A educadora e ex-vereadora de Balneário Camboriú, Marisa Zanoni Fernandes disse que foi surpreendida esta semana com a notícia de asfaltamento em trechos do Parque Natural Municipal Raimundo Gonçalez Malta e questiona o posicionamento do Conselho Gestor, que aprovou a ação.
“O Parque é uma importante unidade de conservação localizada em planície inundável. Balneário Camboriú e as Unidades de Conservação prestam importantes serviços ecossistêmicos, dentre eles a regulação hídrica, uma vez que possibilitam a absorção da água no solo, contribuindo para evitar inundações. O assunto é tema de pesquisas de cientistas e acadêmicos de várias universidades, entre elas, a Univali”, disse Marisa.
Ela destaca que em abril de 2018, foi entregue pela Univali um Plano de Manejo do Parque, documento este que estabelece as normas referente ao uso da UC – disponível ao público no site do município. O documento estabelece que “ Todas as construções e reformas deverão estar harmonicamente integradas com o meio ambiente, dando preferência para o uso de materiais sustentáveis e produzidos na região”. Há um trecho fundamental no ofício ” Harmonicamente integrada com o meio ambiente”.
A indignação de estudiosos e profissionais da área ambiental é justamente com a chegada do asfalto no local, segue Marisa.
“Recebi muitas reclamações, de moradores de toda a região, e até turistas assustados, pois acompanharam todo o trâmite e a luta para a conservação do espaço”, afirmou a professora universitária.
A polêmica participação do Conselho Gestor
O mesmo documento destaca a “obrigatoriedade de um Conselho Gestor tendo em sua composição diversos segmentos representativos da sociedade”.
A ex-vereadora questiona o poder público.
“O que o Conselho diz sobre isso? Afinal, temos um conselho atuante em Balneário Camboriú? Parece ironia mas, toda a polêmica acontece dias após o prefeito municipal receber um prêmio de “Cidade Sustentável”.