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Veículos também nos fazem viajar ao passado

Não só os seres animados, como pessoas e animais, nos trazem lembranças marcantes. Os inanimados também. Veículos como automóveis e motocicletas, por exemplo, remetem nostalgicamente a histórias que com eles passamos. Conto agora duas.

No final dos anos 70 eu tive um candango, daqueles movidos a gasolina e óleo, dois tempos. Era uma belezura, azul com capota conversível preta. Comprei de um alemão muito caprichoso em Blumenau, onde na época eu trabalhava como caixa do Banco Real e estudava Processamento de Dados na Furb.

Com esse candango protagonizei muitas aventuras, além de me embrenhar no meio do mato, nas estradas rurais de Itajaí e região, percorrer praias e rincões mais distantes de Santa Catarina. Na época, havia racionamento de combustível. Sexta-feira, 8 da noite, as bombas de gasolina fechavam e só reabriam na segunda, às 6 da manhã.

Um amigo com quem morava e estudava em Blumenau, Nelson Riskalla Filho, tinha uma brasília amarela. E não é que numa dessas sextas-feiras o Nelson esqueceu de abastecer! E ele queria porque queria trazer a Brasília para Itajaí, onde arrumaria gasolina transferida do carro do pai para o seu. Pois fizemos – que loucura! – uma espécie de corda com material de filmes da TV Coligadas, onde um outro amigo trabalhava e resolveu dar uma força, e com o candango puxei a brasília até Itajaí.

Tivemos um pouquinho de sorte de não sermos flagrados. Próximo ao posto da Polícia Rodoviária apagamos as luzes dos dois carros e conseguimos passar sem sermos percebidos. Ufa!!! Numa outra vez, foi a marcha do candango que encavalou na segunda e eu vim de Blumenau a Itajaí a 20 por hora. Em Gaspar não aguentei o desconforto e adaptei um tijolo no acelerador para poder descansar o pé e assim viajei, devagarzinho e sempre, até Itajaí.

Outras aventuras se sucederam, mas para não me estender, fico por aqui. A saudade do candango, porém, ainda me persegue. Até um Karmann Ghia eu tive, também comprado nessa época em Blumenau. Ele era adaptado na traseira, com luzes redondas vermelhas do Opala modelo 78, acho.

O Karmann Ghia ficou parecendo um puma, vermelho chocante, e o toca-fitas era daqueles de rolo, tijolão. Já nem existia mais fitas para ele. As que eu tinha eram as deixadas pelo antigo dono: todas do Roberto Carlos. E lá vinha eu, de Blumenau para Itajaí, só ao som do ‘brasa mora’. Tempos apaixonantes!

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