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Um monumento que está impregnado n´alma

A Igreja Matriz do Santíssimo Sacramento constitui-se no mais significativo monumento artístico e cultural de Itajaí. Bela e majestosa obra que levou uma década e meia para ser construída. Ela completará no dia 15 de novembro 66 anos de existência e de glória.

A imponente igreja, bem no coração da cidade, é um dos principais cartões postais da nossa ‘Pequena Pátria’. Mas o que hoje enche os olhos e comove milhares de pessoas, foi motivo de muito esforço e doações durante os 15 anos de sua extenuante construção.

Na sua edificação foram utilizados nada menos que 700 mil tijolos, artisticamente organizados numa área de 30 metros de largura por 60 metros de comprimento.

UMA DIFÍCIL TRAJETÓRIA

Foi em 1941 que meia dúzia de pedreiros lançaram os fundamentos e alicerces da igreja. Havia muito tempo que Itajaí sonhava com uma construção grandiosa. Antes da Matriz do Santíssimo Sacramento, a cidade tinha a Igreja da Imaculada Conceição como matriz. O terreno então escolhido abrigava um cemitério.

Constituiu-se uma comissão responsável para dar início ao monumental empreendimento, obedecendo projeto do arquiteto alemão Simão Gramlich, conhecido construtor de várias igrejas catarinenses. Após os reforçados fundamentos – visto ser o terreno bastante arenoso – e a colocação das sapatas, a comissão viu esgotar-se o dinheiro para dar continuidade à obra.

Depois de alguns meses, para angariar os fundos necessários, decidiu-se vender o Colégio São José para as Irmãzinhas da Imaculada Conceição. A Segunda Grande Guerra também influenciou na construção da Igreja Matriz. Em 1942 foi deflagrada intensa campanha contra os alemães aqui residentes, e o pároco José Locks – que estava à frente das obras – teve que fugir às pressas da cidade. Em 1944 iniciou-se a cobertura da nave central, que terminou no ano seguinte. E a comissão viu-se novamente às voltas com a falta de dinheiro.

Em 1948, o novo vigário, monsenhor Vendelino Hobbold, resolve retomar a construção e, para isso promove festas e jantares, juntando assim os recursos que levariam à reativação das obras. Inaugurada em 1955, a igreja lembra um imponente castelo medieval, com deslumbrantes vitrais de temas eucarísticos e pinturas dos artistas italianos Aldo Locatelli e Emílio Cessa.

O projeto de Simão Gramlich contempla frontais que atingem 50 metros de altura. Desde sua arquitetura, passando pelos vitrais, pinturas, esculturas e vistosa iluminação externa compõem uma inigualável obra de arte e um dos mais significativos cartões postais de Santa Catarina.

O MENINO E O DIVINO

Ter uma igreja de tal magnitude e beleza é um orgulho para todos os itajaienses. Ela é admirável e sempre o será. Nela fui batizado, me casei e frequentei durante muitos anos, desde criança, ainda de calças curtas.

Sempre ia à missa das 8. Mesmo nos domingos de frio ou chuva, lá estava eu, compenetrado, com um olho no padre e outro na missa e, claro, no majestoso interior da igreja. Olhava principalmente para cima, encantado com as imagens deslumbrantes que pairavam na abóboda celestial. Para mim, era o próprio céu materializado sobre a minha cabeça!

Entretanto, é uma pena que a construção desenfreada de edifícios no entorno esteja maculando o visual deste maravilhoso patrimônio arquitetônico de Itajaí. Antigamente, quando se vinha pela rua Tijucas em direção ao centro, via-se a Matriz imponente, em todos os seus contornos belos e intocados.

Hoje, fica difícil prender-se apenas na inteireza arquitetônica da Igreja, pois ao seu olhar misturam-se os diversos prédios levantados nas imediações, ao fundo. Apenas quando você se aproxima, é possível notar toda a beleza do monumento.

Mas, fazer o quê, é o progresso e contra ele não há remédio, a não ser zelar para que o que resta dos casarios e prédios históricos sejam efetivamente preservados!

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