SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O presidente da Boeing, Kelly Ortberg, afirmou nesta quarta-feira (23) que parou de receber pedidos de aviões das companhias chinesas devido à guerra comercial entre EUA e China.
Na semana passada, a agência de notícias Bloomberg informou que o governo asiático ordenou a suspensão das compras de aviões da Boeing, citando pessoas com conhecimento do assunto. No dia seguinte, o porta-voz do Ministério do Exterior da China, Lin Jian, não confirmou a informação.
Nesta quarta, Ortberg afirmou à emissora de televisão CNBC que a China “deixou de receber os envios devido ao contexto tarifário”.
De acordo com ele, várias companhias aéreas chinesas adiaram entregas de aeronaves nos últimos dias. A medida foi uma resposta à medida do presidente dos EUA, Donald Trump, de taxar os produtos importados da China em 145%. O governo chinês passou a cobrar 125% das importações dos EUA, o que inclui os aviões da Boeing.
Ortberg anunciou também que a Boeing teve um prejuízo líquido de US$ 31 milhões (R$ 175,99 milhões) nos primeiros três meses do ano, significativamente menor que a perda de US$ 355 milhões reportado no mesmo período do ano passado.
As receitas no primeiro trimestre aumentaram 18% para US$ 19,5 bilhões (R$ 110,71 bilhões) devido ao aumento de entregas de aviões para 130. No ano passado, a Boeing teve 83 entregas em um período marcado pelo incidente em um voo da Alaska Airlines, que teve a tampa de uma porta do avião se desprendendo em pleno voo.
No balanço, a Boieng informou que teve um fluxo de caixa livre negativo de US$ 2,3 bilhões, em comparação com um negativo de US$ 3,9 bilhões no mesmo período do ano passado.
Contratado em agosto para recuperar a imagem do grupo, Ortberg afirmou que a empresa está “seguindo na direção certa e fazendo progressos”.
“Estamos construindo aviões de maior qualidade e entregando-os com mais previsibilidade”, disse em uma carta aos funcionários na quarta-feira, na qual descreveu 2025 como o “ano de recuperação” da empresa.
Na terça-feira, a Boeing anunciou a venda de parte de sua unidade de aviação digital para o grupo de investimentos Thoma Bravo por US$ 10,6 bilhões para reforçar suas finanças.