Fui dar uma caminhada no Pontal Norte para ver o estrago que o ciclone provocou e como estão os costões após a ressaca de vários dias. Para minha surpresa, as ondas levaram a areia que cobriam as pedras e trouxe à tona parte da história dos primeiros moradores da nossa região.
Já tinha visto esses furos nas pedras que parecem oficinas líticas na década de 80 nesse lugar, mas não sabia o significado e nem que as bacias perfeitas e redondas que se encontravam nos costões, quando ia pescar ou pegar mariscos, eram oficinas usadas pelos índios e pelos bugres que as usavam na fabricação de ferramentas no litoral, tem em Bombinhas e em São Francisco do Sul. Alguns especialistas dizem que é furo feito por ouriços, e se for, eles eram bem gigantescos, como essa ossada de tartaruga que encontramos também no Pontal Norte.
Quem me acompanhou foi o meu amigo Franz Marquadt que já me ajudou em outras descobertas como a trilha que leva as minas de prata e algumas cavernas no Vale Europeu e hoje colocou em prática sua habilidade de observador, ele viu a ponta da ossada que estava enterrada pelo menos a um metro de profundidade entre a restinga e a areia que foi lavada pela ressaca, se não chegássemos ali naquele momento o mar a teria levado, pois a maré estava subindo.
O que chamou nossa atenção e a do historiador e museólogo Isaque de Borba é o tamanho da ossada, a cabeça é maior do que um crânio humano..
Sempre comentei que o Pontal Norte é um santuário de tartarugas, hoje mesmo vimos dezenas nadando na crista da água.
Por ter nascentes, mata atlântica e vestígios dos primeiros moradores, repito que o local teria que ser tombado como patrimônio cultural e ecológico de Balneário Camboriú transformando em um parque municipal voltado ao turismo.
Estamos vendo o direcionamento da ossada para um órgão de Bal. Camboriú.