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Balneário Camboriú

Cuidados com os pets em Balneário Camboriú incluem Guarda Ambiental, hospital 24h e até loja de alimentação saudável

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Em Balneário Camboriú é impossível sair na rua sem ver um cãozinho com seu dono. A cidade conta com três dog parks (é proibido animais na faixa de areia) e no início de janeiro foi criado um serviço da Guarda Ambiental para cuidar de ocorrências envolvendo animais domésticos, muitas vezes resgatados de maus tratos e acolhidos pela ONG Viva Bicho.

No abrigo da instituição, vivem hoje 550 animais entre cães e gatos que estão disponíveis para adoção gratuita.

Nesta semana, o Página 3 conversou com veterinários, protetores de animais e envolvidos nesta importante causa. Confira abaixo.

Abrigo Viva Bicho (Divulgação)

ONG Viva Bicho

História de 18 anos, abrigo é o lar de 550 animais

Patrícia Ferreira, da Viva Bicho (foto Arquivo pessoal)
Os cães no Viva Bicho (foto Viva Bicho)

A ONG Viva Bicho, fundada em 2003 em Balneário Camboriú, é considerada pela prefeitura serviço de utilidade pública. A história da entidade se cruza com a da voluntária e integrante da atual diretoria, Patrícia Ferreira, que é atuante na causa há mais de 10 anos. “Um dos casos que mais me marcou nesses anos todos foi o abandono de uma família de seis cães, em um lixão, há uns três anos. Conseguimos socorrer todos, que foram amparados e adotados”, relembra.

Ela conta que no abrigo da ONG, que fica no Bairro Nova Esperança, vivem hoje cerca de 550 animais, sendo 150 gatos e 400 cães – todos castrados (nenhum animal é adotado sem ser castrado ou possuir termo para castração futura [gratuitamente], no caso dos filhotes; todos também são vacinados e microchipados).

Há filhotes, adultos, idosos e de todos os portes, de raças e sem raça definida, os viralatas. A média de adoção e abandonos é a mesma: 70 por mês. “Infelizmente ainda acontecem muitos casos de abandonos e maus tratos aos animais em Balneário. Essas pessoas que fazem isso não merecem ter animal. Na verdade, os animais não merecem pessoas assim”, opina Patrícia.

Segundo ela, também são comuns os casos de pessoas que adotaram animais na ONG e decidem devolvê-los. “Acontece bem seguido. A maioria tenta de todas as formas nos obrigar a aceitá-los de volta, ameaçam que vão abandonar na rua. O que tentamos fazer é oferecer ajuda para a pessoa conseguir um novo lar para o animalzinho, ajudando a pessoa a ajudar o animal”, acrescenta.

A Viva Bicho foi afetada pelo ciclone bomba que atingiu Balneário Camboriú em 2020 e desde então luta para reconstruir/reformar alguns de seus canis. A ONG depende do apoio da comunidade. Recentemente, foi construída uma maternidade e a entidade tenta agora iniciar a construção de um canil só para filhotes.

“Precisamos de apoio financeiro em qualquer valor ou então doação de qualquer tipo de material de construção, tijolo, cimento, areia, forro etc. Aceitamos também doação de produtos de higiene e limpeza, assim como medicação”, afirma.

  • Quem quiser ajudar a ONG pode doar diretamente para a conta: Banco do Brasil, Agência 1489-3, conta corrente 50793-8, CNPJ 06.156.776/0001-81. A Viva Bicho recebe visitas no abrigo (localizado na Av. José Alves Cabral, 104, Bairro Nova Esperança) de segunda a sábado das 8h às 12h e das 14h às 17h. Para adotar um animalzinho é necessário apresentar comprovante de residência e documento com foto.

Rede de apoio

Guarda Ambiental criou guarnição especial para atender animais domésticos

Desde o início de janeiro, a Guarda Ambiental de Balneário Camboriú conta com uma guarnição especial para atender apenas ocorrências envolvendo maus tratos e resgates de animais domésticos – cães e gatos. Antes, os guardas atendiam diversos outros casos, como animais silvestres que precisavam de ajuda – principalmente aves, como um gavião-carijó que foi resgatado de um restaurante no Estaleiro, no último domingo (24).

Guarda da equipe é protetora dos animais desde a infância

GM Leila, uma das integrantes da Guarda Ambiental de Balneário (foto GMBC)

Agora, com a guarnição focada apenas em atender animais domésticos, a expectativa é que o trabalho flua melhor. Uma das guardas que atua nela é Leila Jurjus Chahm de Nadai, que desde a infância trabalha com os animais. “Ajudar animais é algo que sempre fez parte da minha vida, em toda minha infância e adolescência tive cães e gatos e até os tempos atuais ainda tenho. Acho que foi do meu amor por estes seres que comecei a ajudá-los, e sou protetora voluntária”, relembra.

O primeiro resgate que ela fez a marcou: enquanto ainda era Agente de Trânsito de Itajaí, salvou um cão, o Pluto, que foi adotado por ela e viveu em sua família por 13 anos. “E quando já estava trabalhando na Guarda Municipal de Balneário resgatei uma cadela idosa e cega, abandonada em sua própria cama”, conta.

O primeiro cão resgatado por Leila (foto Arquivo pessoal)
Leila e seus cães (foto Arquivo pessoal)

Guarnição foca em ter uma visão mais apurada de maus tratos

Leila salienta que sempre quis ser agente de segurança pública, com o objetivo de ajudar as pessoas e ser ‘útil para a sociedade’. Antes de integrar a Guarda Ambiental, ela trabalhou com o canil da GM, o K9, que continua sendo a sua paixão. “É de extrema importância que dentro de uma corporação existam segmentos para atender as demandas do município, sejam eles na proteção do cidadão como do meio ambiente. Já a de resgate de animais domésticos foi criada no intuito de ter uma visão mais apurada do que caracteriza ou não maus tratos aos animais, e afim de conscientizar as pessoas que desconhecem leis específicas que protegem o bem estar animal. Balneário está dando mais importância à questão ambiental e creio que alcançaremos um estado de excelência no que se refere a proteção deles”, explica.

Em menos de um mês foram mais de 50 atendimentos

Desde a criação da guarnição, já foram atendidas, segundo Leila, em torno de 50 ocorrências – como o resgate de uma cadelinha e seus dois filhotes, que estariam sendo mantidos em uma mala e oferecidos para venda por uma moradora de Balneário Camboriú. Eles foram encaminhados ao abrigo da ONG Viva Bicho – a parceria é destacada por Leila, que aponta a clássica frase: ‘uma andorinha só não faz verão’. “A demanda oscila, mas sempre temos muitas ocorrências para ser atendidas, em média cinco para um turno de oito horas, porém são ocorrências que demandam tempo para serem finalizadas”, afirma.

“É uma vida que depende única e exclusivamente de nós”

A guarda conta que a maioria de ocorrências que envolvem maus tratos são de cães acorrentados, o que é proibido por lei, e cães confinados em espaços pequenos sem condições de higiene. “Acredito que muitos tutores ainda não têm a consciência que um cão ou gato são seres que possuem consciência e precisam de cuidados, como atendimento veterinário, local adequado para viver, afinal, é uma vida que depende única e exclusivamente de nós seres humanos. Se for pra ter um cão pra deixar acorrentado passando fome, é simples, não tenha. Abandonar ou maltratar um animal é crime, quem faz isso não é digno de receber o amor puro e incondicional que um animal pode oferecer”, completa.

Balneário tem Conselho Municipal de Proteção Ambiental

Desde 2018 Balneário Camboriú conta com o Conselho Municipal de Proteção Ambiental (COMPA), que foi o responsável por incentivar a criação do programa ABRAÇO Animal, um reforço à atuação da Guarda Ambiental, ainda em 2019. O COMPA foca em discutir políticas públicas voltadas para a causa animal e ambiental, assim como atende denúncias e discute casos de abandono e negligência.

A presidente do Conselho é Karine Almeida Gomes, que atua na causa de proteção aos animais desde que tinha 15 anos – quando se tornou vegetariana. “Minha consciência de que os animais tinham sentimentos não me permitiu ficar indiferente. Hoje sou protetora independente e atuo com uma rede de protetoras, nós nos ajudamos sempre numa ação, uma resgata, outra transporta, outra dá lar temporário, outra paga veterinário, fazemos rifas, bazares etc.”, conta. Um dos resgates que Karine atendeu e que marcou sua trajetória foi uma cadelinha violentada sexualmente e que acabou morrendo. “Esse tipo de caso não tem como esquecer, é o ápice da brutalidade humana”, lamenta.

Karine e sua Cherry (foto Arquivo pessoal)

Criação do ABRAÇO Animal foi o grande feito

Integrantes do COMPA (Foto COMPA)

Karine foi uma das incentivadoras da criação do COMPA, já que trabalha na prefeitura de Balneário Camboriú. Quando foi convidada para atuar no governo municipal fez uma condição ao prefeito Fabrício Oliveira: que ele lhe desse ‘carta branca’ para focar nos avanços quanto às políticas públicas da causa animal. “E ele com muito gosto aceitou, então tiramos o COMPA do papel e fizemos tudo acontecer, formatar o programa ABRAÇO Animal foi um trabalho de muitas mãos, achei muitos aliados em várias áreas governamentais. Sem dúvidas a criação dele foi o grande feito do COMPA, transformá-lo em lei garante a continuidade dessa política pública”, relembra.

Presidente vê que Balneário está ‘muito à frente’, mas que sempre é preciso melhorar

Reunião virtual do COMPA (foto COMPA)

Segundo a protetora, apesar do Conselho receber muitas denúncias, ela vê que Balneário é um município privilegiado por possuir toda uma rede de proteção, com a Guarda Ambiental e ONG Viva Bicho, por exemplo. “Hoje a estrutura que temos e a organização com a questão animal está muito à frente de nossos vizinhos, mas é claro que nunca vamos deixar de buscar melhorias. As principais ocorrências que chegam até o COMPA estão relacionadas à negligência, que é um tipo muito comum de maus tratos; deixar de prestar atendimento veterinário, de alimentar adequadamente e dar cobertura de chuva e sol, são os casos mais comuns. Já o abandono existe sim, e é muito triste pensar como o ser humano consegue viver com isso”, opina.

“O segredo é educar”

Karine pontua que antes o tratamento com os animais era visto como ‘cultura’, como ter o cão na corrente, em canis pequenos, etc., mas que hoje os entendimentos evoluíram e que animais são seres sencientes que precisam de cuidados. “Mas ainda temos muito que avançar e eu acredito na educação, se criarmos crianças mais conscientes vamos ter sempre a tendência de um futuro melhor em todos os sentidos. Na causa animal não é diferente, o segredo é educar, ou por amor ou pela dor, no caso as multas e agora a possibilidade da prisão em flagrante”, completa.

Praia não é lugar para pet

Balneário conta com três dog parks

Cão estava na praia com uma criança (foto Renata Rutes)
Heloisa e seu Fred (foto Arquivo pessoal)

Em Balneário Camboriú os cães não podem ir na areia da praia, mesmo assim muitos tutores insistem em levá-los para um passeio, o que é proibido por razões sanitárias, segundo a secretária do Meio Ambiente, Maria Heloísa Lenzi.

O tema está sendo abordado na praia central, com distribuição de folders.

O Página 3 esteve na praia na tarde de quarta-feira (27) e flagrou alguns cães na areia, um com uma família e outro com seu tutor. A repórter do jornal flagrou o cão atacando um homem que havia discutido com o dono dela. “Estamos abordando de forma educativa, primeiro vamos intensificar a ação de forma fiscalizatória, vamos fazer ações com fiscais pedindo que elas saíam da praia. Podem caminhar no calçadão sem problema algum, mas na areia não pode”, afirma Maria Heloísa.

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Cadelinha estava solta e logo após essa foto atacou um homem (foto Renata Rutes)
Pinscher estava curtindo uma tarde de praia com a família (foto Renata Rutes)

Praia pode ser ruim para os cães também

A secretária salienta que ir à praia também tente a causar problemas para os animais, já que eles podem se queimar [pelo excesso de tempo no sol] e sofrerem reações adversas por conta da areia e da água do mar. “O ambiente de praia se torna muito quente para o animal, tanto pelo sol quanto pelo aquecimento da areia, algo que o ser humano não percebe, mas o cão sim, que ainda pode ter infecção de ouvido e na pele, ingerir animais marinhos e se prejudicar. A praia não é o ambiente ideal para os animais domésticos e as pessoas precisam respeitar isso”, destaca.

Cidade investe em dog parks

Dog park da rua 1911 (foto prefeitura)

Heloísa lembra que muitos ambientes da cidade são propícios para levar os pets, como a própria Avenida Atlântica, praças, ruas e os dog parks – pensados para os animais e onde podem ficar soltos, interagindo com outros cães e brincando-, além dos vários pontos pet friendly, incluindo os shoppings Balneário e Atlântico.

“A cidade hoje oferta três dog parks (na Quarta Avenida, na Avenida Brasil com a Rua 1.911, e na Praça Higino Pio) e planejamos fazer pelo menos mais dois que são os ambientes propícios. Precisamos da consciência do público, que deixem o ambiente de praia para as pessoas, pois não é interessante nem para os animais e nem para nós”, enfatizou a secretária.

Prefeitura atuará na conscientização de que animais não podem ir na praia (foto prefeitura)

Não existe praia pet em Balneário

O conceito de praia pet vem sendo discutido, a exemplo de Itajaí, onde um projeto de lei tramita na Câmara. Porém, segundo a secretária do Meio Ambiente, isso não está nos planos de Balneário neste momento. “Você não precisa ir para a praia com o animal, você está errado fazendo isso. Praia pet deve ser muito pensado, porque se hoje proibindo em qualquer praia e horário já é difícil conscientizar as pessoas, imagina liberar algumas praias ou horários, será muito difícil fiscalizar e fazer as pessoas entenderem que só podem estar em determinado horário ou praia. Entendemos que existe prejuízo para os animais ao levarem eles para a praia. Existe ambiente específicos onde eles podem ir, é essa consciência que as pessoas precisam ter”, pontua.

Relatos da veterinária da Viva Bicho

“A maioria dos atendimentos são de casos extremamente complicados”

Edna e um de seus pacientes (foto Viva Bicho)

A veterinária Edna Loreto Nied realiza os atendimentos da ONG Viva Bicho desde o final de 2019. O que a motivou a trabalhar na causa foi ter um relacionamento mais próximo com os animais, de forma mais direta, atendendo tanto os cães e gatos que chegam ao abrigo como os que já residem no local.

“A maioria dos atendimentos que fazemos são de casos extremamente complicados, como atropelamentos, doenças infectocontagiosas de animais muito debilitados que buscamos recuperar”, conta ela que vive a rotina de aplicar medicação, vacinar, tratar dos que precisam de cuidados especiais, dos vítimas de maus tratos, controlar de pragas, cuidar da qualidade da água e até evitar conflitos entre os animais que vivem nos canis.

Vitor, Babaloo e Cascudinho

Vários casos marcaram a veterinária, ela cita o cãozinho Vitor, que chegou na ONG ‘totalmente tetraplégico’. “Ele só mexia o pescoço e estava extremamente magro. Chegou para nós com 3,5kg e hoje pesa 12. Para revertemos esse quadro realizamos três transfusões de sangue. Foi uma vitória tão grande, todos no abrigo se emocionaram muito quando ele melhorou”, diz. Ela também relembra a cadelinha Babaloo, que chegou com o abdômen muito abaulado e com uma bicheira ‘imensa’ em um dos olhos. “Descobrimos que ela tinha uma doença bem grave, pesquisamos, conseguimos a medicação e ela foi adotada por uma família. Hoje está bem, e continuamos tendo muito amor por ela, porque lutamos muito pela vida dela”, afirma.

Edna também tem um ‘filho’ na ONG – como ela mesma define, o gato Cascudinho, que tem a Aids Felina (FIV), além de uma lesão de pele muito aguda; também teve gripe e precisou fazer nebulização. A veterinária o tratou e cuida dele até hoje, que vive em um abrigo especial, já que por ter FIV precisa ficar isolado de outros gatos. “Sempre me chamou atenção que quando eu ia fazer nebulização nele, ele me abraçava. É um bichinho que eu tenho um carinho muito grande”, acrescenta.

Casos de abandono: “Infelizmente ainda acontece muito”

A veterinária aponta que infelizmente ainda acontecem muitos casos de abandono na cidade – tanto que mensalmente a ONG recebe cerca de 70 animais. “É a parte mais difícil de trabalhar numa instituição, vivemos isso todos os dias. Fico muito triste com a falta de consciência de um tutor, se você adotou um cachorro ou um gato ele é de sua responsabilidade. A adaptação pode não ser imediata, é uma criança para quem você precisa ensinar tudo. Há quem não tenta nem quatro, cinco dias e quer devolver para a ONG. Fora os atendimentos da Guarda Ambiental, muitos, e os abandonos na porta da ONG”, salienta.

A negligência também preocupa

Edna salienta o quanto preocupa a negligência de pessoas que deixam seus bichos soltos, podendo ser atropelados e brigar com outros animais na rua. Também não castram seus cães e gatos – o que a veterinária defende como um ato de amor, e que garante saúde ao animal. “Maus tratos não é só bater no animal. Ele não é um brinquedo, é preciso mais consciência, é isso que a Viva Bicho defende. Agora temos lei, que defende que isso é crime, e é muito triste que a comunidade precise ser multada para se conscientizar de algo que deveria ser óbvio”, diz.

Criação de gatos deve ser indoor

Gatos não devem ser criados com acesso à rua. A criação indoor vem sendo cada vez mais defendida, já que além dos perigos da rua podem contrair duas doenças perigosas, a já citada FIV e a FeLV (vírus da leucemia felina) e que não possuem cura. “Manter seu animal em casa evita várias complicações. Eu tenho gatos que são adultos, grandes e vivem muito bem no território que é apresentado para eles, com prateleiras, espaços para subirem em casa. Não são gatinhos tristes, são felizes e saudáveis. Sou uma defensora ferrenha, se você tem um gato deve manter dentro de casa e castrar ele”, afirma.

Com um ano de funcionamento, hospital veterinário de Balneário faz mais de 500 atendimentos/mês

Estagiários, Zoocare é hospital universitário (foto Zoocare)
Viviane (foto Zoocare)

O Zoocare, hospital veterinário 24h localizado no final da Avenida do Estado, no Bairro Ariribá, foi inaugurado há aproximadamente um ano. Desde então, o local realiza cerca de 549 atendimentos/mês, entre consultas e retornos.

Segundo a médica veterinária e gestora do local, Viviane Azevedo Ferreira Côrtes, a equipe é composta por nove veterinários fixos, distribuídos entre plantões noturnos, atendimentos durante o dia e internação. “Há um mês nossas portas foram abertas para os estagiários, tanto da UniAvan quanto de outras faculdades. Somos um hospital conveniado à UniAvan, os alunos têm aulas práticas e teóricas aqui”, conta.

O hospital atende as mais diversas especialidades como dermatologia, endocrinologia, oftalmologia, cardiologia, neurologia, pneumologia, hematologia, fisioterapia, ortopedia e nutrição dentre outras.

A veterinária destaca a cardiologia, pois o Zoocare é o único local da região com eletrocardiograma, ecocardiograma e consulta com cardiologista todos os dias da semana, com agendamento.

“Também dispomos de colocação de holter (analisa o coração), com laudo de qualidade ímpar. Contamos com um setor de imagem com aparelhos de primeira linha: Raios-X digital e ultrassom. Também realizamos cirurgias em um centro cirúrgico muito moderno, com aparelhagem de primeira linha. A UTI conta com ventilador mecânico, equipe especializada, hemogasometria (faz medidas no sangue) à beira do leito. Nosso laboratório oferece diversos exames”, diz.

“O hospital funciona 24h, sempre com médicos veterinários presentes, além de enfermagem muito bem treinada para qualquer acontecimento, nossa equipe é muito bem treinada para situações adversas. Há diversos sintomas que o animal pode ter que indicam que ele precisa de um veterinário, como perda de peso, perda de apetite, muito xixi, beber muita água, tosse, cansaço fácil, queda de pelos, feridas, coceira, vômitos, diarreias, secreção ocular, secreção nasal, espirros, desmaios… O ideal é que nos animais com até cinco anos os check-ups sejam realizados a cada dois anos e anuais após os cinco anos”, explica.

Opinião

Repórter do Página 3 relata experiência de sua cadelinha no Zoocare, por Renata Rutes

Renata e Bonnie (foto Arquivo pessoal)

“Ganhei a Bonnie, uma Dachshund (a conhecida salsicha), como uma surpresa do meu marido, Daniel, alguns dias antes do Natal, em 22 de dezembro. Desde a chegada dela nos surpreendemos com o quanto ela era agitada e extremamente curiosa – características da raça. Ela sempre demonstrou o quanto não é nada medrosa e adora explorar. Porém, não imaginávamos até onde isso podia chegar.

Já na primeira quarta-feira de 2021, no dia 6, ela nos ‘presenteou’ com uma confusão no banheiro, revirou o lixo. Isso durou pouquíssimos minutos, até que percebemos e a tiramos de lá. Como fazemos home office estamos sempre de olho, mas mesmo assim ela conseguiu aprontar.

Já à tarde, neste mesmo dia, eu percebi que ela havia vomitado, mas nunca deixou de comer ou fazer suas necessidades, estava com comportamento normal. Mesmo assim, estranhei e pensei ‘só o que faltava que ela comeu algo do lixo do banheiro’. Dito e feito: conseguiu comer, em cerca de um minuto, engolindo inteiro, um absorvente. Quando percebemos demos risada, mas mesmo assim preferimos ligar para o Zoocare e contar o que havia acontecido. A atendente pediu que fôssemos até lá, pois poderia ser sério. Ela fez exames, ultrassom e Raio-X, e os veterinários apontaram que ela precisava fazer uma cirurgia de retirada, pois o algodão do absorvente não seria digerido e por ela ser filhote poderia ser mais grave, obstruindo o intestino e ferindo as paredes do estômago.

Ah! No exame também apareceu um pedaço do cabo do meu carregador de celular (risos), mas esse já estava ‘saindo’. Hoje a Bonnie está ótima, teve uma excelente recuperação e só podemos agradecer todos os cuidados que a equipe do Zoocare teve com ela, que nos dias de internação foi o ‘xodó’ dos veterinários. O recado que deixo para os tutores é que estejam sempre atentos ao que seus pets estão fazendo e não pensem duas vezes em levar ao veterinário se julgarem necessário. Pode ser realmente uma decisão que vai afetar a vida de seu bichinho”.

Veterinária fala sobre cuidados com o verão

Clínica Dermatocare é especialista em Dermatologia

Dra Luana (foto Dermatocare)

A veterinária Luana Minatti, que é pós-graduada em Dermatologia pela Equalis-SP, é sócia-proprietária da Dermatocare, clínica especializada, localizada na Rua Uganda, no Bairro das Nações, entre as avenidas Estado e Martin Lutter.

Associada à Sociedade Brasileira de Dermatologia Veterinária (SBDV), Luana explica que essa especialidade tem muito atendimento, e que em uma clínica geral corresponde a 70% dos casos atendidos. “Nossa clínica está em funcionamento há um ano e um mês e desde então estamos com a agenda cheia. São dezenas de atendimentos mensais, todos com horários marcados e são consultas que levam mais tempo. Temos um laboratório, onde fazemos exames na hora da consulta, com diagnóstico no momento também, isso facilita bastante”, diz.

As principais doenças de pele

Entre as principais doenças, a veterinária destaca as alergias que causam coceiras, dentre elas a dermatite atópica canina, que é imunoinflamatória e genética. Entre as raças mais ‘propensas’ a ter problemas de pele, estão o shitzu, Golden retriever e buldogue. Já os gatos costumam ter, segundo a dermatologista, principalmente doenças fúngicas, que afetam mais os gatos da raça persa. “O siamês tem mais pré-disposição a fazer reação adversa ao alimento e os gatos num geral têm muito problema com as doenças parasitárias de pele e com o ácaro da orelha”, acrescenta.

Vale pontuar que algumas doenças alérgicas não têm cura, mas podem ser tratadas. “Pode haver um controle para sempre, e exige que os tutores tragam seus pets para serem acompanhados com frequência, e em Balneário há um cuidado especial, percebemos que os tutores se preocupam muito, vemos que os animais estão cada vez mais integrando as famílias, com a consciência de que animais exigem comprometimento e consciência”, afirma.

Sinais indicativos

A veterinária aponta que os tutores devem ficar atentos em alguns sinais, como a perda de pelo excessiva, que podem indicar problema de pele. “Geralmente quando existe um problema vamos ter também falhas na pelagem, mas é sempre bom investigar se estiver caindo pelo em excesso, pode ser um desbalanço nutricional, falta de vitaminas também”, comenta.

Verão exige ainda mais cuidado

Muitos tutores têm dúvidas quanto os cuidados no verão, como a importância da hidratação e de não levar os cães para passear em horários de sol intenso, já que as patinhas podem queimar e até mesmo a pele. “Os cuidados realmente precisam ser redobrados nesta época do ano, principalmente com animais de pelo claro e curto, porque eles não têm aquela proteção, que é o pelo, que acaba servindo como um regulador térmico e então podemos ter problema como dermatite aquitínica, que é causada pelo sol, sem proteção, e podemos ter ainda evolução para um câncer de pele”, explica.

Nem todos sabem, mas há protetor solar para cães – na internet há opções a partir de R$ 39,99, e que são boas opções para evitar que os cãezinhos tenham problemas com queimaduras. Raças como pitbull, bull terrier e dálmata exigem protetor solar, assim como o gato careca, o sphynx. “E evitar passear nos horários em que o sol está muito quente, optando por passeios no início da manhã, fim de tarde ou noite. É essencial sempre disponibilizar água fresca”, pontua.

As tosas, que alguns tutores optam por achar que vai beneficiar o animal no verão podem prejudicar se feitas da maneira errada, como no caso do chow-chow e spitz alemão, que possuem o chamado ‘subpelo’ e que pode não crescer mais. “O pelo acaba sendo um regulador de temperatura, pois quando exposto ao sol acaba sendo uma barreira física, regulando a temperatura do animal”, completa.

Mercado pet vem crescendo

Balneário conta com marca de comidas saudáveis

O mercado pet é um dos que mais cresce no Brasil, sendo o segundo maior do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos.

Com grandes influenciadores digitais, como Mada e Bica, Gudanzinho e o gato Ravióli – esse último é de Balneário, as marcas de petiscos, rações, roupas e brinquedos estão ganhando cada vez mais destaque.

A Chef di Animale, empresa de Balneário Camboriú, está há sete anos no mercado, é referência no segmento, com as proprietárias médica veterinária Bettina Michalak e a Chef Internacional e Pâtissier Carol Sprot ministrando cursos online para incentivar que empresas como a delas se profissionalizem.

As sócias da Chef di Animale, Bettina e Carol (foto Renata Rutes)

Quem entra na Chef di Animale se surpreende: a loja apresenta cupcakes, quiches, quibes, bolo de aniversário, biscoitos e refeições completas para cães, que podem ser adquiridas individualmente ou através de pacote para um mês inteiro, personalizado e de acordo com o gosto e quantidade que cada cão pode comer – considerando peso, idade e raça.

Preparado com carnes (frango, porco, rã, boi e peixe); carboidratos (macarrão de arroz, batata, inhame, grão de bico); temperos (alecrim, manjericão e cúrcuma); vegetais (batata doce, beringela, abóbora, cenoura e beterraba) e com cuidado para agradar os clientes que possuem opções de sabores caso não gostem da primeira experiência.

Há cuidado com gorduras e os alimentos não contêm açúcar, é utilizado mel e alfarroba, que substitui o chocolate.

Segundo a veterinária e sócia Bettina, no início a Chef di Animale oferecia a linha Pet Bakery, com os bolos de aniversário e cupcakes como carro chefe. Os bolos continuam sendo muito pedidos, inclusive com saídas diárias. A chef Carol conta que nos finais de semana chegam a ser encomendados mais de 15.

A linha de alimentação natural é a principal, já que substitui a ração por esse alimento balanceado, que é inclusive recomendado por veterinários.

O público da Chef di Animale é principalmente de Balneário Camboriú e região, já que como há produtos frescos eles acabam sendo mais perecíveis [como os bolos], mas a linha congelada dura mais, assim como os biscoitos – esses são enviados até para todo o Brasil.

“Os petiscos são para cães e gatos, mas a alimentação natural [com mais de 30 opções] é só para cães. Para os tutores de gatos nós damos dicas nutricionais”, diz a veterinária, que aproveita para lembrar que um dos maiores problemas que a má alimentação dos animais pode gerar é a obesidade, assim como a diabete.

“Com a alimentação adequada, o cão é mais saudável, tendo o peso correto, e até mesmo podendo ter uma vida mais longa”, diz.

  • A Chef di Animale fica na Rua 3.618, nº 29, e atende ao público de segunda a sexta das 10h às 12h e das 14h às 19h e aos sábados das 10h às 14h.
  • Saiba mais em: chefdianimale.com.br

Pássaros soltos

A Secretaria do Meio Ambiente e a Guarda Ambiental soltaram nesta sexta-feira (29) sete pássaros resgatados pelo Programa Abraço Animal. Alguns foram resgatados feridos ou debilitados, foram recuperados e devolvidos ao seu habitat, no Parque Ecológico. Veja o vídeo:

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