A situação crítica da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) de Balneário Camboriú (relembre aqui), no Bairro Nova Esperança, foi tema de reunião na manhã desta terça-feira (28), na prefeitura, entre o prefeito Fabrício Oliveira, entidades, secretariado municipal e vereadores da base. O prefeito prometeu agir com celeridade para resolver a questão.
Comissão especial para acompanhar os trâmites
A reunião com o prefeito foi solicitada pelas entidades na ocasião em que firmaram o Pacto pelo Saneamento (saiba mais aqui).
Quem conduziu o encontro foi a presidente da OAB da cidade, Emanuelle Carnevalli, que disse ao Página 3 que o objetivo era buscar uma solução emergencial para a situação da ETE, tendo em vista os relatórios apresentados pelo Instituto do Meio Ambiente de SC (IMA-SC) que demonstram a situação caótica que a estação vive no momento.
“O prefeito se comprometeu a montar uma comissão especial, com membros da sociedade civil organizada, para acompanhar o andamento do trâmite do que vai ser feito, com agendas já preestabelecidas. A prefeitura já está iniciando o plano emergencial para solucionar o problema da ETE, existe inclusive uma contratação de consultoria específica para identificar qual é a melhor solução. Compreendi que o prefeito entende a seriedade do que está acontecendo. A prefeitura deu a importância ao tema da forma que esperávamos”, disse Emanuelle.
Reforma do tanque de aeração e nova ETE
Participaram da reunião vereadores da base do governo, a secretária do Meio Ambiente, Maria Heloísa Lenzi, o diretor da Emasa, Douglas Beber, e as entidades Acibalc, BC Convention, CDL, Sindilojas, Sindisol, Conseg, Observatório Social e Comitê da Bacia do Rio Camboriú.
A presidente da Associação Empresarial (Acibalc), Katia Tonioti, salientou ao jornal que sentiu que a prefeitura ‘de fato está empenhada’ em ‘resolver e estancar o problema’ e que o prefeito Fabrício ‘entende a gravidade dos fatos’.
“Ele falou da reforma do tanque de aeração e o Douglas da Emasa, disse que além disso será construída uma nova ETE, mais moderna e equipada, mas de imediato será feita a reforma do tanque. O prefeito falou em solução imediata e que ninguém está contente com o que está acontecendo”, explicou.
Katia considerou produtiva a reunião.
“Ficamos muito felizes em saber que o poder público está empenhado nisso. Tínhamos a preocupação de que o prazo que o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) feito com o Ministério Público ordenava era muito longo, considerando a urgência da situação, mas o prefeito disse que o início das obras será o mais imediato possível. Algo que ficou definido é que vai haver um cronograma de reuniões para acompanhamento das obras, entre a prefeitura e as entidades. Isso vai dar celeridade e transparência, pois conseguiremos acompanhar de perto”, completou.
Vereadores querem que IMA apresente a situação na Câmara
A vereadora Juliana Pavan disse ao jornal que ela e os vereadores André Meirinho e Lucas Gotardo querem levar o engenheiro do IMA, Wagner Cleyton Fonseca, para compartilhar na Câmara como está a situação da ETE à comunidade.
“Estamos buscando a verdade, pois a situação da ETE chama atenção. A balneabilidade da Praia Central está sendo afetada e isso não é uma questão política e sim de saúde pública. Quando fiz uma visita no IMA, em 2022, foi para buscar informações relacionadas à ETE e questões ambientais, na época não consegui a vinda do engenheiro Wagner, que ficou ‘trancada’ na Câmara por questões políticas, mas agora, no último dia 10 de fevereiro, eu e os vereadores Lucas e Meirinho, tentamos novamente, para que seja apresentado em sessão a situação que estamos vivendo”, explicou.
Juliana lembrou que o vereador Meirinho propôs uma CPI para investigar o saneamento e balneabilidade da cidade (saiba mais aqui), mas que ainda precisa de mais duas assinaturas para começar a tramitar no Legislativo.
“Não tem mais desculpa, é um crime ambiental sem precedentes. Me chama a atenção que os vereadores que integram a Comissão de Meio Ambiente (Cristiano José dos Santos, Alessandro Kuehne ‘Teco’ e Marcos Kurtz) ainda não assinaram a CPI. Tem uns que dão a justificativa que a culpa é por Camboriú não ter saneamento, sendo que está acontecendo toda a situação com a nossa ETE! Queremos a participação do engenheiro Wagner, entrei em contato com o IMA, porque se ele não vier à Câmara, nós vamos até lá. Não dá para esperar. Não é sobre sujar o nome de Balneário Camboriú e sim ajudar, trazer informações e de fato fazer algo… porque, afinal, o que estão fazendo para solucionar isso?”, completou.