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Caso Ícaro: desaparecimento do menino que morava em Balneário Camboriú completa cinco anos sem solução

O Núcleo de Desaparecidos de Camboriú lança uma campanha nesta terça-feira (9) em busca de novas informações sobre o desaparecimento de Ícaro Alexandre Pereira, ocorrido há exatos cinco anos em Balneário Camboriú e até hoje sem solução.

Imagem da campanha que será lançada nesta terça

A mãe do garoto, Ariane Pereira, procurou o Núcleo de Desaparecidos de Camboriú há 15 dias e pediu ‘uma luz’, dizendo que são mais de 1.825 noites indo dormir sem saber onde o filho está ou se está vivo.

Com a mãe e o padrasto (Foto Divulgação)

Na época do desaparecimento, Ícaro então com 7 anos morava no centro de Balneário Camboriú, com a mãe e o padrasto, Alois Gebauer – que é o principal suspeito do desaparecimento para a Polícia Civil, que segue com o caso em aberto, através da Delegacia de Polícia de Pessoas Desaparecidas de Santa Catarina.

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Relembre o caso

A família morava na Rua 3.450, no centro de Balneário Camboriú. O menino costumava ficar sozinho enquanto o casal trabalhava. No dia 9 de fevereiro de 2016 (terça-feira de Carnaval), por volta das 18h, quando Ariane e Alois retornaram para casa, não encontraram Ícaro.

Os três residiam em Balneário há seis meses antes do ocorrido e Ícaro conhecia pouco das ruas da vizinhança. Na época, a Polícia Civil informou que não teria como a criança sair de casa sozinha, pois o prédio onde morava possuía grades e portão eletrônico, além de câmeras. 

O principal suspeito sempre foi Alois, que inclusive teria questionado um amigo sobre o tempo que levava para um corpo se decompor. Ele chegou a ficar preso provisoriamente por um mês (em março de 2016), mas foi liberado por falta de provas. 

A mãe do garoto, Ariane, ainda reside em Balneário Camboriú. O casal não está mais junto. Cinco anos se passaram e até hoje não há nenhuma resposta oficial.

Núcleo de Camboriú lidera campanha

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Mafra: a Ariane acredita que ele está vivo.

Há cerca de 15 dias, a mãe de Ícaro procurou o diretor do Núcleo de Desaparecidos de Camboriú, Manoel Mafra, para que o órgão ‘busque uma luz’ sobre este caso. 

“Aceitei o desafio, tive contato com a Ariane, que me repassou que não há nenhuma informação concreta sobre o caso. Ela disse que são mais de 1.825 noites que ela vai dormir sem saber o que aconteceu. Me sensibilizei e assumi o compromisso de tentar ajudar. Estamos em busca de informações que possam ajudar a polícia, e para isso pedimos a contribuição da comunidade”, diz.

Este é o objetivo da campanha que o Núcleo lançará neste 9 de fevereiro, dia do sumiço do menino: chamar a atenção de todo o Brasil e de países vizinhos, para a possibilidade de Ícaro ter sido raptado, levado para outro Estado ou país. 

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“A Ariane acredita que ele está vivo. Nunca houve um contato pedindo resgate, então não foi sequestro, mas acreditamos numa possibilidade de rapto. Afinal, se fizeram alguma maldade com ele, cadê o corpo? Precisamos trabalhar com essa hipótese [do rapto] e acreditamos que alguém sabe o que aconteceu e pode nos ajudar”, explica.

Segundo Manoel, Camboriú e região já tiveram vários casos de desaparecimento, neste ano foram dois (duas adolescentes); em 2020 foram 12 (10 meninas e dois meninos) e em 2019, 21 (cinco meninos e 16 meninas), sendo que todos foram solucionados. 

A maioria dos casos envolve garotas com idade entre 12 e 14 anos, que vão em busca de liberdade, ou ainda envolvidas em situações de namoro ou conflito familiar. 

“Normalmente localizamos entre dois e quatro dias, por isso o Ícaro chama tanto a atenção, e ele é o único não resolvido. Camboriú não tem nenhum caso pendente hoje, e em Balneário só ele. É um caso raro isso de não ter resposta. Com essa ampla divulgação que estamos fazendo, esperamos que chegue alguma informação. Eu vi a tristeza e a dor da mãe dele, que nunca deixou de buscar pelo filho apesar de não se manifestar publicamente. Ela sente muita angústia e desespero, e nunca perdeu a esperança de encontrar ele com vida”, afirma Mafra.

Última pista: uma ossada no Estaleiro

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Delegado Redondo: caso nunca foi encerrado

O delegado Wanderley Redondo, titular da Delegacia de Polícia de Pessoas Desaparecidas de SC, acompanha o caso de Ícaro desde o início. O menino é uma das três crianças desaparecidas em SC – junto de uma criança de Caçador e outra de Jaraguá do Sul.

“Não temos nenhuma informação adicional ao caso do Ícaro. Em junho do ano passado, no Estaleiro [praia de Balneário], foram encontrados ossos aparentemente humanos, os quais foram recolhidos e encaminhados ao IML (Instituto Médico Legal), mas após os exames constatou-se serem incompatíveis com a espécie humana, talvez de um cachorro”, conta. 

1.409 desaparecidos em SC hoje

No Estado há, segundo dados da delegacia, 1.409 pessoas desaparecidas atualmente [número total do sistema, com casos antigos e que nunca tiveram solução (lembrando que nenhum caso é encerrado, somente se é solucionado, com a pessoa sendo localizada ou então a ossada dela) até os mais recentes – considerados de 2013 pra cá, entre crianças, adolescentes, jovens e adultos]. O número de reaparecidos [casos solucionados, entre pessoas encontradas vivas ou mortas] é de 26.124 pessoas (há situações onde a família localiza a pessoa em poucas horas ou dias, conforme registrado pelo Núcleo de Desaparecidos de Camboriú, por exemplo, e que também entram nessa lista).

Desaparecimento de crianças normalmente envolve crime

O delegado explicou que em casos envolvendo crianças desaparecidas normalmente envolve algum tipo de crime e também é comum o envolvimento de familiares. 

“E isso é complicado, porque até a polícia desconfiar que um parente esteve envolvido perdemos muito tempo investigando, e quando percebemos que há algo errado prejudica a investigação, há inclusive casos de parentes que denunciaram e eram eles que estavam envolvidos. No caso do Ícaro, há muitas versões [dos fatos] e o padrasto [Alois] continua sendo o principal suspeito, pelas contradições nos depoimentos, foi passando informações diferentes com o passar do tempo. E ele não está preso, está solto”, informa.

Segundo o delegado, a Polícia Civil vê que há ‘99,99%’ de chances de Ícaro estar morto. 

“Há muitos detalhes que indicam isso. O padrasto limpou a casa, o Ícaro estava com ele, a mãe fica meio calada, pode ser por medo ou porque talvez saiba algum detalhe. Ela poderia nos auxiliar muito, mas não fala como era o relacionamento dela com o Alois [o casal não está mais junto] e com a criança”, acrescenta.

Caso só é encerrado quando há desfecho

Redondo aponta que o caso nunca foi encerrado e que a Polícia Civil ‘de forma alguma’ pode arquivar qualquer caso que não tenha sido solucionado. 

“Todos os casos não encerram até termos um desfecho, temos que ir até o final, ficará eternamente aberto até termos alguma resposta. O caso do Ícaro, por ele ser criança, estamos constantemente em contato com a mãe [Ariane]. Nenhum caso é arquivado, temos casos abertos que ocorreram na década de 90”, diz.

Segundo o delegado, já houve contato de gente falando que tinham informações, mas para repassá-las pediam valores em dinheiro. 

“Em clara tentativa de extorsão em cima da fragilidade da família. Sempre orientamos que registrem para a polícia checar se procede”, destaca, citando que se alguém notar que um amigo ou parente desapareceu pode registrar o caso na hora, mas é recomendável que cheque onde a pessoa pode estar (trabalho, escola, em casa de pessoas próximas). 

“Já teve caso que denunciaram desaparecimento de criança e ela estava no vizinho, mas pode ser registrado de imediato”, afirma.

Se você viu Ícaro, sabe onde ele está ou possui alguma informação que pode contribuir com o caso, acione a Polícia Civil via 181.

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