A prefeitura de Balneário Camboriú, através da Secretaria de Inclusão e Desenvolvimento Social, está discutindo a situação dos indígenas, que vêm anualmente para a cidade e região para trabalhar no verão, com órgãos com a Fundação Nacional do Índio (Funai) e Ministério Público Federal.
O governo municipal é o ‘encarregado’ de abrigar os indígenas e desta vez terá que alugar um terreno – e a situação é considerada injusta, já que mesmo eles se deslocando por cidades vizinhas, quem paga a conta é somente Balneário Camboriú.
Balneário sugere consórcio entre municípios vizinhos
A secretária de Inclusão Social de Balneário Camboriú, Christina Barichello, salienta que Balneário é uma das menores cidades do Estado, e por isso defende que não deve ‘pagar essa conta’ sozinha e está tratando esse assunto com a Funai e o Ministério Público Federal.
“Não temos terreno público, falei que se encontrassem, era para nos mostrarem. O que eles ficavam, ao lado da Casa de Passagem (espécie de albergue municipal para pessoas em situação de rua), às margens da BR-101, nós compramos e estamos reformando para ampliar a Casa de Passagem, então não poderá mais ser utilizado. Não nos negamos a dar auxílio, mas se eles vêm para trabalhar também em Itajaí, Porto Belo, Itapema e Bombinhas, por que não podem fazer um consórcio e nos ajudar? Cada cidade entra com um montante… mas não, é tudo Balneário, sempre nós pagando as contas da região”, disse.
Mais de 400 índigenas devem vir
Até o momento, a opção é um terreno às margens da BR, mas que Balneário Camboriú precisaria alugar para receber os indígenas.
“Nós entendemos que temos a herança de dívida com eles, mas tem que ter limitação. Falam que vêm 300, e vêm muito mais! Ano passado falaram em vir 150 e vieram 450, este ano disseram que vêm 270, mas podemos esperar de 450 a 500. Imagina o teu filho ficar no sol, pedindo esmola… precisa haver uma regulamentação, um ordenamento”, destacou, pontuando que os índios deixam ‘um montante impressionante de sujeira’, além de haver conflitos entre as tribos e ainda ganham dinheiro em cima do banheiro público cedido pela prefeitura (Balneário oferece gratuitamente e entre os índios, um grupo cobra de outro).
Demanda passou de R$ 100 mil para BC
O processo, que Christina define como ‘muito complexo’, envolve a Secretaria de Inclusão Social e também a Fundação Cultural da cidade, que inclusive já tentou oferecer um espaço próprio para os indígenas venderem seus artesanatos e plantas, mas eles querem ficar onde querem, como na Avenida Brasil com o Calçadão.
“É arriscado, há crianças que ficam ali. Nos preocupamos com isso também. Estamos pedindo ajuda dos outros municípios porque, como falei, não temos espaço público. Ano passado o orçamento foi de mais de R$ 100 mil. Cada caminhão-pipa custava R$ 1.500. A cidade paga uma conta muito grande e precisamos do apoio dos municípios vizinhos”, completou.