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Café brasileiro tem alta na exportação, leilão de arroz é anulado e o que importa no mercado

CAFEZINHO? SÓ SE FOR BRASILEIRO

O Brasil está exportando mais grãos de café diferenciados. Entre eles, os chamados “premium” e os com certificação de práticas ambientais.

Das 21 milhões de sacas enviadas para fora neste ano, 4 milhões são de grãos especiais, um volume 66% maior que o registrado em 2023. O restante são os cafés do tipo commodity, de menor qualidade.

POR QUE?

Segundo a associação Cecafé, produtores alcançaram mais qualidade após investimentos em pesquisa e tecnologia. As safras menores no Vietnã e na Indonésia também colaboraram para a alta das vendas.

A produção total brasileira também crescerá mais 7% neste ano, alcançando 58,8 milhões de sacas.

GOURMET?

O mercado consumidor de café tem valorizado mais a qualidade do grão, seja lá fora ou por aqui. Diversas marcas têm apostado na diferenciação e agricultores fazem questão de reforçar a qualidade da região produtora, com a chamada indicação geográfica.

Mas como confiar no que dizem os rótulos?

Duas instituições fornecem selos de confiança, a Abic (Associação Brasileira da Indústria de Café) e a BSCA (Brazilian Specialty Coffee Association).

O selo para os do tipo tradicional/extraforte, superior e gourmet são oferecidos pela Abic. Já o selo para os especiais, de melhor qualidade, é oferecido pela BSCA.

DINHEIRO NO BOLSO

Com a saca em alta, alcançando US$ 231(R$ 1.239) no último mês, as vendas dos exportadores somam US$ 4,47 bilhões (R$ 24 bilhões) já nos cinco primeiros meses deste ano, um recorde para o período e 51% a mais do que o mesmo período do ano anterior.

Em todo 2023, as vendas somaram US$ 7,3 bilhões (R$ 39,17 bilhões).

SUBIU NO RANKING

As exportações mais fortes levaram o café também a subir na posição de produtos mais vendidos pelo Brasil até agora neste ano, segundo a plataforma Comex Stat, do Governo Federal. Ele é o 8º colocado. Em 2023, ficou em 11º.

O -top 3- é formado por ferro, soja e petróleo.

CONGRESSO DEVOLVE MP DE HADDAD

O Congresso Nacional recusou a medida criada pelo governo para restringir o uso de créditos tributários do PIS/Cofins por empresas, levando o ministro Fernando Haddad a sofrer uma nova derrota no debate fiscal.

A MP (medida provisória) havia sido enviada pelo governo aos parlamentares apenas uma semana atrás, alterando regras que permitiam abater os impostos federais no pagamento de outros tributos. Essa nova restrição poderia gerar R$ 29 bilhões de receita.

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Esse valor compensaria a perda de receitas sofrida pela União com a desoneração da folha de pagamento de 17 setores, mantida em acordo entre governo e o Congresso. O fim dos créditos, no entanto, repercutiu mal entre empresários. O setor de distribuição de combustíveis, por exemplo, anunciou até aumento da gasolina, já que seria ser um dos mais impactados.

Com a pressão, o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), decidiu devolver a medida, mesmo com indicações que o governo queria negociar pontos do texto. Parlamentares aliados ao governo minimizaram a devolução do texto. Para o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), o importante é compensar a receita da desoneração da folha. Haddad, porém, havia dito não haver um “plano B”.

A compensação. O STF (Supremo Tribunal Federal) determinou que Congresso e governo definam uma nova receita para compensar a desoneração da folha, numa decisão vista como uma vitória para Haddad. Caso contrário, os impostos sobre contratação de funcionários voltarão a valer.

Vale lembrar que as contas do governo precisam fechar no zero a zero este ano e no próximo, como determina o novo arcabouço fiscal. Desde 2023, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, busca receitas extras para reverter o rombo do ano passado e da maior parte da última década.

RELEMRE

A desoneração da folha foi criada em 2011, na gestão Dilma Rousseff (PT), e prorrogada sucessivas vezes. A medida permite pagar alíquotas de 1% a 4,5% sobre a receita bruta em 17 setores da economia, em vez de 20% sobre a folha de salários para a Previdência.

Entre os setores está o de comunicação, no qual se insere o Grupo Folha, empresa que edita a Folha. Também são contemplados calçados, call center, confecção e vestuário, construção civil, entre outros.

GOOGLE ANTIFURTO

O Google vai usar o Brasil como um laboratório para testar a função contra roubos nos celulares Android.

O novo recurso vai bloquear a tela automaticamente em caso de um movimento que sugira furto —como alguém agarrar o aparelho e sair correndo.

O Google usará a experiência por aqui a partir de julho para aperfeiçoar a ferramenta antes do lançamento global, ainda sem data.

POR QUE NO BRASIL?

A tecnologia foi uma ideia da equipe brasileira da companhia.

Como funciona: a partir de sensores e aplicativos abertos, o Android percebe os movimentos de “agarrar e correr”. Eles são detectados por uma inteligência artificial que interpreta dados de um chip interno conhecido como acelerômetro. Entenda melhor aqui.

MAIS FUNÇÕES

O Google disponibilizará outros recursos de segurança. Alguns exemplos do que também podem acionar o bloqueio: aparelho por muito tempo desconectado da rede móvel; comportamentos incomuns como remoção de chip e permanência em locais nunca frequentados por longo período.

NA CONCORRÊNCIA

O novo sistema operacional dos iPhones, o iOS 18, também oferecerá medidas de segurança. A Apple anunciou a nova atualização nesta segunda-feira (10), que inclui funções de inteligência artificial.

Haverá a opção de bloquear e esconder determinados aplicativos. E, para acessar, será necessário usar o reconhecimento facial. Veja aqui o que foi anunciado.

EM ALTA

Dados de 2023 do Anuário Brasileiro de Segurança Pública mostram que o Brasil teve um crescimento de 16,6% de furtos e roubos de celulares no ano passado. Foram 999 mil ocorrências em 12 meses. A forte digitalização dos serviços bancários no pós-pandemia, como o uso do PIX, reforça o apelo das medidas de segurança.

A média é de 114 celulares roubados por hora no país, cerca de dois a cada minuto. Os estados da Bahia e do Rio de Janeiro puxaram a alta nesse tipo de crime.

Na cidade de São Paulo, os roubos se concentram na região central.

O Brasil também foi escolhido pelo Google porque é o terceiro maior mercado de Android no mundo: são 150 milhões de usuários.

LEILÃO DE ARROZ ANULADO

O governo federal decidiu anular o leilão de importação de arroz da última semana, feito para evitar desabastecimento devido às enchentes no Rio Grande do Sul.

A decisão se baseou na avaliação de que as empresas vencedoras não teriam condições de entregar as 263 mil toneladas do grão, além de supostas irregularidades.

Uma das empresas vencedoras era do setor de queijos. Outra era de um empresário que já confessou propina.

Pesou ainda a revelação de que um dos secretários do Ministério da Agricultura, Robson França, já teve relações com a empresa que intermediou parte do leilão. Nesta terça, ele pediu demissão.

A compra do arroz, agora cancelada, custaria R$ 1,3 bilhão. Uma nova data ainda será informada.

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NOVELA

O leilão havia sido adiado diversas vezes desde que as chuvas no RS destruíram a plantação de arroz do estado, no começo de maio, e deixaram ao menos 175 mortos. Entre os motivos estava uma suposta alta proposital nos preços dos fornecedores.

Apesar das perdas, agricultores do estado e a CNA (Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária) criticaram a importação e afirmaram que não havia risco de desabastecimento porque a maior parte da colheita foi feita antes das chuvas.

PREÇOS EM ALTA?

Dados da inflação de maio, divulgados pelo IBGE nesta terça-feira (11), não mostraram um forte impacto sobre os preços do arroz, que subiram 1,47%. A batata, por sua vez, disparou 20,61%.

↳ Em maio, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) foi de 0,46%, com o maior impacto vindo da alimentação. Veja os dados completos aqui.

↳ Antes das enchentes, as expectativas para maio eram de alta de 0,25%.

↳ Em 12 meses, a inflação acumulada subiu de 3,69% para 3,93%.

EFEITOS

Os dados devem contribuir para os juros ficarem num patamar mais alto no Brasil, prevê o colunista Folha de S.Paulo Vinicius Torres Freire. Além de novos impactos da tragédia do RS, a inflação de serviços mostra força, indicando algum aquecimento na economia brasileira.

O PREÇO DA MUDANÇA CLIMÁTICA

Bancos centrais de todo o mundo alertaram nos últimos meses para os impactos financeiros e econômicos das mudanças climáticas. Os pontos de atenção são justamente a inflação, riscos maiores de inadimplência no sistema financeiro e necessidade de juros mais altos.

O presidente do banco central brasileiro, Roberto Campos Neto, disse que o clima pode ser um fator estrutural para inflação na última semana.

O RIO GRANDE DO SUL HOJE

Mais de um mês após o nível do lago Guaíba atingir a máxima histórica de 5,33 metros e paralisar Porto Alegre, o recuo das águas permite um ensaio de volta à rotina na capital gaúcha. Veja o relato do repórter Carlos Villela aqui.

O QUE MAIS VOCÊ PRECISA SABER

INDÚSTRIA

Ace volta ao mercado e agora é produzido na mesma fábrica do Urca. Gtex vai fabricar sabão em São Paulo e na Bahia; expectativa é pegar 5% do mercado de lava-roupas.

SÃO PAULO

Tarcísio assina decreto autorizando licitação de loteria estadual de SP. Governo paulista projeta arrecadar R$ 3,4 bilhões com a primeira concessão, que vai durar 15 anos.

ENERGIA LIMPA

Mover é aprovado na Câmara após adiamentos e extinção do programa. Aposta do governo para impulsionar carros mais sustentáveis, proposta ainda precisa ser sancionada.


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