Internações na UTI do Ruth Cardoso mais do que dobraram em duas semanas
O aumento acelerado dos casos de covid-19 em Balneário Camboriú, criou a expectativa de uma elevada abstenção no próximo domingo o que favorece candidatos a vereador de partidos menos expressivos.
O voto no Brasil, apregoado como um direito, em verdade é uma imposição que existe em raras democracias de países desenvolvidos.
No Brasil, quem não comparece para votar leva multa que varia de R$ 1,06 a R$ 3,51, mas numa pandemia e com a região em estado grave para transmissão da doença, exigir que as pessoas corram riscos pode ser um abuso em relação aos direitos do cidadão.
O Tribunal Superior Eleitoral chegou a ensaiar a hipótese de anistiar a multa de quem não for votar, mas até o momento suas orientações sanitárias dispensam apenas aqueles que estiverem com febre ou testaram positivo para covid-19, nos 14 dias anteriores à eleição.
Na última eleição, em 2018, a abstenção já foi elevadíssima, 27% contra 23%; 23% e 21% nas três eleições anteriores, 2016, 2014 e 2012, mas foi a primeira após o cadastramento biométrico que pode ter corrigido fraudes e deixado muita gente sem título por não comparecer em tempo hábil ao cartório.
Na recente eleição nos Estados Unidos, onde votar não é obrigatório, mais de 60 milhões de eleitores depositaram seus votos antecipadamente pelo correio, o que analistas atribuem ao efeito da pandemia que está fora de controle naquele país.
Em Balneário Camboriú, o comportamento de muitas pessoas colocou a cidade na quarta posição na taxa de mortes, entre as 15 maiores cidades catarinenses e os números da doença não param de crescer, inclusive internados em UTIs.
No último dia 25, a UTI do Ruth Cardoso tinha 7 pacientes e neste sábado (7), eles já eram 17.
Em duas semanas, a quantidade de infectados na região da Amfri aumentou 62%, provavelmente como consequência do relaxamento das pessoas e autoridades acerca do relaxamento social.
Melhor para os menores
Quanto maior a abstenção, menor a quantidade de votos necessários para eleger ao menos um vereador, o chamado quociente eleitoral que é o resultado da divisão dos votos válidos pela quantidade de vagas em disputa no Legislativo.
Simplificando o raciocínio, o partido político tem direito a uma vaga a cada vez que, na soma de todos os seus candidatos, atinge o quociente eleitoral.
O quadro abaixo mostra a quantidade de votos necessários para conquistar uma vaga, em diferentes cenários.