultura precisa ser revisto, e mesmo que a pessoa não fale por mal é preciso se policiar, aprender o que é certo e errado, para cada vez menos acontecerem situações como esta, onde a cultura racista acaba se perpetuando no nosso cotidiano”, finaliza a dermatologista.

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