Minha visita na CASACOR SC desse ano foi maravilhosa. O local é paradisíaco, ainda não conhecia o lugar e foi amor à primeira vista. Em alguns dos ambientes a vontade era de ficar e de morar. Uma nítida sensação de paz, de frescor, de vida leve e sem excessos, de conforto e de bem estar consigo mesmo e com seu habitat. Uma comunhão de corpo e alma no lugar que escolhemos como lar, uma real identificação com o tema escolhido para 2023, Corpo e Morada.
Um dos ambientes que atraiu minha admiração foi criado no local da casa de barcos do antigo Hotel Maria do Mar, sede da edição desse ano, e transformado na Casa Brisa, um projeto totalmente praia, pé no chão, com essência natural e com um visual indescritível do pôr do sol. Outro ambiente, também favorecido pela paisagem encantadora da ilha foi a Casa na Floresta, na qual uma antiga choupana foi ampliada para um loft que entrelaça o projeto arquitetônico com a vegetação, idealizado para um relax junto à beleza da natureza.
O banheiro da Vó Manoela tocou meu coração, por ter a história de uma avó, contada pela neta que não a conheceu em vida, mas com certeza conheceu sua alma e de forma grandiosa a homenageou. O resgate de um sonho que estava perdido no tempo, torna-se realidade e se transforma em uma visita emotiva, repleta de encantos e lindas recordações, com relatos de puro afeto.
Nomes como Oscar Niemeyer, ícone da arquitetura e Roberto Burle Max, paisagista e artista plástico, também foram homenageados na mostra, através da forma fluida e de muitas obras de arte no estar Origens, uma ode à brasilidade, em busca da valorização do design nacional.
Todos os ambientes contam uma história, mexem com a memória e, dessa forma, nos brindam com um repertório pessoal e sentimental. Curti muito. Minha visita demorou três horas. É bom ir preparado para caminhar bastante, subir e descer escadas, sentir a ventania e deixar a “cabeleira, cabeluda, descabelada”, afinal, essa intensidade da vida vale mais do que um cabelo intacto.
De uma forma geral, o que mais me chamou atenção foi essa exaltação da essência natural refletida por todos os lados. Uma inesquecível experiência. Uma sofisticação leve, sensorial, tranquila. Nada muito over, sem tantas plumas e paetês, e sim, mais pé na areia.
Antes de sair da ilha, fui conhecer o restaurante Pier 54, localizado aos pés da Ponte Hercílio Luz. Visual mágico, com as luzes da ponte refletindo na água, o barulho do mar batendo nas pedras, um vento gostoso e a comida excelente. Recomendo! Somente aconselho fazer reserva antecipada se desejar ficar na parte externa para aproveitar esses encantos.
E, no retorno, se você pegar a BR 101, prepare-se para as obras noturnas realizadas após o horário das 22 horas. Permaneci por uma hora com trânsito parado nos dois sentidos. Mas com uma excelente companhia, a gente nem percebe a hora passar. E viva cada instante!