SÃO PAULO, SP (UOL-FOLHAPRESS) – Depois de três derrotas no qualifying (2015, 2016 e 2019), um revés na estreia (2017) e outro na segunda fase (2022), Beatriz Haddad Maia finalmente alcança a terceira rodada em sua sexta participação em Roland Garros. A brasileira, que completou 27 anos nesta quarta-feira (31), quebrou o “tabu” nesta quinta-feira (1), ao jogar seu melhor tênis nos momentos mais importantes para superar a russa Diana Shnaider (19 anos, #108 do mundo) por 6/2, 5/7 e 6/4, na Quadra 7 do torneio parisiense.
Cabeça de chave 14 do evento, Bia é a primeira brasileira a alcançar terceira rodada na chave de simples em Roland Garros desde 1989, quando Dadá Vieira e Niege Dias conseguiram ficar entre as 32 melhores do evento. A paulista agora aguarda sua próxima adversária, que será a vencedora do jogo entre a russa Ekaterina Alexandrova (#23) e a alemã Anna-Lena Friedsam (#91). O duelo acontece ainda nesta quinta-feira .
**COMO ACONTECEU**
O jogo começou com longas trocas, mas varias delas terminaram com erros não forçados. Bia quebrou o saque da russa logo no primeiro game, mas perdeu a vantagem ao falhar em três bolas seguidas no segundo game. Shnaider teve uma chance de abrir 2/1, mas fez uma dupla falta, e a brasileira aproveitou sua chance. Anotou nova quebra e, desta vez, consolidou a vantagem, fazendo 3/1 em seguida. O saque de Shnaider voltou a deixar a russa na mão no quinto game. Duas duplas faltas abriram o caminho para mais uma quebra, que deixou Haddad Maia com uma confortável frente de 4/1 e saque. Depois disso, a paulista cuidou de seu saque até fazer 6/2 e fechar o set. Até ali, Bia somava oito winners e oito erros não forçados contra duas bolas vencedoras e 13 falhas da adversária.
De modo geral, Bia se mostrava mais consistente do fundo de quadra e sacava melhor do que a adversária, e o duelo parecia caminhar bem para a brasileira quando ela abriu 2/0 no segundo set. No entanto, Shnaider elevou seu nível e começou a equilibrar o jogo do fundo de quadra. Foi assim que se recuperou e igualou a parcial em 3/3. O jogo seguiu duro, e Shnaider, logo após abrir 5/4, pediu tempo médico e recebeu tratamento no braço esquerdo (a russa é canhota, assim como a brasileira).
Quando a partida foi retomada, Diana teve um set point, que veio depois de um forehand da brasileira que saiu. Bia, contudo, se salvou em um duro rali que terminou com um forehand da russa na rede. No 12º game, mais drama. A brasileira não conseguiu converter o game point que levaria a decisão para o tie-break e, na sequência, cometeu mais dois erros. Não devolveu uma boa curtinha da russa e mandou um forehand para fora. A quebra decidiu a parcial em 7/5 a favor de Shnaider. Os números do segundo set refletiram bem a diferença para a parcial anterior: Bia somou 13 winners e 18 erros não forçados, enquanto Shnaider acumulou 14 e 14, respectivamente.
O set decisivo começou equilibrado até que Shnaider pareceu ter uma queda física. A russa começou o quinto game com uma dupla falta e um par de bolas sem peso. A jovem de 19 até salvou o primeiro break point, mas no segundo mandou um forehand no meio da rede e deixou Bia com 3/2 de vantagem. O jogo parecia na mão da brasileira, mas no oitavo game, Shnaider reagiu outra vez. Com uma boa devolução, forçou um erro da paulista e conquistou um break point. Bia, então, errou um forehand e cedeu a igualdade (4/4).
**BRILHO NA RETA FINAL**
Quando a situação se complicou, contudo, a número 14 do mundo mostrou sua força. Bia jogou um nono game perfeito, com um winner de forehand, uma curtinha vencedora e uma contra-curta que forçou um erro da rival e lhe deu mais uma quebra – desta vez, sem perder pontos. Depois disso, foi só confirmar o serviço e selar a vaga na terceira rodada.