De acordo com números divulgados pela prefeitura e Polícia Militar, o Réveillon em Balneário Camboriú atraiu pelo menos 700 mil pessoas, ainda assim, a hotelaria não registrou 100% de ocupação (circulando entre 90 e 96%), mas o movimento é considerado bom e as expectativas são de que siga assim durante o mês de janeiro.
O secretário de Turismo de Balneário Camboriú, Thiago Velasques, disse que o Réveillon 2023 ‘foi realmente o maior’, superando as expectativas e que estão contentes com o movimento e com a festa que entregaram.
“A repercussão foi muito positiva. O gran finale que prometemos e entregamos, com as estrelas ‘caindo’ na cascata, foi muito bonito e todos gostaram, assim como a contagem regressiva na roda gigante. Vejo que foi uma responsabilidade muito grande gerenciar algo desse tamanho e que deu certo. A praia estava muito lotada, muito mais do que em 2021 para 2022, quando ainda tinha vários espaços na areia. Acredito que recebemos mais de 800 mil pessoas”, explicou.
Movimento deve se manter em janeiro
Segundo Velasques, a média de ocupação na hotelaria neste mês de janeiro deve girar em pelo menos 80%.
“Há a troca normal de turistas entre quem estava no Ano Novo e quem chega agora, mas o movimento deve continuar. Estão vindo turistas de todo o Brasil e também do Mercosul, até 10 e 12 de janeiro temos essa cidade bem lotada. Balneário é um destino muito procurado e esperamos que continue assim, atraindo público com qualidade e não necessariamente quantidade, aumentando o nosso ticket médio e movimentando a nossa economia. Estimamos cerca de 600 mil pessoas nos três dias que antecederam até 1º de janeiro, com um movimento de mais de R$ 500 milhões na nossa economia. O investimento da prefeitura no Ano Novo foi de cerca de R$ 3 milhões, então tivemos um retorno muito positivo”, acrescenta.
Hotelaria está satisfeita e com boas expectativas
A hoteleira Andrezza Negrini, que é presidente do Balneário Camboriú Convention & Visitors Bureau (BC Convention), disse que o movimento atingiu a expectativa da hotelaria, mas que nem todos os hotéis lotaram.
Ela afirma que parte disso se deve à oferta de outros meios de hospedagem, como a plataforma Airbnb.
“Vejo que, talvez, não chegamos a 100% por conta da massiva venda das plataformas. Nós hoteleiros não somos contra e inclusive muitos utilizam, mas o que fica incorreto é que há taxação para a hotelaria e para o Airbnb não, e deveria haver, como acontece nos Estados Unidos”, pontua.
A legislação brasileira isenta de taxação, exceto Imposto de Renda, a hospedagem domiciliar, que é quando a pessoa aluga a própria casa.
A presidente cita que a expectativa para janeiro é de pelo menos 80% de ocupação hoteleira, mas podendo chegar a 90 ou 95%.
“Seguimos com a expectativa de termos um excelente verão – o melhor dos três últimos anos com certeza! Estamos recebendo turistas de todo o Brasil e também do Mercosul, principalmente paraguaios e argentinos, mas também chilenos, uruguaios e até peruanos”, completa.
A vice-presidente de Captação de Eventos do BC Convention e também hoteleira, Margot Rosenbrock Libório, lembra que, devido às condições climáticas que Balneário Camboriú enfrentou em dezembro, com a chuvarada que causou estragos na cidade e região, o movimento da Virada do Ano foi ‘excelente’.
“Vejo que as pessoas que não cancelaram e que vieram puderam aproveitar com tranquilidade. Não tivemos falta de água e nem de energia, estava tudo certo também nas áreas de limpeza urbana e segurança. A ocupação deve ter chegado a 96%. Houve cancelamentos, mas também entraram novas reservas. Talvez a hotelaria não chegou em 100%, porque algumas diárias estavam um pouco altas, mas há também a questão do Airbnb, que também vejo que as plataformas deveriam ser taxadas; poderia ser feita uma lei sobre isso, com o imposto sendo cobrado direto na plataforma”, diz.
“O nosso destino vem sofrendo um tipo de xenofobia”
Margot vê que os 4% ‘faltantes’ foram principalmente por conta da questão climática e da balneabilidade afetada pela chuvarada.
Por isso, opina que é importante fazer alterações na coleta realizada pelo Instituto do Meio Ambiente de SC (IMA-SC), com mais coletas sendo feitas.
“Se não, ficamos à mercê dessa questão e a divulgação de balneabilidade negativa afeta muito um destino turístico. Lamento porque o nosso destino vem sofrendo um tipo de xenofobia através das redes sociais, com pessoas que nunca estiveram aqui e julgando como se fossem moradores. Temos que trabalhar contra isso, defender que nós realmente conhecemos Balneário Camboriú, porque tem esse ranço gratuito que muito nos prejudica, assim como acontece no Rio de Janeiro com a violência. Tem muita gente torcendo contra e temos que combater isso”, acrescenta, afirmando que as expectativas para o restante do verão seguem ‘muito positivas’.
“A nossa capacidade de recuperação é impressionante. A cidade estava lotada e isso deve seguir pela temporada, com perspectivas muito positivas. Estão vindo brasileiros de todas as regiões e o Mercosul também está comparecendo com força”, completa.