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20.3 C
Balneário Camboriú
Marisa Zanoni Fernandes
Marisa Zanoni Fernandes
Ex-vereadora em Balneário Camboriú, é doutora em educação e professora universitária.
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A grande roda da vida

A vida dá muitas voltas. Nos inquieta, desassossega, agita, acalma e silencia. Esse movimento constante conduz, a cada um singularmente, a enxergar a vida por vários ângulos e a movimentar-se em várias direções.

Nessa manhã de céu límpido e ar agradavelmente gelado, observei a roda-gigante da nossa Balneário Camboriú – com vista panorâmica privilegiada do mar e dos arranha-céus que contornam a orla, me chama a atenção o funcionamento, as engrenagens e o sistema que permite a roda-gigante se tornar um atrativo turístico, um equipamento de lazer e de desejo. Uma roda-gigante, que possibilita deslocar-se em um movimento de alternação dos pontos de vista e da posição dos corpos, sem deixar com que todos estejam interligados – formando uma grande teia.  

Então, era o centro da grande roda que atraia o meu olhar – os cabos se transformam em grandes braços abertos e intimamente conectados e tem a principal função de proteger e assegurar um movimento harmônico, equilibrado para todos. Um movimento democrático em que as posições dos que estão acima, logo se alternam para os lados e para baixo e, isso, permite espiar a vida, a paisagem como experiências compartilhadas, em que cada um cede espaço ao outro igualitariamente. Cada um tem o direito de acessar o que o outro acessa.

Tomo como referência esse olhar para a roda-gigante para pensar a trajetória de 57 anos de emancipação política do município de Balneário Camboriú: quantos braços construíram essa cidade? Quantas engrenagens foram e necessitam ser construídas para assegurar pão, lazer, cultura, moradia, educação igualitariamente? Quantos braços estão abertos para proteger e assegurar inclusão e desenvolvimento sustentável?  

A vida de Balneário Camboriú, certamente deu muitas voltas e continuará em movimento. No entanto, temos muitos desafios nessa grande teia do sistema social, político, histórico e econômico em que estamos inseridos. Nada, porém, me parece mais urgente do que nos reconhecermos como comunidade e desenvolvermos sistemas de pertencimento.

Quem sabe a roda-gigante então, sirva de inspiração para a construção de nova engrenagem social – aquela que gira em torno do bem-estar social e na direção da solidariedade e da sustentabilidade.

Parabéns a todos, todas e todes que giram a grande roda da vida dessa cidade.

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