(Rafael Weiss/Emasa) – Na quarta-feira (18), a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Nova Esperança, operada pela Empresa Municipal de Água e Saneamento (EMASA), foi palco de um teste inovador que pode representar um divisor de águas na destinação de resíduos gerados diariamente no processo de tratamento de esgoto. A empresa gaúcha BEINTEC demonstrou, in loco, um equipamento capaz de transformar lodo em produtos de alto valor agregado, como óleo, gás, adubo e até combustíveis como diesel e gasolina.
O teste contou com a presença da prefeita de Balneário Camboriú, Juliana Pavan, do diretor-presidente da EMASA, Auri Pavoni, da vereadora Ciça Müller, além de técnicos da empresa e da autarquia. Com uma pequena quantidade de lodo retirado da própria estação, a tecnologia conseguiu transformar o resíduo em óleo combustível, que foi posteriormente testado com a queima de uma amostra, comprovando sua pureza e potencial energético.
De acordo com os representantes da BEINTEC, o diferencial da tecnologia está no aproveitamento integral do material. A própria máquina pode ser alimentada com o óleo ou gás gerado por ela, tornando o processo autossustentável. Além dos combustíveis, o lodo também pode ser transformado em adubo de alta qualidade, devido à presença de minerais no resíduo, o que abre possibilidades de uso na agricultura.
“Ficamos impressionados com a eficiência da máquina e com as inúmeras possibilidades que ela apresenta”, declarou a prefeita Juliana Pavan. “É do nosso interesse avançar em parcerias que possibilitem a transformação do lodo gerado pela EMASA em produtos úteis. Só em 2024, o custo com destinação do lodo para aterros sanitários ultrapassou R$ 5 milhões, o que reforça a importância de buscarmos soluções economicamente viáveis e ambientalmente responsáveis.”
O diretor-presidente da EMASA, Auri Pavoni, também destacou o potencial da nova tecnologia: “A proposta é muito promissora. Além de reduzir custos com transporte e destinação, a transformação do lodo pode gerar combustível para uso nos próprios veículos da prefeitura ou da autarquia, trazendo economia e sustentabilidade para o município.”
Apesar da demonstração bem-sucedida, ainda não há protocolos de intenção assinados entre EMASA e a empresa. O teste desta quarta-feira foi uma amostra inicial da tecnologia, que agora será analisada detalhadamente pela equipe técnica da autarquia. O objetivo, segundo Pavoni, é avaliar todas as possibilidades apresentadas, com base em critérios técnicos, ambientais e econômicos, para elaborar um planejamento eficaz e seguro para o futuro da destinação do lodo.
A EMASA reforça que está aberta a conhecer e testar novas tecnologias que ajudem a enfrentar um dos principais desafios do saneamento: o destino adequado e sustentável do lodo gerado diariamente pela estação de esgoto.