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Dia Mundial do Veganismo: conheça os benefícios da alimentação ‘plant based’

O Dia Mundial do Veganismo, estilo de vida que gera curiosidade e atrai cada vez mais adeptos – que não consomem nada de origem animal, incluindo ovos ou leite, foi lembrado nesta quarta-feira (1). 

No mundo, estima-se que há mais de 79 milhões de veganos – já no Brasil, segundo a Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), o número está próximo de sete milhões de pessoas, quantidade que deixa o Brasil na liderança do veganismo na América Latina.

Fazenda Futuro, a marca mais famosa veggie no Brasil, que tem Anitta como sócia (Foto Divulgação)

No país, há cada vez mais produtos disponíveis para esse público, de grandes marcas como a linha Veg&Tal da Sadia, e ainda a Fazenda Futuro, que tem como sócia a cantora Anitta, que é grande divulgadora do veganismo (apesar de que ela não é vegana, e sim ‘simpatizante’ da causa).

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Muitas pessoas começam a ser veganas pelo amor aos animais – esse é o caso da professora Ruth Mary Rutes, moradora de Balneário Camboriú, e das filhas, Luana, de 23 anos e Marina, de 30 anos – as três são veganas. 

Ruth sempre foi grande defensora da causa animal.

Ruth (centro) com as filhas Marina e Luana. As três são veganas (Arquivo Pessoal)

Luta contra exploração animal

“Minha principal motivação para me tornar vegana é a luta contra a exploração animal. Sempre fui defensora incansável da causa. Então, me deparei em um estágio de minha vida, justamente na época da pandemia (2020), refletindo e perguntando a mim mesma: se eu tenho este amor, carinho, preocupação pelos animais, como posso apoiar toda esta crueldade escondida em cada prato, quando nele há um pedaço de carne?”, disse.

Ruth acrescentou que sente-se muito bem ao olhar diariamente para o seu prato e ver que nele há vida e nenhuma ‘energia’ de dor, tortura ou morte. 

“Uma pergunta que me fez refletir muito na hora da minha mudança foi: Se você tivesse que matar o animal para comer diariamente, você o faria? A maioria das pessoas respondem que não, então vejo aí uma hipocrisia enorme porque se alguém faz por você, está tudo bem. Eu busco fazer minha própria comida, procurando sempre balancear bem os nutrientes, assim como fazer as substituições, mas confesso que sempre busco nos supermercados alguma comida pronta para aquelas vezes que estou com pouco tempo, mas infelizmente contamos com poucas opções nas redes”, acrescentou, citando que marcas de renome como Seara e Sadia estavam com boas opções, mas que percebe que isso diminuiu, além do preço – que é bem mais elevado do que produtos que não são veganos.

“Todo ingrediente, conseguimos substituir”

Marina e o noivo Russ são veganos e moram em Londres (Arquivo Pessoal)

Uma realidade diferente vive a filha de Ruth, Marina, que mora em Londres, na Inglaterra – um dos países ‘mais veganos’ do mundo, atrás apenas da Espanha, segundo estudos da OMS, que estima que um a cada oito britânicos é vegetariano ou vegano. 

Marina e o noivo, Russ, são veganos, há quatro anos. Além da influência da mãe, Ruth, ela e o noivo, que é britânico, decidiram juntos seguir o estilo de vida, após verem um documentário onde mostra o sofrimento que os animais passam nos matadouros. 

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“Comecei a me informar sobre os nutrientes e proteínas e vi que não dependemos necessariamente do que vêm dos animais e comecei a substituir, e me senti muito mais saudável comendo mais frutas e vegetais. E o que me ajudou é que nos mercados, em Londres, há muita opção – hambúrguer, pizza, salsicha, peixe, carne moída, pedaços de carne… tudo! Todo ingrediente, conseguimos substituir, e com o sabor e preço igual ou às vezes até mais barato”, afirma.

Marina exemplificou com os valores – um pacote de carne moída custa 3,49 libras (500g), já um pacote de salsicha vegana (454g) 2,30 libras. 

“Como acompanho a minha mãe, que vive no Brasil, espero que aí nos acompanhe, porque aqui há cada vez mais e mais opções de comidas veganas, e a sociedade está aderindo também, mesmo que não sejam todos 100% veganos, mas substituindo os alimentos ou não consumindo carne um dia na semana, por exemplo. Toda mudança é positiva”, completa.

Nutricionistas veganas apontam importância do movimento

Bárbara Sant’Ana é nutricionista de Blumenau, mas atende clientes de Balneário Camboriú via online

Arquivo Pessoal

 “Sou vegana há quase quatro anos, mas sem carne estou há quase oito anos. Comecei como ovolactovegetariana [por três anos, até se tornar vegana], incentivada pela questão dos animais, por ética e compaixão, por entender que não preciso explorar os animais para me alimentar. Aos poucos fui conhecendo mais, entendendo o impacto ambiental do consumo da carne e também veio a questão de saúde, porque pode ser muito benéfico [não comer carne]. Inclusive a minha profissão [nutricionista] veio depois de parar de comer carne. Eu trabalhava na área tributária, mas gostava muito da área da Nutrição, e na época não tinham nutris vegetarianas / veganas onde eu moro [Blumenau], o que me motivou a cursar a faculdade. Eu digo que o vegetarianismo mudou a minha vida em todos os sentidos possíveis. Sempre quis ser vegana, mas precisei de tempo – tem quem fique 10 anos e quem pare do dia para a noite, fiquei quase 3 anos. Eu e meu marido, que também é vegano, combinamos que a partir de 1 de janeiro de 2020, nos tornaríamos veganos, e assim fizemos. Muitas pessoas me procuram porque se tornaram vegetarianas e querem saber como, dicas de alimentação, e eu sempre digo que precisa aprender a cozinhar porque há sim o receio de comer a comida dos outros – de acabar comendo ovo ou lácteo sem saber.

Vejo que é notável que o movimento está crescendo a cada dia, se comparar quando me tornei, quase não tinha opção, e hoje cresceu. O número de pessoas que se declaram veganas aumentou, já somos quase 15% da população brasileira, e é normal que grandes indústrias queiram faturar e atender a esse público. Lanchonetes e restaurantes também sentem quando as pessoas perguntam e buscam atender. Há locais que buscam de fato agradar, que fazem prato especial e elaborado, com queijo vegetal, hambúrguer sem carne… opções muito legais e o público acaba indicando esses estabelecimentos.

Gosto de pontuar que nem sempre o vegano é saudável, tem aditivo, corante, conservantes, há alimentos veganos que são ultraprocessados. Nem tudo dá para incluir no dia a dia, mas são positivos – como é o caso da Fazenda Futuro, que possui uma composição bem interessante e é uma marca essencialmente vegana, não como as outras que querem entrar só para lucrar, mas há conservantes nos produtos, que são ultraprocessados.

Vejo que mesmo quem não pensa em ser vegano ou quem tem vontade, pode começar deixando de comer carne um dia na semana  – já é muito válido! Para a saúde e para o meio ambiente. Vale tentar um dia na semana, experimentar além do clássico arroz e feijão – há legumes, feijões diferentes, com um consumo maior de fibra alimentar, que é muito benéfico tanto pela questão intestinal como na redução de risco de desenvolver doenças cardiovasculares, neurológicas e gastrointestinais. No consultório eu também atendo clientes que não são vegetarianos ou veganos, e percebo que quando estão abertos a querer experimentar, busco explicar os benefícios.

A tendência é que o veganismo vá se amplificando, com mais produtos no mercado, para assim as pessoas terem mais interesse – e se tem demanda, tem produto. O vegetarianismo e o veganismo são soluções possíveis e necessárias para frear toda a questão de consumo e sustentabilidade porque é cada um agindo”.

Mônica Oss-Emer, nutricionista em Balneário Camboriú, está se especializando na primeira turma de Nutrição Vegetariana Funcional, da instituição Valéria Pascoal

Arquivo Pessoal

 “Estou na caminhada do vegetarianismo profissionalmente há aproximadamente seis anos e nunca pude estar tão certa que este é o futuro da alimentação, falando de uma forma bem geral mesmo, tanto no âmbito de saúde, quanto ambiental. Atualmente os estudos já comprovam que uma dieta a base de plantas pode prevenir diversas doenças metabólicas como diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares e vários tipos de câncer. Isso porque os vegetais possuem compostos fotoquímicos, antioxidantes e outros nutrientes que são protetores da saúde. Alguns estudos demonstram que até mesmo os alimentos mais processados a base de vegetais possuem um impacto menor na saúde, do que os a base de proteína animal, uma vez que esses foram criados pela indústria para suprir essa demanda da transição ao vegetarianismo e podem sim ser consumidos de forma pontual. Esses alimentos mais processados não devem ser a base da alimentação vegetariana, o ideal é que a alimentação seja baseada em alimentos vegetais em sua forma natural e integral como as leguminosas (feijão, lentilha, grão de bico), cereais integrais (arroz, quinoa, aveia), legumes, frutas e sementes.

Quando comecei na área da Nutrição pouco se falava [sobre o veganismo],  mas assim que me formei tive o prazer de presenciar uma palestra falando sobre o consumo de carne, o impacto ambiental e o sofrimento dos animais. Ali tudo começou a mudar, decidi que iria contribuir e fazer a minha parte através da minha profissão. Não era possível achar normal que a produção de alimentos responde por mais de um quarto das emissões globais de gases de efeito estufa, que metade da terra habitável do mundo é usada para agricultura (terra habitável: livre de gelo e deserto), que 70% das retiradas globais de água doce são usadas para a agricultura. Fora todo o sistema cruel de abatimento das vidas de todos esses animais para servir nossos pratos.

Cada dia se torna mais especial e gratificante trabalhar nessa área desmistificando tantos mitos acerca do assunto. Afinal, a proteína é abundante no reino vegetal também, é só saber identificar e combinar corretamente. Sendo este um dos maiores mitos dentro do vegetarianismo, onde encontrar as proteínas: elas estão presentes principalmente no grupo das oleaginosas como feijão, lentilha, grão de bico, ervilha etc.

Minha dica para quem está começando uma transição é buscar acompanhamento e informação, estar preparados para crítica que irão surgir, pois ainda se há muito preconceito, mas o exemplo sempre vence e quando você menos esperar as pessoas que te criticavam, vão estar provando suas comidinhas veganas (risos), ou se preocupando com alguma opção para você sempre que estiver junto. Não se cobre, faça no seu tempo. E se você tem curiosidade de viver essa experiência de ficar sem carne, comece pela campanha ‘Segunda sem carne’. O nosso país é um dos lugares que mais se aderiu ao movimento – a Segunda Sem Carne foi lançada pela Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), em 2009. Inclusive, um dos maiores feitos da campanha aqui foi quando escolas municipais em São Paulo adotaram um cardápio vegetariano em 2011 – totalizando 436 mil kg de carne não consumidas durante um ano escolar. Fazer a ‘Segunda sem carne’ é muito simples, como o nome já diz, é ficar um dia sem consumir nada de origem animal, ou pelo menos a carne durante a segunda-feira.

Fica aqui também meu apelo aos restaurantes e lanchonetes para que busquem cada dia mais colocar opções para vegetarianos, pois muitas vezes quando em grupo, é decidido por locais onde possuem opções para vegetarianos, todos só têm a ganhar com isto”.

Sugestões da nutricionista Bárbara Sant´Ana

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