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Dia Nacional da Liberdade de Imprensa: jornalistas de Balneário Camboriú opinam sobre o atual cenário

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O Dia Nacional da Liberdade de Imprensa foi lembrado nesta quarta-feira (7), porque nesta data, em 1977, quase três mil jornalistas assinaram um Manifesto contra a censura da Ditadura Militar. 

A liberdade de Imprensa é um direito fundamental na construção de uma sociedade e foi ameaçado na recente história do país, violentado no período da Ditadura (1964 a 1985). 

Somente no final da década de 70, a sociedade brasileira começou a se movimentar pela liberdade de expressão, que é a base da construção de uma democracia e o Manifesto dos Jornalistas foi uma destas vozes.

Recentemente, o jornalismo viveu períodos difíceis, com ataques do ex-presidente Jair Bolsonaro como também de seus apoiadores, que rechaçaram a imprensa. 

Para lembrar esta data, o Página 3 ouviu jornalistas de Balneário Camboriú e região, que analisam o atual cenário e destacam a importância da imprensa ter liberdade.

“Faz toda a diferença no dia a dia da profissão”

Arquivo Pessoal

Daniele Sisnandes dos Reis, jornalista e diretora de Comunicação e TV da Câmara de Vereadores de Balneário Camboriú

“A liberdade de imprensa deveria ser uma bandeira de todos e não apenas de nós jornalistas, pois ela garante acesso às informações e fontes de qualidade para o trabalho profissional de apuração e checagem. 

A maior parte dos meus 15 anos de jornalismo foi na reportagem e entendo bem como ter esse acesso, sem encontrar dificuldades, faz toda a diferença no dia a dia da profissão. Em tempos de notícias inventadas e tentativas de descredibilização, é imprescindível valorizar esse direito para que a sociedade não fique nas mãos de especulações”.


“Nosso desafio é não deixar que essas ameaças interfiram ou censurem nosso trabalho”

Arquivo Pessoal

Dagmara Spautz, jornalista da NSC

“Vivemos um período difícil no exercício da profissão de jornalista, com ameaças frequentes – especialmente no ambiente virtual. Para nós, mulheres jornalistas, essas mensagens muitas vezes têm conteúdo depreciativo, sexual e misógino. 

O objetivo é a intimidação. Nosso desafio é não deixar que essas ameaças interfiram ou censurem nosso trabalho. Ao longo dos últimos meses a situação tem amenizado, como resultado do arrefecimento do clima conflagrado na política. Mas é essencial que a sociedade nos ajude a combater esse tipo de abordagem – falo do Judiciário, Ministério Público, das instituições. Essas intimidações não miram apenas o jornalista, mas a liberdade de imprensa, que é um valor democrático fundamental. Não há democracia sem imprensa livre”.


“A liberdade de imprensa está sob risco também pela própria imprensa”

Rafael Weiss, jornalista responsável pelo portal Viva Balneário

“Eu ainda vejo a liberdade de imprensa no Brasil sob ataque e perigo. Ainda vejo que isso é sob influência do Bolsonarismo e as sementes que ele plantou tanto na política, com atuação de pessoas eleitas em 2022 sob a bandeira do Bolsonarismo, quanto por pessoas mesmo longe de um mandato. 

Eles alegam que querem ter uma certa liberdade de expressão, mas atacam a imprensa livre que pensa diferente deles ou que faz o bom jornalismo revelando o submundo do extremismo de direita no país. 

A esquerda também tem seus problemas com a liberdade de imprensa, não é porque Lula foi eleito, que a esquerda não ataca também quem faz jornalismo, mas são ataques na minha visão até menores do que vivemos no Brasil desde 2013 e depois com a eleição de Jair Bolsonaro. 

Ainda vejo que em alguns muitos casos, a liberdade de imprensa está sob risco também pela própria imprensa ou você acha que não se espalharam novos veículos de comunicação carregados de gente que emite fake news? 

Olha o que fizeram com a tradicional Rádio Jovem Pan em São Paulo? 

O fato importante é que vivemos com as redes sociais uma certa anarquia do que é realmente liberdade de imprensa ou expressão e o que é o jornalismo bem feito, bem apurado, galgado em preceitos éticos e tradicionais. 

É preciso defender a liberdade de imprensa, mas por outro lado estar vigiando constantemente os abusos de todos”.


“Nossa profissão ainda vem sendo atacada e vamos enfrentar muitos desafios”

Arquivo Pessoal

Adelaine Zandonai, jornalista e assessora de comunicação

“A liberdade da imprensa é fundamental para garantir o estado de direito democrático e o que a gente viu nos últimos anos no Brasil foi uma crescente exponencial da violência contra jornalistas e contra a imprensa – é de se perguntar por que algum ou alguns grupos políticos têm tanto interesse em desmerecer o jornalismo. E há aquela frase, que não sei de quem é, que diz que ‘o jornalismo é tudo aquilo que alguém não quer que publique’. E o jornalismo investigativo, o jornalista que vai e faz aquela pergunta que o político, o gestor, em todas as esferas, não quer ser perguntado daquilo… então, assim, o que a gente vê é um trabalho grande, que teve muitos ‘frutos’, e a gente vê esses ‘frutos’  no descrédito e na deslegitimação da imprensa e do jornalismo. 

Essa data específica, o Dia Nacional da Liberdade de Imprensa é extremamente importante para a gente refletir também o nosso papel enquanto jornalista – eu, hoje, trabalho com assessoria de comunicação, mas ainda me pauto sob uma ética jornalista, porque não deixei de ser jornalista, mesmo trabalhando com assessoria. 

Nossa profissão ainda vem sendo atacada e vamos enfrentar muitos desafios, como a inteligência artificial que vem aí; a gente tem hoje um desafio que a gente não pensava antes – hoje temos agências especializadas em investigar o que é fato e o que não é, que é algo que surgiu com a internet. 

E eu fico imaginando quais serão os desafios que a gente vai enfrentar para manter essa liberdade de imprensa e esse papel do jornalismo com a inteligência artificial e algoritmos se aprimorando cada vez mais, com as pessoas em bolhas nas redes sociais. Precisamos refletir e pensar como podemos melhorar esse cenário”.


“Liberdade de expressão que defendo é igual para todos”

Arquivo Pessoal

Waldemar Cezar Neto, jornalista editor do jornal Página 3 

“A liberdade de expressão que busco, sem submissão ao poder político e econômico, é a mesma liberdade que defendo para todos, a de se manifestar com responsabilidade.

Porque é isso que esteve em jogo no passado com a nojenta Lei de Imprensa e voltou a estar recentemente com uma interpretação bastante peculiar por parte de semianalfabetos e alguns muito espertos abrigados na extrema-direita.

As informações falsas, as ameaças aos poderes constituídos, a defesa de ideias repugnantes como racismo e nazifascismo estão abrigadas pela liberdade de expressão? 

A meu ver não e devem ser reprimidas pelos mecanismos previstos na própria Constituição”.


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“O jornalismo hoje está sofrendo no Brasil”

Arquivo Pessoal

Gerson Felippi, jornalista da Rádio Menina

“Tudo o que aconteceu nos últimos anos levou o jornalismo para um descrédito. A gente percebe que, por parte de algumas correntes políticas, há, sim, uma campanha para descredibilizar o trabalho do jornalista, o jornalismo tradicional. A gente sabe que, como em qualquer profissão, existem, sim, os profissionais que não fazem o trabalho da melhor maneira, mas eu vejo que as equipes e as redações estão imbuídas em fazer um trabalho ético e levar a informação ao seus telespectador, seu leitor, seu ouvinte. 

Toda a tecnologia, essa difusão tecnológica, é claro que colabora com o jornalismo, ela ajuda o jornalista, mas também de certa forma as pessoas acham que agora todos são criadores de conteúdo e, de certa forma, são sim criadores de conteúdo, mas isso não diminui a importância do papel do jornalista, que é de apurar, de checar uma informação, de buscar os detalhes sobre um fato e não simplesmente publicar um conteúdo, como infelizmente a gente vê alguns colegas de profissão fazendo isso – são simplesmente replicadores de conteúdo e não aquele jornalista na essência que apura a informação. Então, o que eu acredito, é que o jornalismo hoje está sofrendo no Brasil, pelo lado político, com essa descredibilização da notícia e do profissional jornalista, mas também faço a ‘mea culpa’ que, dentro da profissão, existem alguns colegas ‘contribuem’ para que a nossa profissão acabe caindo nesse descrédito. 

Eu vejo que, para a gente recuperar essa ‘moral’, entre aspas, do jornalista, a gente tem que fazer muito mais de dentro para fora e talvez seja o grande desafio – em meio à Chat GPT e inteligência artificial e em tudo isso que vem surgindo – mostrar mais uma vez que o jornalista é indispensável para informação de qualidade que qualquer pessoa quer receber”.


“Confesso não me sentir tão confortável em expor minha visão”

Arquivo Pessoal

Fabiany Smania, jornalista da TVC Panorama e Rádio Divino Oleiro

“Creio que a humanidade, de maneira geral, está passando por uma transformação e a imprensa também. Sou do tempo que jornalista não opinava apenas reportava, contava o fato ouvindo todos os lados. Mas, como disse, o mundo está mudando e o jornalismo também. Cada vez mais temos profissionais opinativos, editoriais explícitos. 

Cabe a nós, profissionais, nos adaptarmos a essas mudanças. Como jornalista confesso não me sentir tão confortável em expor minha visão sobre vários assuntos em função da situação política no Brasil. 

O país está dividido em duas vertentes e, tanto de um lado como de outro, existem pessoas que não respeitam o contraditório. 

Quem souber entender e aprender administrar esse momento se manterá no mercado. Em que pese, a imprensa tem o papel fundamental de ser o veículo que leva a informação e meu desejo é que possamos continuar tendo liberdade para exercermos nossa função com autonomia e isenção, pouco vista nos dias atuais”.


“Liberdade de imprensa no Brasil temos, mas até certo ponto”

Arquivo Pessoal

Carlos Magagnin, jornalista da rádio Jovem Pan, de Balneário Camboriú

“Essa questão que falam da perseguição do ex-presidente e tudo mais, até me chamou a atenção em uma entrevista na terça-feira (6) do Luiz Felipe Pondé, falando justamente sobre a comunicação. Ele mesmo comentou que nas faculdades ensinam mais a esquerda e alguns são de direita. 

Eu acho que na questão da perseguição, em referência à ditadura e até ao último mandato [de presidente], hoje também não está diferente, mas está de forma mais velada essa perseguição. 

Ou seja, liberdade de imprensa no Brasil temos, mas até certo ponto, porque passando desse ponto já começam as críticas e perseguições. A gente como jornalista tem opinião, não existe isenção – no momento que escolhe a pauta ou o que falar já não é mais isento, já escolheu. 

Essa questão de jornalista isento, que não pode ter opinião, que se aprende bonitinho na faculdade, a gente sabe que não é bem assim. 

A imprensa ter liberdade é importante, mas a gente vê cada vez menos liberdade para os profissionais da imprensa”.


“Constantemente desvalorizados e ridicularizados”

Arquivo Pessoal

Giulia Toscani, jornalista da Rádio Menina

“A imprensa enfrenta uma luta diária. Os resquícios de 1964, que pareciam tão distantes e superados, seguem assombrando os profissionais da área, que são constantemente desvalorizados e ridicularizados quando a pauta não agrada. Um retrocesso, onde ainda vemos jornalistas sendo agredidos física e moralmente e muitas vezes, tendo sua credibilidade colocada em cheque. Para aqueles que ainda vêem os profissionais como inimigos, é importante destacar que somente com a liberdade de imprensa a informação da população será garantida, assegurando assim, nossos direitos de cidadãos”.


“Fundamental para construir uma sociedade democrática”

Arquivo Pessoal

Biel Carboni, produtor de conteúdo e jornalista na TVC Panorama

“O dia da liberdade de imprensa é uma data que marca muita luta por representar o direito dos múltiplos pontos de vistas de uma sociedade, e sua importância, está inteiramente ligada à liberdade de expressão, que deve ser promovido com muito respeito e responsabilidade, mas de um trabalho fundamental para construir uma sociedade democrática, mais justa, menos corrupta e com muito mais acesso à informação”.

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“Experimentei esse direito de escrever livremente”

Arquivo Pessoal

Marlise Schneider Cezar, jornalista, Jornal Página 3

“Iniciei na profissão em 1972, quando o país se encontrava sob ditadura há 8 anos. Portanto, os 13 primeiros anos da minha profissão, foram no período mais sinistro que esse país já enfrentou. 

Só quem estava dentro de uma redação, sabia o que isso significava. O jornalista era controlado o tempo todo, inclusive nos seus locais de trabalho. Muitas vezes era preciso escrever ‘entre linhas’ e mesmo assim era arriscado demais. Foram anos pesados, ainda mais difíceis para profissionais da imprensa éticos (porque também havia jornalistas aliados da ditadura e que ajudavam a perseguir os colegas de profissão e de redação inclusive), porque nunca se censurou e atacou tanto a imprensa como nesse período. Um tempo que até hoje quero esquecer, mas as marcas dessa época estão por toda parte…estou vacinada e me tornei uma pessoa medrosa! 

Quando oficialmente a democracia voltou, tive que aprender a escrever de novo e tudo parecia mais fácil, mais livre, mais aberto e mais acessível. Experimentei esse direito de escrever livremente!

O cenário atual? De uns anos para cá, apesar de toda abertura e das facilidades advindas com a era tecnológica, sinto que a liberdade do jornalista está mais marcada, pressionada e por vezes, mais ameaçada, principalmente nas redes sociais, onde ‘todos entendem de tudo’. 

Tomara que qualquer tentativa nesse sentido seja barrada (e isso depende de todos nós), para que nunca mais o Brasil tenha que se submeter à falta de liberdade de expressão e nós, jornalistas, à falta de liberdade de imprensa”. 

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