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Os jornais como guardiões da história

Acabo de chegar do Arquivo Público de Itajaí, onde fiz a doação de coleção encadernada do Jornal da Fepevi e Jornal da Univali, para torná-la acessível a pesquisadores, historiadores e público. Nessa coleção de jornais, todos editados e em grande parte escritos por mim, que criei e coordenei durante 18 anos a Assessoria de Comunicação Social da Fepevi/Univali, está contida toda a história do ensino superior itajaiense.

E como é fascinante ler a história, – seja do país ou de uma universidade, como é agora o caso,- através dos jornais! Em cada página nos deparamos com aspectos significativos da vida circundante que envolve o universo retratado. Os jornais permitem recuperar fatos, opiniões, argumentos, a existência de pessoas interessantes, com suas lutas, ideais, compromissos e interesses.

Manancial dos mais férteis para o conhecimento do passado, a imprensa possibilita ao historiador, particularmente, acompanhar o percurso da humanidade através dos tempos. O periódico, antes considerado fonte suspeita e de pouca importância, é reconhecido já há algumas décadas como material de pesquisa valioso para o estudo de uma época.

A imprensa registra, comenta e participa da história. Por meio dela se trava uma constante batalha pela conquista de corações e mentes – essa definição de Clóvis Rossi define bem a atividade jornalística. Compete ao historiador reconstituir os lances e peripécias dessa batalha cotidiana na qual se envolvem múltiplas personagens.

Desde os seus primórdios, a imprensa se impôs como uma força política. Os governos e os poderosos sempre a utilizam e temem; por isso adulam, vigiam, controlam e punem os jornais. É bem verdade, no entanto, que com o advento da internet e das mídias sociais, a imprensa vem aos poucos perdendo espaço na vida do cidadão do mundo, especialmente entre os mais jovens, filhos da tecnologia e seu atraente mundo virtual. Mas sua importância ainda é evidente.

Os que manejam a arma-jornal têm uma variada gama de opções entre o domínio das consciências e a liberdade; os alvos que procuram atingir são definidos antes da luta, mas o próprio movimento da história os leva muitas vezes, a mudar de rumo.

Acompanhar a trajetória sinuosa dos sujeitos da produção jornalística é tarefa complexa. Para compreender a participação de um jornal na história, o pesquisador faz, de início, algumas indagações: quem são seus proprietários? a quem se dirige? com que objetivos e quais os recursos utilizados na batalha pela conquista de mentes e corações?

Com essas informações preliminares é possível delinear um perfil provisório do periódico eleito como objeto/fonte de estudo. O primeiro levantamento fornece pistas para definir os caminhos mais apropriados e interessantes a serem investigados.

O uso do jornal como fonte histórica implica dificuldades de tal ordem, que historiadores do passado chegaram a se desencorajar. Nas últimas décadas, observa-se, no Brasil, um crescente interesse em relação a esse tipo de documento. Ao repensarem o seu objeto, os historiadores vencem o receio e preconceitos, passando a reconhecer a importância da imprensa nos estudos históricos.

Muitas pesquisas têm sido realizadas com excelentes frutos nesse campo, mas ainda há o que ser desbravado, necessitando ainda de muitas outras contribuições para que se torne ainda mais fértil.

Pergunto a você historiador: ficou um pouquinho interessado na coleção de jornais doada ao Arquivo Público? Que tal uma pesquisa histórica pontuando os vários ângulos que levaram a Fepevi (Fundação de Ensino do Pólo Geoeducacional do Vale do Itajaí) a se transformar em uma das maiores e mais importantes instituições comunitárias de ensino superior de Santa Catarina, a Univali (Universidade do Vale do Itajaí)? O desafio está lançado.

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