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Mães de adolescentes dividem histórias e desafios com essa nova geração

Especial Dia das Mães

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Muitas pessoas já tentaram conceituar o amor de mãe, há frases feitas e até inspiradoras, mas algo que todas essas mulheres dividem é a certeza de que o amor materno é infinito.

Porém, outro ponto em comum são as dificuldades que uma fase específica pode trazer ao dia a dia com os filhos: a adolescência. Todas as gerações compartilham memórias da rebeldia, descobertas e aprendizados, e com a atual geração – muito conectada e criativa -, não é diferente.

O Página 3 conversou com mães de adolescentes para lembrar esse Dia das Mães e traz nesta reportagem especial algumas histórias. Acompanhe.

“A melhor coisa que tenho na vida é a minha filha”

Juliana Pavan, vereadora e apresentadora de TV, mãe da Maria Giulia, de 16 anos

“Ser mãe de adolescente é um aprendizado constante e um exercício de humildade. Às vezes a Giulia se torna uma mãe para mim, mesmo eu tendo a minha mãe e a minha vó. Ela também é minha amiga, minha parceira, conversamos muito… ela traz situações, me faz refletir… Ser mãe de menina é ter uma amiga para o resto da vida! 

Confesso que falar dela me emociona, porque a admiro tanto, mas tanto, que fico admirada com as atitudes dela e lógico que isso me orgulha muito! Sem dúvida, a melhor coisa que tenho na minha vida é a minha filha. 

Penso que ser mãe é chamar para si a maior e mais importante das responsabilidades. 

Eu costumo fazer com que a Maria Giulia possa trabalhar o autoconceito, ou seja, fazer com que ela se compreenda e que tente sempre seguir a sua vontade, claro, sempre orientando, dando apoio e suporte, sendo assim, fazer com que ela possa construir uma vida com escolhas próprias e melhores. Sei que os tempos atuais são outros… bem diferentes da realidade que tinha em minha época, mas manter o cuidado, a proteção e o diálogo, isso pode ser o tempo que for, pra mim, são imprescindíveis em uma relação entre pais e filhos, e aprendi muito com meus pais sobre isso. 

Eu e ela temos uma relação de extrema confiança, sei que sempre poderei contar com a ajuda dela assim como ela poderá contar sempre comigo. Para ter bons resultados, é preciso ter muita paciência, diálogo e amizade, mas sem deixar de ser mãe”.


“Procuro conversar, entender o lado dele”

Sara Soares, presidente da Associação de Moradores do Bairro das Nações, agente de saúde comunitária e mãe do Miguel Arcanjo de Lima, 13 anos

“Acredito que as nossas gerações mudaram, mas não muito. Aprendi com a minha mãe a respeitar, a ser uma pessoa honesta comigo e com as outras pessoas, fazer caridade, estar disponível para ouvir e dar amor. Me preocupo com a questão da internet por não saber com quem ele está interagindo, mas tem o lado positivo por ter cursos, notícias, por ajudar a fazer pesquisas mais rápido. Mas ser mãe de um adolescente não é fácil… procuro conversar, entender o lado dele, porque já fui adolescente, e bem rebelde (risos). 

A nossa relação é muito boa, tocamos violão e cantamos juntos, fazemos piquenique, assistimos jogos no estádio do bairro e às vezes ele passa vergonha, pois faço mais bagunça que ele (risos). 

O Dia das Mães será muito especial para poder comemorar, pois passamos dois anos sem poder reunir toda a família. Iremos nos reunir com a minha vózinha, tios, tias, primos para um gostoso almoço, com muito amor e carinho”.


“Eles querem descobrir o mundo”

Cíntia Bilhar é esteticista e mãe da Júlia, 12 anos, Laura, 26 anos, e Pedro de 8

“O mundo mudou muito. E com essas mudanças tive que me adaptar, pois a época é outra e são diferentes gerações, mas alguns princípios como respeito, educação e caráter permanecem e tento sempre repassar. 

Me preocupo bastante com o universo digital, porque é muito fácil perder o controle do que eles acessam, mas não há como negar as facilidades e comodidades que na minha época não existiam, como pesquisas rápidas, acesso à informação e contato com amigos e familiares. 

Ser mãe de uma pré-adolescente, como a Ju, é bem desafiador! Pois há tanta violência, perigos… É difícil não se preocupar. Já que nesta fase, eles querem descobrir o mundo, e privar totalmente não é uma boa opção. Equilibrar isso é bem complicado. 

Com relação à minha experiência de ser adolescente, confesso que é bem diferente. Antes não tínhamos acesso a tanta informação e não tinha um diálogo tão aberto com minha mãe como hoje tenho com meus filhos. Sempre fiz e faço o possível para ter este diálogo e para que eles confiem em mim, pois acredito que este é o caminho, tanto para a segurança deles quanto para estabelecer um bom vínculo. Acredito que ser mãe é incondicional. 

No Dia das Mães pretendo fazer o que toda mãe gostaria de fazer: passar com meus filhos e com minha mãe”.


“A adolescência realmente é uma fase diferente, de transição constante”

Claudinéia Gonçalves Zipper, geógrafa, psicopedagoga e psicanalista, é mãe do Jethro-Camom Gonçalves Zipper, de 15 anos

“Eu tenho praticamente 40 anos de diferença com o meu filho. As gerações vêm mudando desde que o mundo é mundo. Nos dias atuais o sistema em que vivemos, posso dizer mundialmente, vem mudando o conceito de ter uma família. É nela que deve ser e ter a base da formação do indivíduo, que hoje está faltando essa formação para a vida. Meu filho foi e é criado com seus pais biológicos. Então, tudo que minha mãe trouxe de melhor, que foi o caráter, e dentro dele principalmente honestidade em tudo. A palavra ainda vale em nosso núcleo familiar. 

Mesmo que meu filho esteja vivendo sua adolescência em que em sua grande maioria seus colegas infelizmente não vivem a realidade dele e, que lhe confesso, não gostaria de viver a adolescência nos dias atuais. 

Dá impressão que vivemos na contramão do sistema que aí está. A internet veio para facilitar em muitos quesitos, mas ao mesmo tempo é um portal de informações ilícitas, explícitas, que como responsáveis que somos na formação de um ser, se faz necessário policiar e averiguar o que se acessa. 

Na base do diálogo, da confiança mútua, uma constância diária. A adolescência realmente é uma fase diferente, de transição constante, seja na questão hormonal, comportamental e exige atenção. 

As atitudes muitas vezes são desconexas, se não tiver uma base formada e firmada no que é realmente a vida, ele se perde. 

Penso que independente de nossa diferença de faixa etária, a nossa relação está dentro da normalidade de uma mãe e filho, como ele gosta muito de água e eu de areia (risos), curtimos uma boa praia, até porque somos privilegiados em morar em uma região praiana, belíssima. Somos mães todos os dias, mas o Dia das Mães é um dia marcante, sim, do filho poder expressar seu amor, carinho à pessoa que lhe gerou, seja no ventre ou no coração, que cuidou, que lhe dedicou sua atenção. Isso não tem preço”.


“Cabe a nós transformar limites em princípios”

Cyntia de Moraes Rêgo Soares, médica, é mãe do Pedro, Gabriel e Yuri

“Quando eu paro para pensar nas gerações atuais o que me vem na cabeça é que o jovem de hoje é o mesmo de ontem, o que mudou é o mundo ao nosso redor.

O jovem é o reflexo disso tudo. 

A forma como a minha mãe lidava comigo quando eu era jovem, talvez eu tenha mudado um pouco, não sei se foi porque fui mãe jovem e tive a capacidade de acompanhar os meus filhos. Procurei acompanhá-los mais durante a adolescência, nas festas, shows, mas sem me ‘intrometer’ muito. Levei dois deles no Rock in Rio, quando tinham 14 e 16, e nos divertimos muito. 

Acho ótima a presença da internet, o acesso à comunicação, mas o problema é que podem acessar coisas boas e ruins. Acredito que educamos filhos até os 12 anos, daí para frente os grupos onde estão inseridos definirão o que serão. Cabe a nós transformar limites em princípios, de forma coerente. Tento estar o mais próxima possível, ser uma amiga, mas sempre sabendo o meu papel de mãe. Há o ponto de impor limite, e também respeitar o passo e escolhas do filho. 

A adolescência é uma fase diferente e difícil, você não sabe se é criança ou adulto. Eu me sentia muito assim. Apoio uma proximidade maior com os filhos, isso pode facilitar as coisas. Quando eu digo ‘não’ eles sabem que eu tenho um bom motivo para dizer. 

Acho que o Dia das Mães é especial, é a comemoração da maternidade, o dia em que você quer estar com os filhos. Nesse dia vou estar de plantão, mas estamos sempre juntos, nos falando por mensagens, vídeo”.


“Tem umas pedrinhas no caminho”

Giselda da Silveira Cherem é professora universitária e mãe do João Gabriel e da Lorenza

“Penso que uma variável entre as gerações é a tecnologia, mas os valores que moldaram minha geração ainda são os mesmos agora. No meu papel como mãe busco valores em mulheres que me moldaram na época. Minha mãe, por exemplo, foi uma mulher que se reinventou aos 50 anos, quando terminou o primeiro e segundo graus, daí fez faculdade, pós-graduação, e concurso público e hoje, com 74 anos, ainda trabalha. 

Mas eu me preocupo, sim… nesta fase da adolescência ainda mais, pela falta de experiência de VIDA dos (das) nossos(as) adolescentes.. a incapacidade de se defenderem da manipulação provocada pelos grandes atores na economia e na política, ingenuidade e imaturidade para se defenderem de atividades provocadas por criminosos em função da exposição que se colocam em redes sociais… 

enso que o positivo da tecnologia é que ela derrubou fronteiras e nos mostra, de uma vez por todas, que somos CIDADÃOS DO MUNDO. Sem nacionalidades, idiomas, religiões, política e economia que impeçam esta constatação. Ser mãe do João e da Lola é um privilégio, uma bênção de Deus… mas é uma fase que sofre uma influência hormonal enorme, sim… e tem umas pedrinhas no caminho: lidar com os esquecimentos, algumas mentiras (de perna curta), a preguiça, os riscos decorrentes das aventuras… as influências…

Passei por tudo isso também… dei muita preocupação para meus pais (risos). 

Eu achava que sabia tudo da vida (risos), lembro da minha adolescência, respiro fundo e sigo em frente. 

Meus filhos são o ar que eu respiro e da nossa relação, acredito que aprendo muito sobre mim com o João… e a Lola me ensina cada dia mais sobre generosidade… 

Me dá prazer uma conversa gostosa sobre o que aconteceu com o João na escola, um seriado com a Lola… adoro estar com eles, mas o que mais gostamos de fazer juntos é viajar, porque temos um tempo só para nós, uma cumplicidade muito grande acontece nestes momentos… SER mãe significa TER muita FORÇA, muita CORAGEM, muita RACIONALIDADE, muita EMOÇÃO e estar ciente que, mesmo com o coração apertado, precisa dizer NÃO”.


“Está chegando a hora de levantarem voo”

Fernanda Zanella Serrao, CEO da Getúlio Imóveis e mãe da Pietra, 20 anos, e do Arthur, 15

“Comparando a minha geração com a deles, noto que mudou muiiito. Meus filhos ainda tiveram o privilégio de brincar na rua como eu brincava, e sempre falo para eles como eram coisas que hoje já não é mais possível brincar. 

É tudo muito imediato este tempo que vivemos, mas a internet nos trouxe um mundo novo e temos que nos adaptar e aprender o que se pode tirar de melhor dela. 

Procuro sempre orientar meus filhos sobre estas questões de novas oportunidades de trabalho por este meio digital. 

Nunca proibi, sempre orientei e direcionei no que acho válido. Ser mãe de adolescente é muito complicado, pois eles estão numa fase onde estão conhecendo o mundo de uma forma diferente e aí entra a fase complicada para uma mãe, pois está chegando a hora de levantarem voo e isso é, de um certo modo, gratificante… você ver aquele serzinho que tanto ama caminhando com seus próprios pés, mas triste por saber que cada vez menos teremos eles com a gente. 

Foi assim com a gente, crescemos e formamos nossa própria família e está chegando a fase de eles voarem. 

Tenho uma relação muito boa tanto com minha filha que hoje já está morando em SP, quanto com meu menino que já está querendo ir morar com a irmã. Acho que aprendemos a dar mais valor ao ser humano e, mesmo que continuemos conectados no celular, muitas vezes que estamos juntos, só o fato de estarmos todos juntos e com saúde já é a melhor sensação do mundo. Este ano nós vamos passar o dia no Hotel Fazenda Caetés para comemorar esta data da melhor forma possível”.


“É impossível você ver duas filhas ‘adolescendo’ e não lembrar como foi para você”

Sirlene Paoli é professora e mãe da Ana Marta, 30 anos e Eduarda, de 16

“Adolescente é adolescente, em qualquer lugar do mundo, e entendo que em qualquer geração.  Quando olho para a Ana e a Eduarda, consigo relembrar muitos sentimentos que estavam presentes em minha vida. 

A insegurança, o frio na barriga, a necessidade de estar em vários lugares ao mesmo tempo e até aquele olhar desafiador e crente que sozinho pode mudar o mundo. 

Costumo conversar com elas, mas sem exageros, para não dar o tom de ser mãe modelo, não gosto disso, e não acredito que exista um modelo de mãe perfeita. Falo sobre minhas experiências, o que deu certo, o que não deu. 

Acho que a carga do adolescente atualmente é muito maior do que na minha época, as possibilidades são gigantes hoje, e talvez isso possa trazer algum prejuízo. 

O adolescente de hoje, com toda a informação que tem, ficou naturalmente menos preconceituoso, aceita a mudança com facilidade, eles levam a vida de uma maneira leve. A Ana Marta hoje tem 30 e a Eduarda 16, isso significa que no mesmo ano que comemorei os 15 anos da Ana, estava comemorando 1 ano da Eduarda. 

Eu tinha uma adolescente com todos os conflitos e descobertas e ao mesmo tempo tinha que dar conta de um bebê, cada uma com sua fase. 

Quando a Ana estava saindo da adolescência, a Duda estava entrando. A minha cabeça está mais a tempo jovem porque é impossível você ver duas filhas ‘adolescendo’ e não lembrar como foi para você. 

Sou a caçula de 4 irmãs, daí você pensa, claro que aprendi tudo com elas, era desse jeito na minha época. Fui uma adolescente bem feliz, e consegui passar isso para as minhas filhas. Nunca vai ser fácil o trabalho da mãe, mas, nunca disseram que seria. Eu quero é mais ficar grudada com as minhas filhas… enquanto eu puder”.


“Vejo como uma fase muito positiva, é a ‘hora’ para ser rebelde”

Luciana Altmann, jornalista e proprietária do Lumière Caffé, é mãe do Alexandre, 29 anos, e da Maria Luísa, 16 anos

“Eu acho que se fala muito ‘na minha época era diferente’, mas sempre dizem isso. É um papo de cada geração, achamos que a nossa época era melhor porque temos uma visão nostálgica das coisas. Eu tento trazer para o meu papel como eu era adolescente, como eu sentia, olhava, como era para mim, o que eu fazia, como pensava. Fica mais fácil quando nos colocamos no lugar deles. 

Eu não sou dessa linha que acha que a internet é um problema, ela é uma ferramenta, e o problema é o uso que se faz, o tempo de uso. Os pais estão para colocar limites, dando exemplo. Eu tenho um filho de 30 anos, e para nós foi difícil porque eu era muito jovem, já com a Maria Luísa eu já estava bem longe da adolescência e foi mais tranquilo. 

Eu tenho lembranças muito fortes e boas da minha adolescência, vejo como uma fase muito positiva, é a ‘hora’ para ser rebelde, para não ser quando não cabe mais. Gostamos muito de conversar, com o Alexandre tenho papos muito construtivos porque ele já é adulto, e com a Malu temos mais conversas femininas, que também são muito legais. Gostamos de sair para comer nós três. As datas ficaram muito comerciais, mas é um dia para comemorar, para estarmos juntos”.


“Hoje há muito mais má intenção do que havia antigamente”

Sílvia Cristina Bomm, jornalista e fotógrafa freelancer, é mãe da Juliana, 10 anos

“É gritante a diferença como era quando eu fui adolescente, entre 80 e 90. Há uma diferença enorme. Naquela época, os pais confiavam muito mais em nós do que podemos agora, não porque o filho não merece a confiança, mas porque o mundo não merece que confiemos que o filho está bem. 

É muito diferente, naquela época saíamos de casa com 12, 13 anos. Eu saía com a minha irmã, que tem dois anos a mais que eu, e os pais confiavam. Dormíamos na casa de amigos. Eu não consigo pensar em deixar a minha filha fazer isso. Hoje há muito mais má intenção do que havia antigamente, é muito mais fácil hoje quererem deturpar nossos filhos do que antigamente. 

Éramos muito ingênuos, eu até sou, com meus mais de 50 anos (risos). Eu tento puxar muito mais ela para perto de mim, busco inserir ela na igreja, onde há crianças que seguem princípios como ela segue. É onde posso confiar mais, sei que ela vai ficar o dia inteiro e vai chegar em casa contando coisas maravilhosas. A nossa relação é muito franca e aberta. Conversamos sobre tudo, rezamos juntos, eu, ela e meu marido. Ela tem total liberdade de perguntar tudo para mim. Dia das Mães é sempre momento de comemoração, porque ser mãe é muito bom. Pretendemos sair juntas e celebrar”.

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