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Hospital Ruth Cardoso de Balneário Camboriú entre os 10 mais importantes do Estado na doação de órgãos

Seis anos depois que foi criada, a Comissão Hospitalar de Transplante do Hospital Municipal Ruth Cardoso foi instituída oficialmente, nos primeiros dias deste ano e os profissionais que sempre trabalharam como voluntários na captação de órgãos e tecidos, agora serão remunerados pela Secretaria de Estado de Santa Catarina.
A oficialização aconteceu através de uma lei criada para este fim.

O coordenador da SC Transplantes, o médico intensivista, Joel de Andrade comemorou a esperada oficialização.

“A situação do Hospital Ruth Cardoso é peculiar. Desde 2015 essa comissão existe, tem trabalhado incansavelmente e alcançado um dos 10 melhores resultados do Estado de Santa Catarina com um número expressivo de doação de órgãos e tecidos para transplantes. Mas até então não havia mecanismo legal para que esses profissionais de saúde fossem regulados, eles trabalhavam voluntariamente e agora com a criação da lei, estes profissionais passarão a receber uma remuneração por esta atividade bem como na mesma linha dos outros 33 hospitais catarinenses que possuem comissões hospitalares de transplantes, financiadas pela Secretaria de Estado da Saúde”, disse Joel ao Página3.

Reconhecimento estadual

Desde 2015 foram 84 doações multi orgânicas, resultando em mais de 250 transplantes de órgãos e outros 126 de tecido ocular.
No ano passado, o Hospital foi responsável pela notificação de 29 casos de morte encefálica, com 15 doações efetivas, superando a média estadual (40,4%), com 51,7% de efetivação no ano.

O diretor de enfermagem do Ruth Cardoso, Ricardo Brodersen definiu como ‘gratificante’ o reconhecimento do trabalho da equipe de transplantes que ajuda a reduzir as filas de espera por transplantes de coração, rins, fígado, pâncreas, córnea e ossos.

SC tem 33 Comissões

SC foi o estado pioneiro no Brasil na utilização do modelo espanhol de coordenação em transplantes.

O modelo tem como base o fato de que cada instituição hospitalar relevante para o sistema de transplantes possui um grupo de profissionais de saúde destacados para fazer a procura de potenciais doadores e levar a cabo esse processo extremamente difícil e complexo.

“Atualmente são 63 hospitais no Estado que já nos deram pelo menos um doador, mas metade deles ou um pouco mais, os que têm melhor perfil, são os que possuem comissões hospitalares de transplantes. É fundamental que estas estruturas existam, sejam remuneradas e tenham gestão adequada para que os números cresçam”, enfatizou o coordenador.

Segundo ele, a oficialização permite fazer uma gestão do trabalho destes profissionais com metas, parâmetros que permitam ampliar sua produtividade, já que a partir de agora eles constam oficialmente do projeto estadual de coordenações hospitalares de transplantes.

Melhor desempenho mundial

De agosto até o final de dezembro de 2021 a SC Transplantes registrou 153 doadores de múltiplos órgãos em Santa Catarina.

“Esta média se reproduzida para os demais meses do ano, produziria um número expressivo de 50 doadores por milhão por população. Esse número equivale ao melhor desempenho mundial no setor. É tranquilo dizer que nos últimos meses atravessamos o melhor período, mesmo ameaçados pela pandemia”, destacou Andrade.

Liderança nacional

“É muito provável, mas temos que esperar os resultados dos outros estados, que Santa Catarina tenha assumido com estes números que resultaram em 41 doadores por milhão de população no ano de 2021, a liderança nacional de doação de órgãos pela 13a. vez em 17 anos anos”, comemora o responsável.

Cenário atual

Joel de Andrade (foto: Carlos Killan).

De acordo com o coordenador, a situação atual, de aumento dos casos de Covid e Influenza, não comprometeu até o momento a doação de órgãos, porque essa cepa Ômicron não tem produzido casos mais graves em boa parte dos pacientes infectados.

“Os hospitais começam a ter um afluxo muito grande de pacientes com gripe e Covid, mas as UTIs´, que é onde nós trabalhamos, ainda estão bastante livres em relação a períodos passados da pandemia. Temos que aguardar as cenas dos próximos capítulos, mas a mensagem que fica é que mesmo em meio a pandemia, nós conseguimos recuperar as taxas de doação e caminhamos hoje na média dos últimos cinco meses para os melhores resultados do mundo”, declarou.


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