Com dois feriados prolongados neste mês, a expectativa é de bom movimento, que pode alcançar os números do último abril, sem pandemia, quando Balneário Camboriú recebeu em torno de 250 mil visitantes.
Há dois fatores que podem interferir nos índices: o tempo que anda instável com promessa de mais chuvas e frio e a inflação que não pára de crescer.
A reportagem questionou os responsáveis pelos setores diretamente ligados ao turismo e todos asseguram que nem o tempo e nem a inflação atrapalharão as expectativas de mais um feriado prolongado bem movimentado.
Acompanhe:
“BC se tornou destino para qualquer época e qualquer clima”
Geninho Góes, secretário de Turismo
“Diferente da rede hoteleira nós não temos um termômetro para medir o índice de reservas, mas temos dois feriados importantes e tenho percebido no cenário dos últimos meses que Balneário Camboriú vive pequenas temporadas todo final de semana.
A questão do tempo, do clima, não é mais tão preocupante como já foi, porque Balneário Camboriú deixou de ser uma cidade que atrai só pelo mar, pela praia. Nossos atrativos hoje podem ser desfrutados mesmo sem sol, diferente de muitos destinos que só tem praia. Este tem sido o grande diferencial de Balneário Camboriú que se tornou um destino para qualquer época do ano com qualquer clima.
Os fatores externos sempre influenciam principalmente os ligados à economia, porém existe uma faixa da sociedade que continua tendo disponibilidade para viajar…
Outro ponto favorável é o aumento das passagens aéreas. Existe um cálculo aí apontando que hoje está muito mais caro ir para o Nordeste do que antigamente ir para Nova Iorque ou Miami, ou seja, a passagem está mais cara internamente.
E isso nos favorece, porque o principal mercado emissor de turistas para o Brasil é São Paulo, é região sudeste e nós estamos próximos, ou seja, pessoal pode vir de carro, que é o que está acontecendo”.
“Turismo é para os fortes”
Margot Rosenbrock Liborio, presidente em exercício do BC Convention Bureau
“Referente ao frio e à inflação, creio que mesmo com estes dois complicadores será mantida uma boa ocupação, primeiramente porque uma grande parte das reservas foi feita com muita antecedência e temos até reservas remarcadas (de 2020 e 2021) que estão sendo utilizadas em abril (muitas reservas) e, neste caso, quando já está efetuada ou remarcada, o clima não dá direito ao cancelamento sem custo.
Sobre a questão da inflação, ela é um desafio para viajantes e também para empresários, pois o empresário que não estiver atento terá sua lucratividade achatada, haverá fluxo, mas não haverá nem mesmo a recuperação dos custos do serviço.
É um momento de atenção e necessidade de gestão (até lançamos esta semana o Capacita BC 2022 e gestão/lucratividade estão na pauta e com grande relevância).
Para os viajantes, aumentou o valor da gasolina, as passagens aéreas também estão com valores bem mais altos, o que incentiva o turismo rodoviário, mas muitos viajantes têm créditos de viagens, que começaram a ser utilizados neste ano (então viajam com valores pagos dois anos atrás) e outra parte dos viajantes, ficou dois anos sem viajar, o desejo de viagem é muito grande, então podem haver ajustes, mas não a diminuição do desejo e efetivação da viagem.
Por sorte muitos negócios faturaram ainda mais com a pandemia (não foi o caso do turismo ). Muitos viajantes virão de setores que se mantiveram aquecidos, geraram renda e viajaram pouco, porque não era recomendável.
Os efeitos da inflação serão sentidos mais adiante, quando a demanda reprimida se estabilizar e teremos que utilizar nossas forças naturais para atrair turistas, visitantes e até novos investimentos.
No momento efeitos da pandemia ainda geram movimentos no mercado e acredito que dentro de seis meses, aí sim, poderemos fazer uma avaliação mais fiel sobre a demanda turística.
Turismo sempre foi um setor difícil de prever, pois tudo afeta o turismo, infraestrutura, saúde, economia… é nossa realidade. Turismo é para os fortes”.
“Ocupação na rede hoteleira em torno de 90%”
Isaac Pires, presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Balneário Camboriú e Região (Sindisol)
“Para este feriado de Páscoa virão muitos paraguaios, argentinos em menor número e bastante brasileiros, o turismo nacional em alta.
A expectativa é excelente, ocupação bastante alta, em torno de 90% em nossa rede hoteleira.
Apesar da inflação que está forte, as tarifas da hotelaria de Balneário Camboriú que sempre foram muito justas, sofreram apenas uma readequação. Fomos obrigados a repassar alguns valores básicos, mas as tarifas continuam sendo justas para o turista e para o executivo também.
Para o feriado de Tiradentes, a perspectiva também é boa, estamos com boas reservas e acreditamos que terá o mesmo movimento deste feriado.
“Comércio está otimista para Páscoa”
Vilton Santos, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL/BC)
“Com um feriadão que promete ser ensolarado, a tendência é de termos a cidade cheia e um maior fluxo de vendas em todos os setores do comércio e não somente em artigos específicos de Páscoa.
A maioria do comércio local está otimista para a Páscoa deste ano.
Mesmo com a inflação chegando às gôndolas dos supermercados, levantamento feito pela Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Santa Catarina (FCDL/SC) com 400 empresas, aponta que 63,1% dos entrevistados acreditam que as vendas para a data serão superiores às registradas no mesmo período do ano passado”.