O secretário de Segurança de Balneário Camboriú, Antônio Gabriel Castanheira Júnior, apresentou nesta semana (16) o projeto Pós-crime, que está em execução há três meses. O foco da iniciativa é atender vítimas de crimes ocorridos na cidade e dar assistência, mesmo que o crime não tenha sido resolvido.
Projeto é fixo e não um teste: “Já está firmado”
O Página 3 participou da apresentação, que reuniu imprensa e vítimas atendidas pelo Pós-crime, em reunião ocorrida na Casa da Família, no Centro de Balneário. Hoje, há dois guardas municipais que atuam no projeto, Carlos Rodrigo Silveira e Rafael Neis da Silva, escolhidos ‘a dedo’ pelo secretário Castanheira, que explicou que o trabalho acontece diariamente com a checagem dos boletins de ocorrência registrados no dia anterior na cidade – tanto de casos atendidos pela GM quanto pelas polícias Militar e Civil.
“Vamos até as vítimas, coletamos imagens do entorno, identificamos suspeitos, fazemos relatório e enviamos para a Polícia Civil. É um levantamento de dados e não investigação. O Pós-crime já está firmado, não é um teste, e sim continuará fixo na Guarda Municipal”, disse.
Importância de vítimas registrarem BO para serem atendidas pela GM
Castanheira destacou ainda que não são apenas comerciantes atendidos pelo Pós-crime, mas moradores de Balneário Camboriú no geral – por isso é tão necessário que a vítima de um crime, registre o boletim de ocorrência.
“Muitas pessoas já nos falaram ‘ah, fui assaltado e ninguém me procurou’, e aí eu pergunto: ‘e você fez o boletim de ocorrência?’, ‘ah, não fiz’. Tem que fazer, se não vira cifra negra. Dá para fazer online, e sei que o registro online distancia a comunidade da polícia, e é por isso que fazemos o Pós-crime, pois fazemos esse acompanhamento após a situação acontecer. Vamos até a vítima, conversamos com ela, colhemos informações de testemunhas, se tiver câmera de segurança também coletamos as imagens”, informou.
Ele citou que a sua ‘próxima empreitada’ é conseguir fazer com que a GM possa registrar boletim de ocorrência e termo circunstanciado, como a PM e Civil fazem, o que otimizaria o tempo e ajudaria no trabalho dos guardas e também para as vítimas. Castanheira pretende tentar isso através da proximidade que o governo municipal tem com o Governo de SC.
O prefeito em exercício, David Fernandes ‘LaBarrica’, também participou da reunião e disse que foi assaltado e sabe a diferença que faz o apoio da Guarda Municipal. “Precisamos dessa assistência, as vítimas precisam ser assistidas e amparadas. O que depender de mim, seja na prefeitura ou na Câmara de Vereadores, a qual presido, a GM terá apoio nesse e em outros projetos”, comentou.
Vítimas aprovam o projeto
Na ocasião, estavam reunidas vítimas de diversos crimes ocorridos na cidade, como o homem que teve seu relógio Rolex roubado no dia 10 de janeiro, na Barra Sul, uma idosa de 81 anos, vítima de sequestro relâmpago (golpe do bilhete premiado) em dezembro/2022 e ainda um casal de comerciantes que teve suas câmeras profissionais furtadas, em novembro/2022 (os equipamentos eram avaliados em R$ 60 mil e foram recuperados).
No caso da vítima do Rolex, a Guarda Municipal não conseguiu recuperar o relógio, mas a quadrilha responsável pelo roubo, que era de Penha, foi presa; já no caso da idosa que sofreu o sequestro relâmpago, ela perdeu dinheiro, mas sofreu uma segunda tentativa do mesmo crime, em fevereiro deste ano e nada aconteceu. Silveira e Neis contaram ao jornal que a senhora percebeu que estava sofrendo o mesmo golpe e disse aos bandidos que iria subir em seu apartamento para pegar dinheiro, neste momento ela ligou para os GMs, que conseguiram encontrar a quadrilha, que foi detida e encaminhada à delegacia.
Foi unânime entre as vítimas que o projeto é importante, mesmo que nem todos os crimes sejam solucionados (com a recuperação do objeto furtado/roubado, por exemplo), mas que o acolhimento dado pelos guardas faz toda a diferença.