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De olho em habitação popular, Tenda aposta suas fichas em casas de madeira

Por Circe Bonatelli

A Tenda, uma das maiores construtoras de habitações populares do País, está apostando suas fichas nas casas de madeira pré-fabricadas. A empresa está desenvolvendo um modelo de construção em que os componentes dos imóveis são produzidos em uma fábrica e, depois, transportados para os canteiros de obra para montagem e acabamento.

As primeiras unidades foram erguidas neste ano, em um projeto piloto. O plano agora é testar a viabilidade comercial do novo modelo ao longo de 2021 e, se tudo der certo, fazer o lançamento oficial em 2022. “Apostamos que essa será a grande plataforma de geração de valor para a companhia no longo prazo”, disse o presidente da Tenda, Rodrigo Osmo, em reunião com investidores e analistas.

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Hoje, a Tenda constrói seus empreendimentos usando formas de alumínio preenchidas com concreto, modelo que ganhou escala no setor nos últimos anos. Isso substituiu a alvenaria comum, que evoluía tijolo a tijolo. O modelo proposto agora pela empresa se baseia em peças pré-fabricadas de madeira.

A técnica, que em inglês é denominada woodframe, é comum em países como Canadá, Estados Unidos e Alemanha, mas é bem pouco explorada no Brasil. A principal referência é a paranaense Tecverde, startup que já entregou cerca de 5 mil unidades, incluindo prédios de quatro andares.

A nova divisão da Tenda será gerida como uma startup, disse Osmo, e vai exigir investimentos antes de dar lucro. Até aqui, foram aportados R$ 20 milhões no projeto. A empresa também anunciou a entrada de Marcelo Willer, ex-presidente da Alphaville Urbanismo, como investidor minoritário no segmento.

A perspectiva da Tenda é que a industrialização das obras vai gerar produtividade suficiente para o modelo ser aplicado em cidades do interior onde a empresa ainda não está presente por causa dos custos.

No longo prazo, a previsão da Tenda é de atingir 60 mil unidades nesse modelo, um salto para os padrões da Tenda, que em todo o ano passado produziu 18 mil unidades no sistema construtivo convencional. A economia nos custos deve ajudar a empresa a alcançar mais clientes dentro do Programa Casa Verde e Amarela (novo nome do Minha Casa Minha Vida).

Entre analistas, o projeto é visto como uma via de crescimento para a Tenda no longo prazo e uma oportunidade de se extrair lucro a partir de uma inovação que não é vista em muitas outras empresas. “No longo prazo, esperamos ver avanços na construção industrializada. O ganho de escala poderá aumentar a geração de valor”, disse Kamila Oliveira, analista do BB Investimentos.

Fundador e presidente do Centro de Tecnologia em Edificações (CET), Roberto Souza vê a chegada da tecnologia ao Brasil com entusiasmo. Segundo ele, o tempo de construção pode cair pela metade. Além disso, é uma opção mais sustentável, pois usa madeira de reflorestamento. “As edificações atendem normas de conforto térmico e acústico, resistência a incêndio e segurança estrutural.”

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Segundo ele, as casas de madeira não caíram no gosto do brasileiro antes por falta de incentivo. “Não tinha financiamento bancário nem normas técnicas. Foi preciso desenvolver o ambiente de negócios para gerar interesse de construtoras.”

Empresa já foi da Gafisa

Após ganhar tração no início do milênio, a Tenda, fundada em Minas Gerais, chamou a atenção de investidores ao trazer sua tese voltada às habitações populares à Bolsa paulista em 2007, ano considerado símbolo para o mercado de capitais brasileiros. Em 2010, fechou o capital ao ser comprada pela gigante Gafisa. Depois de anos de dificuldades e prejuízos, a construtora fez um “spin-off” da Tenda, que voltou à Bolsa em 2017 – tudo isso sem abandonar a proposta original.

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